A lenda de Pégaso
Na vida todos têm um segredo inconfessável, um arrependimento irreversível, um sonho inalcançável e uma busca incessante de respostas inatingíveis.
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*Alguns estudiosos do comportamento humano, principalmente os que seguem a tendência filosófica de Freud, adotam alguns personagens da mitologia grega para definir as reações comportamentais do ser humano. Entre as citações preferidas para traçar comparativos gira em torno da origem de Pégaso, o cavalo alado, símbolo da imaginação e da imortalidade.
Assim como a vida de cada um, existem os ciclos e versões do atual estágio que cada um se encontra, como ocorre nas versões do surgimento de Pégaso. Uma dessas vertentes diz que Meduisa era uma donzela, orgulhosa de sua beleza, principalmente dos seus cabelos, resolveu disputar o amor de Zeus com Minerva. Esta enraivecida transformou-a em monstro, com cabelos de serpente.
Outra versão diz que Zeus a teria seqüestrado e violado no interior do templo de Minerva e esta mesmo sabendo que Zeus a abandonara, não perdoou tal ofensa, e o fim é o mesmo. Medusa é morta por Perseu, que também foi rejeitado e com sua mãe Danae trancado em uma arca e atirado ao mar, de onde foi resgatado por um pescador que os levou ao rei Polidectes que o criou com sabedoria e bondade.
Quando Perseu ficou homem, Polidectes enviou-o para a trágica missão de destruir Medusa. Para isto receberia o auxílio dos deuses. Usando sandálias aladas pode pairar sobre as górgonas que dormiam. Usando um escudo mágico de metal polido, refletiu a imagem de Medusa como num espelho e decapitou-a com a espada de Hermes.
Do pescoço ensangüentado de Medusa saíram dois seres que foram gerados do conúbio com Poseidon. O gigante Crisaor e o cavalo Pégaso. O sangue que escorreu de Medusa foi recolhido por Perseu. Da veia esquerda saia um poderoso veneno, da veia direita um remédio capaz de ressuscitar os mortos. Ironicamente, trazia dentro de si o remédio da vida, mas sempre usou o veneno da morte.
Entre a lenda, a ficção e a realidade, um desses personagens descritos pode estar adormecido ou pronto para voltar à atividade. No caso de um dos mais importantes intérpretes da música brasileira, a lenda do cavalo alado ganhou musicalidade com essa linda canção:
Pégaso Azul
Composição: Guilherme Arantes
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Nesses 20 anos
Eu costumava abrir os olhos
por todos lados ví que o povo era um povo de estranhos.
Nesses 20 anos ví minha mãe e meu pai mais velhos,
trazendo, como a gente, todo o ocidente no peito
Mas tinha, onde fosse, minha voz a sussurrar
Oh! Pégaso! Oh! Voa!
Oh! Voa, que há pedaços da vida e gotas de música no ar
Oh! voa, no silêncio das horas vive o prazer das coisas que voam
e coisas que voam gritam "Pégaso!" "Pégaso!" "Pégaso!",
me gritam "Pégaso!, Pégaso!, Pégaso!"
Nesses 20 anos, não tive paz nenhum momento
mas é que são assim os que se criam neste cimento
Nesses 20 anos, das partes cruas e amargas,
restam sinais de estar mais perto dia após dia.
Mas tinha onde fosse...(repete)