IsTo É Democracia Ou IsTo É A Ditadura Da Corrupção?

A Revista “Isto É” n° 2201 (18/01/12) publicou uma reportagem intitulada “Um Mensaleiro Na Parede” (págs. 42 a 45). Nessa reportagem fica claro que transitam pelos corredores do Congresso, sem nenhum constrangimento, “com uma desenvoltura que não revela o peso das acusações”, no dizer dos jornalistas Izabelle Torres e Pedro Marcondes de Moura, personagens que contam com o aval do ex-presidente Analfabeto, assim como de sua enfática aprovação.

A reportagem cita vários nomes de membros petistas ex-pertencentes à quadrilha do Mensalão. Mas que continuam unidos no sentido de manter seus cargos públicos, privilégios políticos e jurídicos, alguns escrevendo e lançando livros e articulando novas façanhas que hão de fomentar mais e mais escândalos de corrupção. Todos eles estão muito à vontade, desde que os supremos tribunais, em últimas instâncias, garantem a impunidade, senão de todos, de boa parte deles.

Afinal de contas, todos sabemos, a “Praça É Nossa” Dos Três Poderes pertence à oligarquia José Romão Sarney. E zela por seus interesses políticos, econômicos, jurídicos. Isto quer dizer: presta serviços com ardente e dedicado zelo aos interesses dos parlamentares da base governista que representam, direta e indiretamente, essa oligarquia.

O Congresso pateticamente representa o Polvo eleitor. Este, fornece altos índices de aprovação ao governo petista. O ex-presidente Analfabeto “descobriu a pólvora”, ou seja, à maneira do jeitinho brasileirinho, os brasilinos se entregam ao aplauso do programa de distribuição de renda aliado ao Bolsa-Bufa. Programa que merece os aplausos, por vezes por demais enfáticos, de membros ditos da dita “Oposição”. Entre aspas. É claro.

O país vive uma farsa política indisfarçável. Os congressistas nunca estiveram tão à vontade, excessivamente irmanados com os mesmos objetivos de manter esse Estado de Sítio dos interesses sociais avassalados, como se fosse um Estado de Direito. A “elite” política irmanada à “elite” econômica e financeira pelos laços indefectíveis da corrupção institucional.

A montanha do dinheiro dos impostos aumenta enquanto decrescem em qualidade os serviços públicos prestados. Não há retorno pertinente à sociedade em educação, saúde, transportes, segurança, habitação (exceto quanto à construção de pombais).

A cultura da corrupção se instalou como se os trâmites políticos e jurídicos estivessem a serviço e trabalhando para a manutenção desse Estado Militar de apoio ao Planalto e a seu carnaval interminável de perversão do interesse público institucional.

Os políticos trabalham arduamente no interesse privado das oligarquias para as quais canalizam de maneira enfática, com uma convicção política fundamentalista, os recursos que deveriam ser canalizados para, por exemplo, a educação.

Mas, por que então o apoio do Polvo a esse desgoverno? Exatamente porque o Polvo não A possui. A, a educação. O Polvo ignora que precisa lutar por direitos fundamentais à pessoa humana. O Polvo produto de uma cultura institucional escravagista, está numa condição mental absolutamente desumana. Mentalmente Regressiva. E satisfeito com ela.

Porque o torneiro mecânico Analfabeto tornou-se um ídolo, um símbolo, um líder dessa anarquia mental regressiva que é a cultura popular baseada no futebol, na MPB cheia de fanatismos populares regressivos, que valorizam as canções cheias de frases de efeitos e de aplausos à vulgarização da malandragem, cantada como se esta fosse a saída para suas feridas sociais que de há muito se transformaram em metástase. Cancerígenas:

As festas e o folclore das drogas, da programação ativa do bumba-meu-boi, do bumba-minha-vaquinha, das bundas e lupanares expostas pelas personagens do Big-Bosta. Com altos índices de audiência. E o Bial com aquela simpatia tipo sobrinho de sinhazinhas, sempre a zelar pela cultura e a vulgaridade dos hábitos e costumes tradicionalmente mantidos pela política do Planalto, que se beneficia dessa cultura, e a torna amplamente afirmativa de uma ignorância atávica que perpetua os congressistas no poder político supostamente democrático.

Esse poder (essa cultura) de democrático possui apenas o apelido. E o apelo. Ao voto. Como pode ser considerado democrático o capitalismo de resultados do PIB? Com a mente das pessoas sendo sucateada perversamente, sadicamente, pelos Big-Bostas e programas afins, assim como pela política das oligarquias que lançam os restos e as migalhas de suas mesas fartas, para que as crianças e os jovens de muitas gerações, atuais e porvir, se contentem com os trinta dinheiros do Bolsa-Bufa?

Na mesma edição acima mencionada da revista “Isto É”, página 48, há uma matéria “O Preço Da Eleição” com o seguinte sub-título: “Prova de fogo da democracia brasileira, a indústria do voto deve movimentar mais de R$ 13 bilhões nas eleições municipais de 2012.”

Eu me pergunto, e talvez o leitor também se pergunte: Que democracia é essa mencionada pelos repórteres da revista que acabavam, na reportagem anterior, das págs. 42 a 45, de identificar nos corredores do Congresso personagens políticas devotadas à agenda infindável da corrupção institucional, segundo suas próprias palavras, transitando “com uma desenvoltura que não revela o peso das acusações que ele (João Paulo Cunha, PT-SP) carrega sobre os ombros”?

Ora, se vivemos numa ditadura da corrupção fantasiada de democracia, por que a grande imprensa nacional, e não apenas a revista “Isto É” identifica esse regime político como sendo democracia? Se, realmente, a própria evidência dos fatos relatados pelos repórteres e pelo dia a dia da corrupção institucional, mostra a evidência da impunidade dos parlamentares corruptos que transitam sem nenhuma mínima decência, o orgulho parlamentar de ser candidato mensaleiro à prefeitura de Osasco?

Todos os candidatos mensaleiros são aplaudidos enfaticamente pelo ex-presidente Analfabeto, que de modo algum admite que o Mensalão haja existido. Quem na imprensa ou entre os eleitores ouviu dele uma única opinião contra membros da quadrilha do Mensalão?

Por que manter o Polvo brasileiro na ilusão de que vive uma democracia? Quando, na realidade dos fatos políticos, o comportamento aético dos parlamentares indica que, em verdade, o país vive uma ditadura da corrupção institucionalizada pelos membros dos Três Poderes da “Praça É Nossa”?

Uma palavra de verdade pode fazer o regime político ser definido pelo que ele realmente é: uma ditadura da corrupção. Como nunca antes de viu neste país: uma corrupção tão abrangente e senhora de si, que diluiu a ideia democrática da existência de uma Oposição política aos partidos da base governista. Todos parecem falar amigavelmente a mesma gramática política normativa. Com o aval radical da sintaxe jurídica.

O país vive a afirmação incondicional, fundamentalista, do solecismo. Político. Jurídico.

Em verdade "Isto É" um aperitivo do que será a New World (Dis)Order.

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 24/01/2012
Reeditado em 25/01/2012
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