Bial que se cuide!
O suposto estupro de Monique por Daniel e a exclusão desse do "Big Brother Brasil" é mais um daqueles fatos que aumentam a audiência nacional e internacional do programa, mas apresenta detalhes controversos.
Os dois negaram à Polícia Civil do Rio de Janeiro que tenha ocorrido estupro e disseram que foram apenas “carícias”, enquanto a direção do programa resolveu desligar Daniel por ter tido um comportamento inadequado.
Tudo bem que a perícia nas roupas íntimas que estavam sendo usadas pelos dois participantes naquela noite, depois da bebedeira, pode esclarecer alguma coisa, mas fica a idéia de que Daniel já foi considerado culpado pela direção do programa, e essa decisão deve ter sido tomada diante de provas concludentes.
O fato novo mesmo é que o estupro foi denunciado pelos internautas dos Twiters e Facebooks, que, diante de outros fatos bizarros, acontecidos em programas anteriores, não tiveram idêntica iniciativa.
Será que o "Big Brother", que faz a cabeça de milhões de brasileiros, começa a ter sua cabeça feita pelos telespectadores? Nesse caso, ocorreria um efeito inverso da proposta de qualquer programa de televisão, que é deixar o público participar sem interferir direta e imediatamente nas suas decisões.
O público exigir certa decisão da direção do programa e ser atendido é o caminho para o telespectador começar a pautar os roteiros desse tipo de programa, das novelas e dos programas de auditório.
Essa pautação existe, obviamente, pelos critérios da publicidade, da audiência e da conveniência às leis sobre a política, a economia, a segurança pública, a moral e os costumes – os mesmos que sempre nortearam a censura - velada, seja classificatória, ostensiva ou até mesmo autocensura.
Mas, no caso em tela, seria o público, alvo dos cuidados institucionais, exercendo a censura, impondo limites à emissora de televisão, o que aumenta ainda mais a responsabilidade dos programadores, diretores, roteiristas e artistas.
A meu ver, esse é um fato novo mesmo: O publico zelando pela integridade física e moral da Mônica, mesmo estando todo mundo cansado de saber que não há participante do Big Brother ingênuo e que aquele programa não é de escoteiros.
Pedro Bial que se cuide!