Refletindo a literatura brasileira
 
     Tenho acompanhado a literatura brasileira há vários anos. A internet, nos dá a possibilidade de ver os surgimentos de novos escritores, poetas e romancistas brasileiros, porém, o que observamos que não há um expoente de escritores em nível de cenário nacional, a não ser, um grande número de escritores amadores, os quais na grande maioria produzem suas obras de maneira independe e em pequenas tiragens.
 
     Em sua imensa maioria, os escritores brasileiros conhecidos no cenário nacional, são pessoas que já possuem idades avançadas. O que podemos deduzir com esta realidade é que, embora, há vários novos escritores e poetas brasileiros, não há uma renovação da literatura nacional, não por falta de escritores, mas por não existir uma política pública e um envolvimento da sociedade, em particular, as mídias e as editoras que promovam o incentivo e a divulgação destes expoentes literários que permanecem no anonimato.
 
     As editoras brasileiras têm publicado livros de literatura com escritores de outros paises. Segundo pesquisas, os autores estrangeiros são os mais vendidos em nosso país. Esta pesquisa nos leva uma profunda reflexão em termos de literatura brasileira, isto é, ou de fato os escritores brasileiros são ruins demais, que não vendem, ou eles não são conhecidos, por isto, não vendem; prefiro acreditar na segunda opção.
 
            É preciso de fato uma grande revolução literária em nosso País;
 
  1. Ter uma política pública literária.
 
            Existe política pública de incentivo áudio-visual. Política esta, que ressuscitou o cinema nacional. Ainda que nosso cinema não é aquele de Hollywood, muitos filmes brasileiros têm se destacado pela qualidade de suas produções, isto se deve a uma política de incentivo a este segmento cultural, da mesma forma, vem ocorrendo com o teatro brasileiro.
 
            Portanto, é necessário também que haja uma política pública literária Esta política não deve vir apenas de incentivo financeiros e fiscais, de financiamentos para publicação de livros, mas da criação de mecanismos de divulgação, de marketing; eventos (bienais diversas por todo país). Nada adianta incentivar a publicação de livros, se não tem a quem vender. Nenhum leitor vai deixar de comprar um livro de um escritor conhecido, para adquirir de um iniciante, ou de um desconhecido. Portanto, a política pública literária precisa promover ações de marketing para que de fato os escritores brasileiros sejam conhecidos pelos leitores.
 
  1. O papel das mídias
 
            Não basta uma política pública literária apenas, mas é necessário o envolvimento da sociedade, e nela inclui de maneira especial as mídias. Ou seja, é necessário o envolvimento das mídias televisivas, escritas, faladas tantas as públicas como as privadas. Divulgação esta, inserida em grades de programações, em programas, matérias jornalísticas, documentários onde a literatura e os escritores brasileiros sejam divulgados, para que assim, suas obras e seus nomes sejam conhecidos no cenário nacional.
 
  1. Editoras
 
            Toda empresa é criada com o objetivo de dar lucro. Infelizmente, um livro que não é vendável, torna-se descartado pela editora, assim também ocorre com o escritor. Porém, na medida que o Estado tenha uma política clara de incentivo a produção. Que tenha uma política bem estruturada de divulgação e marketing. A partir do envolvimento da sociedade, as mídias de maneira particular, estejam envolvidas neste processo revolucionário da literatura brasileira, certamente, as editoras também, serão obrigadas a entrar neste processo, pois o aumento das vendas, as diversidades da literatura e de escritores exigirão delas (editoras) uma postura para que possam competir com a concorrência.
 
            Enfim, o País (Estado), a sociedade brasileira, não pode continuar tratando a literatura como vem acorrendo há décadas. A literatura é a identidade cultural de uma Nação, de seu povo. Temos que preservar a memória dos nossos grandes escritores e poetas, mas temos que nos inserir na contemporaneidade, ou seja, precisamos continuar nossa literatura sem ficar parado, ou estudando em pleno século XXI as literaturas dos séculos passados.
 
     Tempos atrás houve uma discussão sobre a obra de um grande escritor brasileiro Monteiro Lobato, devido parte de um texto escrito há mais de 50 anos, ser considerado por alguns educadores preconceituoso. Evidentemente,  para uma sociedade que pensa a age completamente diferente do tempo em que fora escrito o texto, muitos podem ter esta interpretação. Porém, isto somente ocorreu devido o atraso literário em que o Brasil se encontra, pois, devemos sim, conhecer e estudar os grandes poetas brasileiros, porém, sem perder vistas para os novos escritores, que escrevem e pensam como a sociedade atual e pelo grande conhecimento intelectual que possuem, suas literaturas devem também conhecidas e estudadas.

Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 09/01/2012
Reeditado em 09/01/2012
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