SONHEI QUE EU ERA UM DEUS

Aproximadamente no meio do meu sono, sonhei que eu era um deus. Não me recordo se tratava-se de uma divindade Judia, Cristã, Budista, Islamita, Hinduísta ou Espírita Kardecista. Só sei que me transformei num deus que fez um planeta Terra bem diferente.

Nesse lugar não havia um pingo de tristeza, saudade, sofrimento. Não existiam guerras, ganância, ódio, racismo, gigantescas diferenças

sociais, corrupção moral, modernos aviões lançando bombas matando

por atacado, inclusive crianças.

No citado planeta as pessoas estavam constantemente impregnadas de imenso amor, solidariedade, mas os indivíduos eram

dotados de um problema visual: eles não tinham a capacidade de

distinguir entre alguém branco ou negro, e por causa disso o amor

era espalhado em todos os lugares.

Como, no meu dormir, eu era um deus, eu fazia o que eu bem

entendia, sem nenhuma restrição. Consequentemente, resolvi

transformar o mundo num imenso jardim, completamente florido,

cheio de lindos pássaros e borboletas, cristalinas fontes, onde as

pessoas andavam nuas, sem sentir o menor pudor, como era o caso

de Adão e Eva no período pré-maçã e serpente.

No entanto, nesse planeta, os seres humanos não eram

perfeitos. Eles eram caracterizados por um brutal vício: todos eram

viciados em ajudar uns aos outros. Em decorrência disso, havia total

harmonia e equilíbrio.

Na condição divina, não inventei nenhum tipo de doença, e por

isso não havia médicos milionários graças a vários tipos de câncer,

por exemplo. No meu sonho eu era um deus viciado em perfeição e

felicidade.

No meu sonhar não havia nenhum caso de depressão, e, em

consequência disso, não existiam bilionárias multinacionais farmacêuticas colecionando bilhões de dólares graças ao sofrimento

de centenas de milhões de pessoas.

Dado o fato de que eu era uma toda poderosa divindade, criei

um infinito amor entre homens e mulheres, e isso resultou no fato de

que não havia nenhum advogado milionário devido à existencia do

divórcio.

No meu sonho não existiam carros blindados, já que eram completamente inexistentes os sequestros, dada a não existência

de brutais diferenças sócio-econômicas.

Não havia presídios abarrotados de seres vivendo à margem do

amor, e por isso mesmo não existia nenhum policial, honesto

ou corrupto. Na minha condição divina, não tolerei a existência de

juízes, probos ou ladrões, mesmo porque não havia nenhuma

modalidade de crime. Todo mundo era viciado em amar.

Dado o fato de que, no meu sonho, eu era um deus, resolvi

criar um planeta sem favelas, traficantes de drogas, máfias, Ministério

Público corrupto, ou policial se enriquecendo de uma dia para o outro

com o dinheiro recebido de poderosos vendilhões de cocaína.

Quando, no meu sonho, estava tudo na mais linda perfeição,

fui acordado por um estrondoso barulho. Era um esquadrão da morte

matando um trombadinha que havia roubado um prato de comida. Foi

aí então que eu descobri que eu não era nenhum tipo de deus. Notei

que eu era tão somente eu, um euzinho qualquer.

IRAQUE

Iraque
Enviado por Iraque em 15/11/2011
Código do texto: T3337747
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