Em Que Acreditamos
Quais os caminhos da vida para a felicidade? Penso que existam muitos. Dizem que felicidade é uma coisa muito pessoal. Isto pode ser verdade, mas também pode suscitar a ideia de que qualquer estado que faça alguém satisfeito naquela condição seja chamado de felicidade. Se fosse assim, o mendigo poderia ser feliz, como também o doente, o desempregado, até o criminoso. Então concluímos que felicidade tenha a ver com expressão do estado ideal para ser feliz. Mas qual seria esse estado? Em primeiro lugar, toda e qualquer felicidade não pode ser egoísta. Ela precisa conter também a felicidade de quem vive conosco até que esse sentimento se estenda na o ponto de abranger o mundo inteiro.
Em outras palavras o planeta precisa estar feliz para que eu me sinta verdadeiramente feliz. Podemos concluir daí que, se cada um trabalhar com sinceridade no sentido de melhorar cada vez mais as condições de vida para que todos sejam felizes, aí, sentiremos o prazer da verdadeira felicidade.
Mas e a felicidade individual, onde é que fica? É a mesma coisa; a felicidade de uma pessoa está diretamente ligada ao seu sentimento de amor ao mundo. É um sentimento menor que se expande à medida que a pessoa se conscientiza de sua missão no mundo. Se eu tiver em minha mente pensamentos de ódio, insatisfação com o meu vizinho, meu companheiro de trabalho ou com meus familiares dentro do meu lar é impossível que eu seja uma pessoa feliz. Há, arraigado em todos, o conceito da felicidade familiar e ela é fundamental. Porém a felicidade de toda a família é um estágio de onde se deve partir para a felicidade do todo. É onde a maioria estaciona. Mesmo homens realizados na vida em todos os sentidos costumam achar que não precisam fazer mais nada porque ele está muito bem e a família também, obrigado, mas não pode parai aí; senão o mundo não melhora de fato. É por isso que há o conceito na cabeça de tantos de que não há a felicidade completa, de que felicidade é feita de bons momentos e de que só há momentos felizes e não felicidade. Isto é porque quanto mais a pessoa se esforça para a sua felicidade, mais ela percebe que há muitas dores no mundo e assim sente, no fundo, a tristeza e a frustração.
Quando trabalhamos em causas grandiosas, que visam a implantação de um mundo sem sofrimentos, onde todos possam ser igualmente felizes, mesmo sabendo que este mundo só será mesmo concretizado para o neto do meu bisneto, isto não importa. Se contarmos a vida, o tempo da vida, somente dentro do espaço que vai do meu nascimento no mundo material até o meu desaparecimento dele, qualquer felicidade que eu venha a buscar vai se restringir preferencialmente a mim e eu vou me importar muito pouco com o mundo em que eu vivo. Mas, se eu me conscientizar de que esta é a minha casa e que nela todos precisam ser felizes e não somente eu, a felicidade que brotará do meu íntimo será verdadeira, pois estará isenta de sentimentos egoístas. Desejar a felicidade somente para si e para o círculo restrito onde se vive é desejar uma felicidade egoísta que não visa a perfeição do mundo. Para que se haja assim, o ponto de partida é o essencial. Se começar achando que paraíso na Terra é uma Utopia; que isto nunca vai acontecer porque o ser humano é mau por natureza e não tem jeito, só esse pensamento vai impedir a qualquer um de tomar a iniciativa. A vida é o resultado da nossa crença e é ela que gera as ações verdadeiras que levarão à mudança.