CLASSICISMO
CLASSICISMO
“O homem é um ser imperfeito, criado simples e ‘ignorante’, isento de script, mas pelo reflexo do orgulho e da vaidade, se insere com constância em atos delituosos e de cunhos maldosos. Com um ambiente amplo e confortável a sua disposição, transformado numa extenuante psicosfera, trucidam o seu livre-arbítrio, destruindo por completo as bonanças divinas ao usar sem planejamento os valores a ele inerentes. Já os animais irracionais habitam ambientes fechados, no entanto a força exercida por eles tem um viés definido, a perpetuação da espécie.
A sábia natureza proporciona essa atitude, em função da sobrevivência, diretriz que o ser hominal tem de sobra pela inteligência, um dom que só ele foi beneficiado. Infelizmente a incapacidade de usá-lo integralmente tem levado o ser humano a cometer deslizes, seja consciente ou inconscientemente. Desde os primórdios, o hominal procurou viver em sociedade, daí surgindo grupos, tribos, vilas, comunidades, pequenas cidades, clãs e cidades. As classes sociais surgiram da evolução e do crescimento dessas associações, pois anteriormente a comunicação era quase impossível, visto que gestos, gritos, e pancadas em diferentes objetos foram usados nesse intuito. Surgiram as tão conhecidas idades em decorrência da evolução humana. A Pré História, a Idade Antiga, a Idade Média e a Contemporânea.
Um dos aspectos mais cruciais para a evolução do homem talvez tenha sido a linguagem, isto é, a maneira de se comunicar oralmente. Os códigos tiveram grande importância, pois a convenção estabelecida por um grupo ou comunidade teve fluência rápida. Código em sua sinonímia é um conjunto de sinais convencionados pelo homem com o fim de construir e transmitir mensagens. A Pré-história começa com o surgimento dos primeiros homens, isto a aproximadamente dois milhões de anos, prolongando-se até a invenção da escrita. Este período vai até 4.000 anos, antes de cristo. Nesse período podemos incluir algumas nuanças citadas nas entrelinhas desta matéria. Na Idade Antiga de 4.000 anos, antes de Cristo, até a queda do Império Romano do Ocidente em 476. De 476 até a invasão da cidade de Constantinopla (atual Istambul) pelos turcos, em 1453.
Vem a Idade Moderna, de 1453 até o início da Revolução Francesa, em 1789. Já a Idade Contemporânea vem de 1.789 até os dias atuais. Não existe um consenso geram a respeito dessas idades, em virtude das mudanças não terem ocorridos de um dia para o outro como observamos nos períodos supracitados. A Europa é vista com mais importância, em detrimento dos Continentes asiático e africano. Afirmam os historiadores que existem povos que ainda não fazem uso da escrita, o que não quer dizer que não possuam uma história. Esta divisão está contida na história da humanidade. Entre uma idade e outra, muitos acontecimentos importantes ficaram marcados na história. Muitas lutas, guerras e batalhas sacudiram a humanidade e muitos povos e civilizações foram dizimadas.
Os signos, assim como os Códigos fizeram a sua história, daí surgindo à expressão signo lingüístico. A história é construída de fatos e acontecimentos, com o desenvolvimento do signo lingüístico surgiram às literaturas e suas ramificações literárias. Na era medieval o impulso literário tomou conotações importantes, no entanto não podemos deixar de citar os inventores do alfabeto, os fenícios, um sistema de escrita em que cada sinal corresponde a um som, e não a uma idéia ou palavra. A palavra alfabeto é formada a partir das duas primeiras letras do alfabeto fenício, “Aleph” e “bet”, que depois os gregos as transformaram em alfa e beta. É bom lembrar que o alfabeto dos fenícios era composto por 22 letras, sendo muito mais simples do que dos egípcios, as primeiras letras eram só consoantes, logo após vieram às vogais criadas pelos gregos.
Ressalte-se que o clima de liberdade e debates políticos existente na maioria das cidades gregas favoreceu o aparecimento de estudiosos, conhecidos mais tarde com filósofos. Do esforço dos antigos gregos surge a Filosofia (Amor a sabedoria), Sócrates (470-309 A.c), Platão (427-347 A.c) e Aristóteles (384-322 A.c). Sócrates apesar da sua importância para a Filosofia grega, nada escreveu e seus ensinamentos foram repassados por seu discípulo Platão. Outros acontecimentos tiveram notoriedade na história da humanidade, mas vamos ao assunto principal dessa matéria, o Classicismo. O classicismo é o período compreendido entre os séculos XV e XVI abrange um conjunto notável de realizações nos campos artísticos e científicos. A esse período, em geral identificado como uma época de súbito reviver do interesse pela cultura da Grécia e de Roma antigas, dá-se o nome de Renascimento. Fonte: (Português Linguagens 1 - William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães)
Segundo Nicolau Sevcenko, a história da cultura Renascentista nos ilustra com clareza todo o processo de construção cultural do homem e da sociedade contemporânea. Nele se manifestam os germes do individualismo, do racionalismo e da ambição ilimitada, típicos de comportamentos mais hiperativos e representativos do nosso tempo. Ela consagra a vitória da razão abstrata, que é a instância suprema de toda cultura moderna, versada no rigor das matemáticas, que passarão a reger os sistemas de controle do tempo, do espaço, do trabalho e do domínio da natureza.
O Renascimento é uma verdadeira revolução cultural, que corresponde à transição da época medieval ao mundo moderno. Destacam-se a nova visão do mundo pela a sociedade emergente com a crise do feudalismo e o desenvolvimento da economia mercantil. A denominação renascimento tem ligação com os valores e ideais da Antiguidade Clássica, greco-romana, por oposição aos valores medievais que desprezaram. Esse movimento cultural representa mais uma continuação do que uma ruptura em relação ao mundo da Baixa Idade Média, em que teve sua origem atingindo a máxima plenitude com os séculos XV e XVI. O berço do Renascimento foi à Itália.
Para encerrar, devemos citar a importância do Classicismo Português, em que se destacam: poesia (Lírica e Épica), com Luiz de Camões e Sá de Miranda; Prosa (Novela sentimental, de Bernadim Ribeiro; Novelas de Cavalaria, de João de Barros e Francisco de Morais; Crônica histórica, de João de Barros; e Literatura de viagens, de Fernão Mendes Pinto); Teatro, com “A tragédia castro” (a primeira peça de influência no teatro lusitano), de Antonio Ferreira. O grande nome do Classicismo Lusitano foi Luiz de Camões, poeta que traduziu os anseios do homem português renascentista. Camões lutou por seu país no norte da África, onde perdeu um olho. Em 1550, foi preso, do que decorreu um exílio de dezessete anos. Sua obra principal recebeu o nome de Os lusíadas. Morreu em Portugal em 1580.
Um fato dentro do Classicismo que merece ser citado é o plágio. A palavra epigrafada não era usada como no contexto atual: “A noção de plágio ganhou força somente a partir do Romantismo (século XIX), quando os artistas, sentindo-se ‘gênios’ ou ‘escolhidos’, começaram a cultuar o próprio eu e passaram a dar grande valor à noção de autoria e de originalidade de uma obra de Arte. Antes disso, era comum um poeta imitar o outro, a quem tomava por mestre, como forma tanto de homenageá-lo quanto de exercitar e desenvolver técnicas poéticas próprias.” Pense nisso!
ANTONIO PAIVA RODRIGUES - MEMBRO DA ACI, DA ALOMERCE, DA AOUVIR/CE, DA AVSPE, DA UBT E DA ASCE.