“PADIM CIÇO”

Em 18-3- 2011 terminei de ler o livro “PADRE CÌCERO” - Poder, Fé e Guerra no Sertão” de autoria do jornalista e escritor Lira Neto sobre a saga do Padre Cícero Romão Batista no nordeste, principalmente em Juazeiro do Norte, no estado do Ceará. Entre secas, fome, peste e guerras “ Padim Ciço” termo sui generi no linguajar popular da região, fez dele o maior ídolo do sertão agreste.

Padre Cícero com sua fina verve clerical e respeitável contestou bispos, cardiais e até o Papa Leão III. Com sua estratégia política foi prefeito em Juazeiro em diversos mandatos, foi terceiro e segundo vice presidente do estado do Ceará. Foi também eleito deputado federal com estrondosa votação, mas não exerceu o mandato e nem foi receber o diploma.

Floro Bartolomeu seu afilhado político, sem partido foi eleito deputado federal com esmagadora votação só com seu aval. Padre Cícero ajudou eleger muitos políticos na época.

Um dos atos mais polêmicos do Padre Cícero foi nomear Virgulino Ferreira da Silva, O Lampião a patente de capitão.

A Igreja Católica Apostólica Romana não acreditava nos milagres de Juazeiro, por esse motivo o afastou da ordem. Embusteiro ou não aos milagres do Juazeiro, hoje à cidade é um dos polos mais desenvolvidos do Ceará, o turismo é um dos maiores do estado graças ao santo padre.

Humilhado pela Igreja deixou apreciável espólio para a Santa Sé, patrimônio este que a Igreja não titubeou em apoderar-se.

Padre Cícero como personalidade política e religiosa poderia estar postado ao lado de Tiradentes ou Frei Galvão. Ele era o médico do corpo e da alma do nordestino pobre. Ainda bem que há um movimento no Vaticano para reabitá-lo.

Lair Estanislau Alves. Junho de 2011

Sô Lalá
Enviado por Sô Lalá em 10/07/2011
Reeditado em 15/03/2013
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