Espírito Santo
Segundo o sincretismo cristão, Espírito Santo é parte de uma tríade de deidades, na qual ele assume a 3ª posição (politeísmo?). É uma trindade divina, mas contida em uma única divindade suprema (??? - afinal, é politeísmo ou não é?). Contudo, será que ele é realmente uma divindade? Ou algo mais transcendental, intrínseco a todos nós?
ESPÍRITO SANTO
Na Bíblia hebraica (Velho Testamento), o termo hebraico Ruach HaKodesh é usado muitas vezes; ele é traduzido literalmente como Espírito Santo. Na Bíblia hebraica, ele se refere à presença de Deus na forma experimentada por um ser humano. A maioria dos cristãos considera o Espírito Santo como o próprio Deus, parte da Trindade.
Os textos originais dos evangelhos que compõem o Novo Testamento foram escritos em grego koiné (um dialeto diferente do grego clássico). O koiné não possuía artigos indefinidos (um, uma, uns, umas), apenas tinha os definidos (o, a, os, as). Os artigos indefindos eram subentendidos. Quando a palavra era determinada, sempre se usava artigos definidos, e sendo indeterminada, pressupunha-se sempre o uso dos artigos indefinidos. Quando a palavra aparecia sozinha, sem artigo acompanhando, entendia-se a palavra isoladamente ou com o artigo indefinido, por exemplo: ‘Caminho feliz’, podia ser também ‘um caminho feliz’, mas nunca seria ‘o caminho feliz’. Contudo, se um artigo definido acompanhasse o vocábulo, ele deveria ser entendido literalmente, por exemplo: ‘O caminho feliz’, só teria esta forma e jamais poderia ser ‘um caminho feliz’. Nos textos originais (koiné), não há a expressão “O Espírito Santo”, mas em todas as ocasiões lê-se “UM Espírito Santo”. Portanto, houve um erro, intencional ou não, na tradução para o latim (executada por Jerônimo de Estridón). Isto foi o suficiente para se interpretar que existe outra divindade distinta e, ao mesmo tempo, una com Deus, além de Jesus. O PAI, o Filho e o Espírito Santo: A Santíssima Trindade, dividida em primeira, segunda e terceira pessoa, respectivamente. Segundo esse conceito, as três deidades existiriam distintamente e seriam o próprio PAI, simultaneamente. Essa simultaneidade, aparentemente, elimina a característica politeísta inerente ao conceito de Trindade, mas fica subentendido. Foi uma jogada de mestre por parte da Igreja, porque, assim, agradavam tanto os monoteístas – como os judeus convertidos, por exemplo – como os politeístas do Império.
O Espírito Santo, Segundo a Visão Judaica
A literatura midrash contém muitas afirmações acerca do Espírito Santo. É escrito que o Espírito Santo, sendo de origem celeste, é composto, como tudo aquilo que vem do céu, de luz e de fogo. Quando descansou sobre Finéias, a sua face ardeu como um archote (Midrash Lev. Rabbah 21). Quando o Templo foi destruído e o povo de Israel foi para o exílio, o Espírito Santo regressou ao céu, o que é indicado em Eccl. 12:7: “o espírito voltará para Deus” (Midrash Eccl. Rabbah 12:7). O espírito, por vezes, fala com voz masculina, e outras com voz feminina (Eccl. 7:29). Isto é, como a palavra “ruah” é tanto masculina quanto feminina, o Espírito Santo foi concebido como sendo, por vezes, um homem e outras uma mulher.
De acordo com a tradição judaica, o Espírito Santo se apresenta apenas a uma geração digna, e a freqüência das suas manifestações é proporcional à retidão. Não se registraram manifestações deste no tempo do Segundo Templo (Talmude, Yoma 21b), embora se dessem muitas no tempo de Elias (Tosefta ao Talmude Sotah, 12:5). De acordo com Jó 28:25, o Espírito Santo repousa sobre os Profetas em vários graus, alguns profetizando o conteúdo de apenas um livro, outros preenchendo dois livros (Midrash Lev. Rabbah 15:2). Ainda assim, não repousava sobre eles continuamente, mas apenas por períodos de tempo.
Os estágios de desenvolvimento, dos quais o mais elevado é o Espírito Santo, são os seguintes: zelo, integridade, pureza, santidade, humildade, temor do pecado, o Espírito Santo. O Espírito Santo conduziu Elias, o qual traz os mortos à vida (Yer. Shab. 3c, acima, e passagem paralela). O pacto sagrado através do Espírito Santo (Midrash Tanhuma, Vayeki, 14); qualquer um que ensine a Torah em público partilha do Espírito Santo (Midrash Canticles Rabbah 1:9, end; comp. Midrash Lev. Rabbah 35:7). Quando Finéias pecou, o Espírito Santo apartou-se dele (Midrash Lev. Rabbah 37:4).
A tradição judaica divide os livros da Bíblia Hebraica em três categorias, de acordo com o nível de profecia que os seus autores teriam alcançado.
Os resultados visíveis da atividade do Espírito Santo, de acordo com a concepção judaica, são os livros da Bíblia, os quais terão sido, na sua totalidade, compostos sob a sua inspiração. Todos os Profetas falaram “no Espírito Santo”; e o sinal mais característico da presença do Espírito Santo é o dom de profecia, no sentido em que a pessoa sobre a qual ele repousa vê o passado e o futuro. De acordo com o Talmude, com a morte dos três últimos profetas, Ageu, Zacarias e Malaquias, o Espírito Santo cessou de se manifestar em Israel; mas o Bat Kol (voz celestial) ainda estava disponível.
Conclusão
A visão judaica retrata, na idiossincrasia deles, a sintonia com o PAI e, conseqüentemente, com o Cosmo. O termo sintonia, aqui empregado, no contexto do Espírito Santo, vai além de um bom comportamento cotidiano, onde se prima pelo respeito ao próximo, à Natureza e aos demais seres vivos. É um momento sublime, quando se desfaz o véu que separa o físico do espiritual. Esta sintonia com o Pai é condizente com a conduta e com o estado psíquico do indivíduo no momento, a fé. Estes fatores, quando direcionados a valores elevados, induzem à supracitada sintonia. Este fenômeno pode promover diversas manifestações com variados níveis de intensidade: Podem ocorrer curas, previsões do futuro, contatos com consciências extrafísicas, etc. Fatos conhecidos como fenômenos paranormais pela Ciência, todavia, ainda não totalmente comprovados cientificamente, o que faz com que a Ciência adote uma postura neutra, não se precipitando em adiantar conclusões definitivas, em face da maior parte dos estudos e pesquisas ainda se encontrarem em fase embrionária. São comuns tais ocorrências em templos, durante certas reuniões e algumas pessoas são mais suscetíveis que outras. Existem também fatores genéticos que contribuem para esta suscetibilidade, mas acima de tudo está o grau de entronização que o indivíduo tem para com o PAI e toda a Sua Obra. Somos, todos, parte do PAI Celestial e, por conseguinte, estamos conectados a Ele, mas nem sempre estamos em sintonia com Ele. Porém, quando O sintonizamos, inúmeras manifestações metafísicas benéficas podem ser vivenciadas. Sintonizar o PAI significa sintonizar também planos de existências extracorpóreas. Todos podem experimentar, com maior ou menor intensidade, este fenômeno, independentemente de templos ou religiões. O Espírito Santo é isto e está em cada um. Ele é o canal com o PAI, a sintonia, a paranormalidade – ou mediunidade, segundo a doutrina espírita – caritativa, o dom de Deus, etc. Não é uma deidade distinta e externa a nós. Este conceito foi criado pela Igreja para aprisionar seus prosélitos, fazendo-os crer que somente através do cristianismo seria possível experimentar a manifestação do Espírito Santo.
Usualmente, o conceito de Espírito Santo alude manifestações de cunho benéfico. Portanto, isto só ocorre quando há a sintonia com o PAI. Porém, quando isto não acontece, o canal pode se abrir para energias menos dignas. Neste caso, o conceito de Espírito Santo não se encaixa. No entanto, todos têm livre-arbítrio para buscar o que mais lhe aprouver.
Fonte: http://www.webartigos.com/articles/68591/1/Espirito-Santo/pagina1.html#ixzz1PvT6glhQ
(Fonte original: Livro QUIMERA em http://www.clubedeautores.com.br/book/41787--QUIMERA ou http://www.agbook.com.br/book/29473--QUIMERA)
Autor: Suriman B. Carreira
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