Contradições bíblicas - 3ª parte.

A Bíblia possui muitas contradições. Para ser a Palavra de Deus, não poderia possuir nem uma sequer.

I Samuel, capítulo 9, verso 9: “Antigamente em Israel, indo alguém consultar a Deus, dizia assim: Vinde, e vamos ao vidente; porque ao profeta de hoje, antigamente se chamava vidente”.

Comentário(s): O aludido trecho do primeiro livro de Samuel afirma, inequivocamente, a existência de videntes (médiuns) e que passaram a ser denominados profetas naquela época, ou seja, a passagem diz que eram a mesma coisa (videntes = profetas). Além da referida sinonímia, destaca-se, textualmente, que era costume consultar videntes.

II Crônicas, capítulo 16, verso 7: “Naquele mesmo tempo veio Hanani; o vidente, a Asa, rei de Judá, e disse-lhe: Porquanto confiaste no rei da Síria, e não confiaste no SENHOR teu Deus, por isso o exército do rei da Síria escapou da tua mão”.

Comentário(s): A supracitada passagem do segundo livro de Crônicas, além de confirmar a existência dos videntes (profetas) na sociedade hebraica de então, confirma mais uma vez, literalmente, que até os monarcas hebreus os consultavam.

Deuteronômio, capítulo 18, versos de 10 a 12: “[10] Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; [11] Nem encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos; [12] Pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao SENHOR; e por estas abominações o SENHOR teu Deus os lança fora de diante de ti”.

Comentário(s): Nos referidos trechos de Deuteronômio, Deus condena todo tipo de manifestação extra-sensorial (mediunidade), mas os profetas são os videntes, segundo as já supracitadas passagens de I Samuel e II Crônicas, inclusive, exaltados inúmeras vezes em toda a Bíblia. Nestas passagens de Deuteronômio, Deus abomina a figura do prognosticador, contudo, todo profeta é um prognosticador, pois prognosticar é profetizar, predizer.

O Deuteronômio foi escrito por Moisés e a sua morte findou-o, isto é, o Deuteronômio é mais antigo que os livros de Samuel e Crônicas, portanto, como Deus proíbe consultas com videntes (profetas; prognosticadores) e, depois, cronologicamente, nos livros de Samuel e Crônicas elas figuram normalmente? Seriam transgressões claras às leis mosaicas ou apenas mais algumas explícitas contradições? Se forem transgressões, então, a Bíblia está repleta de tais violações, pois os profetas e as consultas a eles pululam a “palavra de Deus”. É óbvio que são contradições explícitas.

Mateus, capítulo 17, versos de 1 a 8: “[1] Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro e aos irmãos Tiago e João e os levou, em particular, a um alto monte. [2] E foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandecia como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. [3] E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele. [4] Então, disse Pedro a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, farei aqui três tendas; uma será tua, outra para Moisés, outra para Elias. [5] Falava ele ainda, quando uma nuvem luminosa os envolveu; e eis, vindo da nuvem, uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi. [6] Ouvindo-a os discípulos, caíram de bruços, tomados de grande medo. [7] Aproximando-se deles, tocou-lhes Jesus, dizendo: Erguei-vos e não temais! [8] Então, eles, levantando os olhos, a ninguém viram, senão Jesus”.

Comentário(s): Estas passagens constantes no evangelho de Mateus descrevem, indubitavelmente, uma manifestação absolutamente paranormal (mediúnica) e diametralmente oposta aos supracitados trechos do Deuteronômio 18:10–12. Segundo tais passagens de Mateus 17:1–8, Jesus contatou mortos em uma evidente materialização, violando, deste modo, o Deuteronômio 18:11, ou seja, Jesus era um paranormal, um médium, um profeta, ratificando as já citadas passagens dos livros de Samuel e Crônicas, mas contradizendo escandalosamente o Deuteronômio 18:10–12.

Em Mateus 17:9, é notória a preocupação de Jesus no que concerne à proibição de comunicação com desencarnados: “E, descendo eles do monte, Jesus lhes ordenou, dizendo: A ninguém conteis a visão, até que o Filho do homem seja ressuscitado dentre os mortos”. A ordem de Jesus aos seus apóstolos denota que Ele estava ciente que infringira o supracitado Deuteronômio proibitivo e que as conseqüências disso poderiam malograr a Sua Missão. Mateus 17:9 é mais um claro indício de que Jesus dialogava com os mortos, assim como fazem os médiuns nos centros espíritas, reforçando a tese de que Jesus era dotado de poderosíssimas faculdades mediúnicas.

Números, capítulo 11, versos de 24 a 30: “[24] E saiu Moisés, e falou as palavras do SENHOR ao povo, e ajuntou setenta homens dos anciãos do povo e os pôs ao redor da tenda. [25] Então o SENHOR desceu na nuvem e lhe falou; e, tirando do Espírito, que estava sobre ele, o pôs sobre aqueles setenta anciãos; e aconteceu que, quando o Espírito repousou sobre eles, profetizaram; mas depois nunca mais. [26] Porém, no arraial, ficaram dois homens; um se chamava Eldade, e o outro, Medade. Repousou sobre eles o Espírito, porquanto estavam entre os inscritos, ainda que não saíram à tenda; e profetizavam no arraial. [27] Então, correu um moço, e o anunciou a Moisés, e disse: Eldade e Medade profetizam no arraial. [28] Josué, filho de Num, servidor de Moisés, um dos seus escolhidos, respondeu e disse: Moisés, meu senhor, proíbe-lho. [29] Porém, Moisés lhe disse: Tens tu ciúmes por mim? Quem dera que todo o povo do SENHOR fosse profeta, que o SENHOR lhes desse o seu Espírito! [30] Depois, Moisés se recolheu ao arraial, ele e os anciãos de Israel”.

Comentário(s): Mais passagens que contradizem o Deuteronômio. Nestes versículos do capítulo 11 de Números, o próprio Moisés, autor do Deuteronômio, infringe suas próprias normas ao possibilitar e permitir que homens prognostiquem. Moisés transgrediu Deuteronômio 18:10, pois profetizar é prognosticar. Além desta clara violação (pelo próprio autor da regra, diga-se de passagem) à proibição da prática do vaticínio, Moisés mostra-se integralmente a favor de tais manifestações paranormais (mediúnicas).

(Fonte: Livro QUIMERA em http://www.clubedeautores.com.br/book/41787--QUIMERA ou http://www.agbook.com.br/book/29473--QUIMERA)

Autor: Suriman B. Carreira.

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