São João do Nordeste
Pela minha origem matuta, nascido e criado na roça, onde vivi até a adolescência, sempre achei que o São João era a melhor festa do ano. A tradicional fogueira, onde se assava o milho e em volta da qual se dançava a quadrilha ao som de um trio do forró, composto pela sanfona, triângulo e pandeiro, era a nossa diversão junina.
Para manter a tradição, mesmo com a sofisticação da modernidade, o São João talvez seja ainda a maior festa do Nordeste. Cada estado da região geralmente aponta uma cidade do interior como sendo a de maior ou melhor São João. Como exemplos, temos Caruaru, em Pernambuco, e Campina Grande, na Paraíba, cuja disputa vai se acirrando a cada ano. Uma diz que tem o melhor e a outra que tem o maior São João do Mundo, e por aí vai. Pela distância entre si, em torno de 140 quilômetros, o turista prefere conhecer os dois festejos, fazendo assim o seu julgamento. Paraibanos e pernambucanos ficam na condição de suspeitos para julgar. Ambas as cidades promovem suas festas durante todo o mês de junho, com tempo suficiente para as mais diversas apresentações de artistas do forró, em cujas músicas procuram lembrar aquele que simbolizou o autêntico “forró pé de serra”, o saudoso Luiz Gonzaga, o Rei do Baião.
Assim, desde o Maranhão até a Bahia, aí incluindo os nove estados nordestinos, o São João se espalha por toda a região, com a animação própria de cada cidade ou arraial, onde não falta forró e muita comida típica derivada do milho.
Quem gosta de se remexer ao som do forró, comer canjica ou pamonha e tomar um quentão, é hora de vir ao Nordeste. É hora de comprovar o que diz Domiguinho: “isso aqui tá bom demais”.