O poder da imaginação Criativa (solucionando problemas)
“O dia de ontem nada mais foi que um sonho, o amanhã, uma visão apenas.”
Mas o dia de hoje, bem vivido, faz do passado um sonho de felicidade e do futuro, uma visão de esperança.
Verso, tirado do sânscrito, que era o favorito de um menino do sertão canadense, que se tornou um dos grandes médicos mundiais, Sir William Osler.
É importante você perceber que a capacidade para resolver problemas depende de qualidades mentais, como a inteligência, o raciocínio e a imaginação criadora. Torna-se praticamente impossível encontrarmos soluções acertadas para os nosso problemas se não tivermos uma imaginação fértil.
Todas as vezes que estamos diante de uma situação e nos fazemos a pergunta “De que modo poderei resolver isso?”, estaremos batendo na porta da nossa imaginação como a pedir-lhe que nos dê alguma idéia, alguma solução.
O filósofo inglês Disraeli disse: “A imaginação governa o mundo”. E até certo ponto para governar as relações pessoais. Sem ela, até mesmo a regra única não se aplica. Jamais poderemos tratar os outros como queremos ser tratados, a menos que tenhamos imaginação suficiente para ficarmos no lugar deles.
Basicamente, qualquer ato humano requer imaginação ativa. O apóstolo São Paulo, quando falou no Monte de Marte, conquistou rapidamente a audiência rebelde e anticristã dizendo que ele também cultuava um deus “desconhecido”, Repetidamente, Cristo fazia uso de soberba imaginação ao entrar em contato com estrangeiros. Por exemplo: um dia, nas praias de um lago, viu dois pescadores que queria ter por discípulos. Estavam prestando atenção à rede e falando de pescarias. Interrompê-los, pedindo que se voltassem para a religião, seria imprudente e inconveniente. Mas, sabiamente, o Mestre resolveu o problema dizendo: “ Venham comigo, e os farei pescadores de homens.” Esta palavra, “pescadores” contribuiu para chamar a atenção dos homens e conquistá-los.
Muito ao contrário, inúmeras inimizades podem ter por causa não se cogitar da maneira como o próximo reagirá. Por exemplo, em uma cidade chinesa, a colônia inglesa mantinha um clube luxuoso, em cuja fachada uma inscrição proclamava: “Proibida a entrada a chineses e cachorros”. Os jornalistas que lá estiveram e observaram este fato disseram na ocasião: “A Ásia acabou-se para o homem branco: só se pode atribuí-lo a esta falta de tato.”
Quando dizemos a alguém “Pense duas vezes antes de falar”, queremos significar não somente ponderar o que estamos para dizer, mas também imaginar como a nossa observação será recebida. Muitas descortesias que causam desapontamento se devem à falta de uso da imaginação. Talvez de agora em diante você aprenda a evitar problemas de relacionamento, ao pensar e refletir sobre suas palavras.
A Universidade de Harvard fez em 1982 um estudo dos motivos por que os empregados perdem a colocação, quando pareciam estar bem em suas funções. Verificou-se que somente 34% são despedidos por falta de capacidade, enquanto 66% são despedidos por fracassarem nas relações humanas – por falta de capacidade de se porem no lugar dos outros – por falta de uso da imaginação.
Experimentando constantemente ficar no lugar dos outros, você pode crescer criadoramente e evitar problemas de relações humanas, seja no trabalho, no lar ou na vida social. O importante é atuar ativamente e não de modo passivo, esperando que os outros ajam em nosso favor. Na psicologia chamamos de “empatia” esta capacidade de transportarmo-nos “para o outro lado”, ficando de acordo com o modo de ser da outra pessoa.
A empatia é o segredo do A. A. (Alcoólicos Anônimos). Esta organização revela um exemplo notável de altruísmo e é uma prova real do poder humano para resolver seus problemas. Durante anos e anos, todos os remédios, religiões e terapias conseguiram reabilitar menos de 4% dos alcoólicos. Mas trocando de lugar com outras vítimas do álcool, os membros da A.A. estão promovendo a recuperação de mais de 60% daqueles que os procuram. Esta é mais uma prova da capacidade que cada ser humano tem em resolver seus próprios problemas, quer usando a imaginação criadora, a empatia, o raciocínio ou qualquer outro meio.
Conforme Ian Maclaren observou: “Pecamos contra o que nos é mais caro, não por não amarmos, mas por não imaginarmos.”
As estatísticas dos casamentos americanos (no Brasil ainda não temos este tipo de pesquisa) mostram que dois em três duram a vida inteira. Por outro lado, o Dr. Clifford R. Adams levou a cabo um estudo de dez anos, verificando que somente 17% dos casados são realmente felizes um com o outro. O contentamento dos outros 83% poderia, com certeza, ser melhorado se houvesse mais pensamento criador, na tentativa de resolver os problemas.
“Beije e faça as pazes” é uma velha frase que pode dar resultado a princípio, mas mais tarde quase sempre esbarra contra a lei da retribuição decrescente. Regra muito melhor manda beijar e imaginar – imaginar maneiras de evitar os choques, os desentendimentos, que, de outro modo, exigem fazer as pazes. Esta espécie de exercício imaginativo concorre não só para salvaguardar a felicidade, mas também para estruturar a nossa mente.
O divórcio tornou-se tão comum que, quando a Universidade de Harvard mandou formulários para a classe de 1978, com o intuito de reunir dados biográficos, deixaram-se duas linhas para a inserção de dois casamentos e um divórcio. Ocorrem nos Estados Unidos, desde 1940, mais de 400 mil divórcios por ano, num crescimento fantástico de 15% a cada ano. Resta-nos fazer uma pergunta: “Em quantos destes casos o homem, a mulher, o parente ou o amigo aplicou conscientemente a imaginação em busca de maneiras que evitassem o desenlace?” Os psicólogos têm tentado diagnosticar muitos casos. Os advogados não se cansam em trazer abundância de conselhos: todos, porém, empregando julgamento crítico ou judicioso. Dificilmente em um caso entre dez realizou-se qualquer esforço consciente com a finalidade de imaginar novas soluções, novas idéias que evitassem o divórcio.
Quando abordamos os problemas conjugais num capítulo especial, você terá como aplicar a imaginação criadora para solucionar muitos dos seus problemas.
A Vida Doméstica e a Imaginação
Os deveres domésticos da maior parte das mulheres exigem muito mais esforço imaginativo do que as ocupações padronizadas dos maridos. “Que poderei fazer com estes restos de comida?... “Como poderei fazer com que Joãozinho vá cedo para a cama?”... “Quem poderá vir tomar conta das crianças sábado de noite?”... “Como conseguirei tempo para pôr em ordem todos os afazeres de casa?” Com tais perguntas e tantos problemas a serem resolvidos, uma mulher pode ativar o espírito criador, dia após dia, do amanhecer ao anoitecer.
Fazer compras exige certamente pensamento ágil, e quanto menos dinheiro tiver na bolsa, tanto mais imaginação se precisa. Um marido pode encarar a compra da carne, por exemplo, como questão de rotina, mas quando à mesa diante de um ensopado, tão gostoso como filé, mas custando muito menos, dever de graças a Deus por ter lhe dado uma esposa criativa, que aplicou a imaginação no lugar de dinheiro extra.
Muitos escritores, atores, pintores e mesmo empresários famosos praticam a arte culinária. Reconhecem que a cozinha constitui exercício verdadeiramente criador. Quase todos os pratos exigem imaginação, de um modo e de outro, para se tornarem apetitosos. E não há qualquer limite às receitas que se podem inventar. Na invenção do que cozinhar e como cozinhar – na descoberta de novos ingredientes e novas formas de preparar um prato, sob todos os aspectos a cozinha desafia a imaginação.
Lavar pratos? Há sempre outra maneira melhor; e os homens deveriam reconhecer que há sempre algo mais a criar-se nesta ocupação. Sabemos que as nossas idéias surgem melhor quando estamos fazendo a barba, penteando o cabelo, maquiando o rosto. De igual modo, quando estamos calmamente ouvindo o som da água corrente a lavar os pratos, tendemos a fazer com que se acumulem idéias na mente. Lavar roupa? Até isso oferece às mulheres oportunidade para exercitarem a imaginação. Disse-me uma escritora. “Consigo o melhor pensamento criador enquanto estou passando roupa a ferro. Qualquer atividade que conserve os olhos ocupados em certo ponto, enquanto o espírito fica relativamente livre, constitui elemento distinto de auxílio à concentração mental. É como de fixassem os olhos em um foco luminoso como se faz na hipnose.”
E a lavagem de roupa está sempre cercada de pequenos problemas que desafiam a imaginação. Por exemplo, certa mulher gostava de tapetes grossos, mas detestava as marcas que deixavam neles os pegadores, quando os punha para secar. Para resolver este pequenino mas detestável problema, ela imaginou que costurando um pedaço de pano de dez centímetros de cada lado do tapete, e ao dependurá-lo para secar prendesse os pregadores naquela tira extra, evitaria que ficassem marcas nos tapetes, acabando assim o problema definitivamente.
Usando a imaginação você pode evitar gastar muito dinheiro, pouco tempo, e dar um novo impulso à sua vida.
Resolvendo os Problemas com os filhos
Se os pais pudessem simplesmente chamar a atenção com um gesto, em lugar de repreenderem, seria maravilhoso. A repreensão exige apenas o uso da língua; mas chamar a atenção exige pensamento criador. Se todos os pais buscassem desenvolver idéias para conduzir as crianças através das travessuras da infância e dos desvios da adolescência à terra da maturidade, com certeza teríamos famílias felizes em muitos lares.
Para deixar de insistir com a filha para que sentasse ao piano para exercitar-se, certa mãe, inteligentemente, comprou um caderno de notas e uma caixa de estrelas coloridas. O sistema consistia que a cada 15 minutos de prática ao piano a mãe colaria uma estrelinha colorida no caderno da filha, e no domingo, de acordo com a quantidade de estrelas coladas, ela ganharia um prêmio, que poderia ser um passeio no parque, uma tarde no zoológico, um passeio de barco, um filme no cinema, ou qualquer outra coisa de que a criança gostasse. Passados alguns meses com a aplicação desta técnica, a menina adquiriu um certo sentimento pessoal de responsabilidade com relação ao exercício que tinha de fazer e melhorou sensivelmente em sua prática ao piano. A idéia foi absolutamente simples. Entretanto, muitos pais preferem gritar e ameaçar os filhos para que façam algo importante para si mesmos, em vez de imaginar expedientes simples e fáceis de aplicar.
Surrar uma criança, gritar e esbravejar com ela não é usar criativamente a imaginação. É, de certo modo, deixar-se dominar pelo ódio e pela cólera, sentimentos destrutivos.
Até mesmo um drama pode ajudar. Um dos advogados eminentes do Canadá tinha três filhinhos; e desde que chegaram à idade de poder distinguir o certo do errado, o pai teve o cuidado de cumprir os deveres de castigador. Contudo, para cada uma das sessões, enverga um traje que não usa em qualquer outra ocasião – um paletó esporte de lã em cores variadas. Com isso torna as repreensões mais significativas e provavelmente lembradas pelas crianças quando queriam ou pensavam em fazer alguma travessura.
Também precisamos de imaginação para fazer com que o castigo se ajuste ao crime – distribuidor penalidade que a criança julgue justa. Conheci uma família em que os pais conseguem fazer isso mudando os lugares. Sentam-se com os filhos e discutem cuidadosamente o caso. Depois entregam-lhe a solução, que na verdade é o castigo que devem receber. Em uma das sessões a penalidade escolhida pelo filho foi dura que o pai acabou dizendo: “Filho, acho que você está sendo demasiadamente severo. Em vez de ficar duas semanas sem jogar bola, achamos que dois dias já são suficientes como castigo.”
Em contraste, o Dr. W. W. Bauer conta o caso de um menino que chegou tarde para o almoço. “A mãe atirou-se sobre ele furiosamente, tratando-o como um animal e depois forçou-o a comer todo o prato.” Depois que a mãe saiu para fazer compras, a criança fugiu de casa e só foi encontrada tarde da noite por um policial da estação rodoviária, que o encontrou tentando viajar num ônibus interestadual sem pagar passagem. Depois de muito desespero da mãe e do pai da criança, ficou evidente que o problema não foi tratado criativamente.
Na opinião do Dr. Bauer a mãe deveria ter feito o seguinte: “Quando chegou a hora do almoço e João não apareceu, ela devia ter comido o almoço e tirado a mesa. Depois, quando ele chegou, devia ter-lhe dito para ir buscar o prato e tirar a mesa em seguida. Este procedimento ajustava-se à ofensa e teria ensinado que não vale a pena demorar na hora das refeições.”
Quando os pais disciplinam os filhos imaginosamente, asseguram o resultado desejado com menos perigo para a amizade. E esforçando-se para imaginar estas estratégias, os pais tendem não só a tornar o lar mais feliz, mas também a conservar a imaginação ainda mais desperta.
Os pais devem também induzir os filhos a se esforçarem para resolver seus próprios problemas de modo criativo. Por exemplo, sempre que um dos filhos da minha amiga Elizabeth fica preocupado com algum problema e lhe pergunta: “Mãe, que devo fazer?”, ela simplesmente diz: “Venha cá, meu filho; arranje lápis e papel e escreva tudo o que você gostaria de fazer para resolver o problema. Tenho certeza de que você poderá imaginar no mínimo 30 idéias diferentes. E você verá que, enquanto escrever esta lista, ficará ainda mais criativo e inteligente.”
Paulo Motta, diretor de uma loja de gêneros alimentícios, acredita igualmente em fazer os filhos imaginar. Uma noite, ao jantar, desembrulhou uma misteriosa caixa de madeira, que tinha uma fenda. Contou aos cinco filhos que as caixas de sugestões eram usadas para se resolver muitos problemas em várias atividades humanas, e deste modo pediu que cada um imaginasse idéias para o bem da família, colocando as sugestões dentro da caixa. Em seguida descreveu os prêmios tentadores que seriam concedidos no fim de cada mês às melhores sugestões. Este sistema não deu origem a qualquer idéia que abalasse o mundo, mas contribuiu para ensinar aos cinco filhos da família Motta que eles podiam resolver os seus problemas de modo inteligente e criativo.
Roberto Medina, um conhecido empresário brasileiro, emprega o processo de “tempestade mental” como fonte de divertimento e harmonia para a família. Em uma viagem de automóvel de mais de mil quilômetros, com a família composta da mulher e dois filhos, eles iam imaginando soluções para problemas desta ordem: “Como fazer mais rapidamente as obrigações escolares?” “Como preparar um lanche mais rápido?” “Como manter os sapatos sempre limpos?” Com isso, conta o Sr. Medina, “tornamos a viagem de férias muito menos fatigante e muito mais agradável”.
Vivendo Bem Consigo Mesmo
Casado ou solteiro, o uso ativo da imaginação pode habilitar qualquer pessoa a gozar mais a vida. Concorre até mesmo para tornar a personalidade mais atraente.
As pessoas que possuem vivacidade criadora são muito mais interessantes do que quaisquer outras. Quase parece pertencerem a espécie diferente ou talvez a nível mais elevado da evolução. Conseguem enxergar mais longe e também vêem com mais objetividade os fatos.
Resolver as nossas questões pessoais e nos sentirmos bem em nossa própria pele requer de algum modo o uso do poder criativo. Conforme as descobertas do laboratório de Engenharia Humana da Universidade de Nova Iorque, a nossa intranqüilidade depende em grande parte da falta do emprego das nossas aptidões. Os nossos talentos exigem constantemente uma saída; mais do que isto, solicitam constantemente desenvolvimento. Quando represamos os nossos impulsos, desejos e vontades, eles atormentam-nos. Desta maneira poderemos resolver nossos problemas de insatisfação pessoal, praticando a imaginação criadora. Benjamin Franklin disse: “Cessar de pensar criadoramente pouco difere de cessar de viver.”
Até mesmo os homens de espíritos fortes e criadores sofrem vacilação, quando se trata de tormentos interiores. O Dr. Karel A. Meninger descreve as depressões do Presidente Lincoln tão profundas, que durante um período “foi necessário vigiá-lo constantemente dia e noite. Em certa ocasião foi aconselhável remover tudo que fosse objeto cortante de que pudesse se servir para matar-se”.
Havia motivos reais para a profunda melancolia de Lincoln. Ele estava cheio de problemas aparentemente insolúveis. Por outro lado, os desgostos que cercam muitos de nós raramente se devem a causas esmagadoras. Tais acessos se podem prevenir na maior parte das vezes, ou aliviar pelo emprego acertado da imaginação criadora.
Ao invés de você desanimar, deve expor no bloco de anotações o caso por escrito. Há muita probabilidade que não pareça tão aterrador uma vez escrito – pode até parecer ridículo a ponto de levá-lo a rir de si mesmo. Também há o fato do próprio esforço para escrever poder produzir um alívio emocional, abrindo a porta para algum pensamento criador.
Você também pode fazer algum exercício físico que por vezes é tão bom quanto um exercício criador. Certa ocasião pude comprovar o poder do exercício no combate à depressão, quando certa manhã um incidente abateu-me profundamente. Não deixei que os pensamentos de desgosto se implantassem em minha mente. Troquei de roupa, vesti um agasalho, e fui para a praia correr, até me sentir melhor. Após dez ou quinze minutos de corrida em marcha lenta, suando por todos os poros, percebi que a depressão havia sido expelida junto com ele, e assim pude enfrentar a tudo que veio depois com serenidade e tranqüilidade, causando surpresa nas pessoas que sabiam dos fatos desastrosos que haviam me envolvido.
Se eu não tivesse me condicionado a projetar a imaginação numa outra direção, provavelmente teria ficado em pânico diante dos problemas surgidos repentinamente.
Podemos expelir a ansiedade do espírito empurrando nele algo criador. Nunca Winston Churchill se sentiu mais aborrecido e com problemas do que durante a segunda metade de 1915. Como Primeiro Lorde do Almirantado tinha bastante em que se ocupar para não pensar em tudo quanto de horroroso estava acontecendo. Contudo, tendo-se afastado daquele posto, ficou com bastante tempo para meditar. Disse ele: “Dispunha de longas horas de completo lazer em que podia contemplar o terrível desenvolvimento da guerra. Em um momento em que todas as fibras do meu ser estavam inflamadas para a ação, vi-me forçado a permanecer como espectador da tragédia, colocado cruelmente em um assento em frente. E foi então que a Musa da Pintura veio em meu auxílio.”
Contudo, ainda melhor do que a pintura ou qualquer outra diversão semelhante, é o exercício mais violento de atacar energicamente as causas do problema, pensando criadoramente na maneira de atingir os objetivos.
Disse Shakespeare: “A imaginação faz do homem ‘o paradigma dos animais’”.
Disse Disraeli: “A imaginação governa o mundo”.
Disse Einstein: “A imaginação é mais importante do que o conhecimento.”
Podemos deixar de concordar com estas afirmações; contudo, devemos aceitar a opinião do Dr. Guilford, de que se tem “desprezado deploravelmente a questão da imaginação”.
Via de regra, deixamos de reconhecer que quase todos possuem uma imaginação criadora, pelo menos em estado potencial. Deixamos de descobrir maneiras, em larga escala, de desenvolver a maneira de dominar as forças que tendem a atrofiar esse poder interior.
Só recentemente se verificou que, em geral, se pode ensinar a criatividade. Só recentemente se verificou que a imaginação se pode tornar a chave para a solução de problemas de qualquer espécie. A verdade é que todos nós podemos ficar mais criadores, se o quisermos.
Eis aqui em resumo algumas das perguntas que podem ajudar você a descobrir soluções para todos os seus problemas.
Destinar a outros usos? Novas maneiras de usar? Outros usos, se modificado?
Adaptar? Que é mais semelhante? Que outra idéia isto sugere? Oferece o passado algo de semelhante? O que poderia copiar? Quem poderia eu rivalizar?
Modificar? Novo aspecto? Mudar significado, cor, movimento, som, odor, forma? Que outras mudanças?
Ampliar? Juntar o quê? Mais tempo? Maior freqüência? Mais forte? Mais alto? Mais comprido? Mais espesso? Valor extra? Mais ingredientes? Dobrar? Multiplicar? Exagerar?
Reduzir? Subtrair o quê? Menor? Condensado? Miniatura? Mais baixo? Mais curto? Mais leve? Omitir? Dividir? Subestimar?
Substituir? Por quem? Pelo quê? Que outro ingrediente? Que outro material? Que outro processo? Que outra força? Que outro lugar? Que outra maneira de encarar? Que outro tom de voz?
Nova disposição? Troca de componentes? Outro padrão? Outro plano? Outra seqüência? Transposição entre causa e efeito? Mudança no andamento?
Inverter? Trocar positivo e negativo? Opostos? Virar para trás? Virar de cabeça para baixo? Mudar os papéis?
Combinar? Combinar unidades? Combinar objetivos? Combinar apelos? Combinar idéias?
Sem dúvida não se pode assinalar limites efetivos entre esses diferentes modos de analisar um problema. Por exemplo, por meio de adição podemos chegar a certa idéia, ou por meio da inversão, combinação, etc.
Um fabricante de utensílios domésticos, nos Estados Unidos, imaginou uma adaptação da tesoura de modo a produzir melhor espécie de pinça; chamou o novo produto de “Twissors”, (*) combinando por esse modo duas palavras comuns em uma só, que se tornou propriedade dele.
A revista Seleções do Reader’s Digest é um outro exemplo de uma espécie de redução que deu certo. Logo depois da Primeira Guerra Mundial, Dewitt Wallace imaginou a idéia de condensar os melhores artigos em uma pequena revista, a qual cresceu até chegar a ser lida em 12 milhões de lares americanos naquela época. Wallace então perguntou: “Como multiplicar este sucesso?” De sorte que em 1989 circulavam mais de 40 milhões de exemplares desta revista em 15 idiomas no mundo inteiro.
Deste modo você tem nas mãos agora uma preciosa ferramenta que pode usar para criar novas idéias e deste modo resolver todos os seus problemas. Lembra-se da sugestão feita a algumas páginas atrás sobre produzir idéias em grande quantidade? Pois saiba que a quantidade. Quanto mais idéias você puder acumular sobre determinado problema, melhores serão as chances de você resolvê-los eficazmente.
O meio mais eficiente para estimular o pensamento criador é experimentando. Uma idéia só será de fato boa quando puder ser testada e aprimorada. Não existe nada absolutamente perfeito, esteja certo disso, porém existem boas idéias que podem pôr fim, com relativa facilidade, a 100% dos seus problemas. Que tal pôr a imaginação para descobri-las?