A HISTORICIDADE DE CRISTO

A história de Jesus não é uma lenda e tampouco é mais possível negar a veracidade de Sua existência e os fatos de Sua vida sem transgredir a metodologia da história. Nem mesmo os historiadores ateus negam e nem mesmo podem negar a historicidade de Jesus, sendo que, inclusive, Sua ressurreição é descrita, por vezes objetivamente, outras vezes sem objetividade, por escritores romanos e gregos da antiguidade. Seu túmulo vazio é descrito e admitido tanto por estes quanto pelos judeus que queriam mesmo que a tumba contivesse o morto que ali fora colocado. Entretanto, para seu desespero, ela estava vazia e isto lhes foi testemunhado por pessoas que apoiavam seus interesses. Alguns dos que admitem o fato da tumba vazia de Cristo, porém, especialmente os judeus, dizem que a ausência do sepultado na tumba deveu-se ao fato de os discípulos terem roubado Seu corpo. Entretanto, da parte do governo da época, havia lei contra isso prevendo pena de morte para o crime de roubo e mudança de cadáveres de lugar e os discípulos não teriam escapado se houvesse alguma prova.

Mesmo que tivessem roubado o corpo, porém, os discípulos não teriam inventado a história da ressurreição para fazer sensacionalismo e atrair fama e credibilidade porque, diferente de agora, naquele tempo ninguém se impressionava com a hipótese de ressurreição e tampouco se interessavam por essa teoria, visto que em geral não criam nisso. Ao contrário, comumente os propagadores da teoria da ressurreição ficavam sem platéia ao falarem que Cristo revivera. Os gregos, romanos e outros mais se impressionavam com teorias como transmigração da alma, ida para outro plano, o morto tornar-se deidade e passar a compor o panteão dos deuses e coisas do tipo, mas, quanto a ressurreição, as pessoas achavam uma tolice tamanha que nem mesmo merecia a menor consideração. O próprio apóstolo Paulo foi muito audito pelos gregos no Areópago enquanto discursou sobre um Deus Criador que nascera como homem de uma virgem, mas quando falou que esse Deus ressuscitou dos mortos no terceiro dia os filósofos e a platéia dispersaram. Quanto aos judeus, nem mesmo acreditavam em ressurreição dos mortos e sequer a consideravam.

Portanto, os discípulos não tinham qualquer vantagem em inventar a história de Cristo e muito menos Sua crucificção e ressurreição, pois tudo isso era vexame e visto como fantasia em vez de glória. Aliás, diferente da honras e glórias creditadas aos sacerdotes das crenças pagãs e místicas, coma as crenças egípcias, gregas, romanas, etc., os discípulos de Jesus somente sofreram e sofrem pobreza, humilhação, perseguição, prisão e morte.

Logo, todo que pretender desmerecer essa crença que tem feito a humanidade menos hostil e mais humana, deve antes pensar nesses fatos em vez de sair declarando injúrias contra esse Deus que se humilhou ao ponto de rebaixar-se até a condição humana e nessa condição morrer da forma mais humilhante para nós a fim salvar a tantos quanto insistem em resistir ao Seu amor e convite para a reconciliação.

Wilson do Amaral

Autor de Os Meninos da Guerra, 2003 e 2004, e Os Sonhos não Conhecem Obstáculos, 2004.