No dia 22 de abril comemorou-se o dia do Planeta Terra. Eu deixei de publicar o que escrevi, por estar viajando. Portanto, faço-o agora, dizendo que comemorar o Dia da Terra exige reflexões e compromissos. O planeta não vive seus melhores dias e nós, a assim chamada "espécie superior", andamos inseguros a respeito de nossa própria capacidade de fazer deste um mundo melhor. O signo é de guerra, unilateralidade na resolução de conflitos, arreganhos do crime organizado, sensação de anomalia e de abandono dos valores que costumavam ser nossas balizas, construtores de sentido existencial e códigos para ajudar a decifrar a essência da condição humana. Nesse clima, falar de paz virou coisa séria. Não basta a estética, nem mesmo a ética, ou a inocência, ou o devaneio. É preciso militância. E não só a das ruas, circunstanciais e emotivas. Agora é também questão de escolha racional, com as conseqüências que isso envolve. É preciso que a paz seja uma opção política. Diariamente, sentados na comodidade do sofá diante da TV, somos bombardeados pela perda dos valores, sentimos que nossa vida também ficou pior e sabemos que temos que fazer alguma coisa com urgência. No Dia da Terra, ou pensamos nisso tudo ou será uma data lamentavelmente vazia. Ela pode ser um símbolo forte do que parece estar-se perdendo: os valores humanos, espirituais e os naturais, entendidos, esses últimos, como aqueles que remetem à ligação essencial de cada um com o habitat planetário, obscurecida pela aparente auto-suficiência da tecnologia e dos "poderes" humanos. Nesse sentido, vejo a reflexão sobre a nossa mãe Gaia um ponto de convergência entre as formas de pensar sobre o bem, independente de credo, cor ou ideologias... Afinal para que coisa tão obvia e inerente a essência humana, a qual concebida por forças supremas, do que praticar o bem consigo e com o próximo. Atitudes estas cada vez mais distantes do nosso dia a dia. Estamos no pico do iceberg da história da humanidade, pois se por um lado estamos no apogeu das grandes descobertas tecnológicas, por outro vivenciamos um momento drástico de destruição do Planeta Terra e conseqüentemente da própria raça humana. Portanto, precisamos como diria os poetas existencialistas, buscar a essência de nosso Eu, mas não um eu, como costumo dizer, ego-logico, mas um eu Eco-logico. Um eu preocupado com sua casa e com todos que nela habitam, resgatando o que sábios e todos os seres divinos já vem nos dizendo ao longo dos tempos. Façamos de nossas vidas uma floresta, uma horta já serve, onde plantar e colher,  seja nossa filosofia de vida...
                                              
 
 

Iara Franco
Enviado por Iara Franco em 24/04/2011
Reeditado em 24/04/2011
Código do texto: T2927011