Acima o belo prédio da Âlfandega do Rio Grande e a seguir a bela catedral de São Pedro, fundada por Silva Paes.
      


A FUNDAÇÃO DO RIO GRANDE.
 
                Tendo transposto em 19 de fevereiro de 1737 a barra perigosíssima do Rio Grande, Silva Paes lançou imediatamente os fundamentos de uma feitoria, iniciando a construção do forte Jesus, Maria e José.
                Vencendo toda a sorte de dificuldades que se lhe ofereciam, Silva Paes conseguiu plantar nesta costa, então deserta do Atlântico, o marco inicial da terra gaúcha.
                Silva Paes foi o fundador do Rio Grande do Sul. O gaúcho nasceu na beira da Lagoa dos Patos e na costa do Camaquã.  Veio do sul para o norte, até chegar à serra, que transpôs.
                O porto do Rio Grande de São Pedro, com sua sinistra entrada, foi o alvo da metrópole,receosa da ameaça espanhola. Quantos barcos, velejando a custo, buscaram transpor essa barra terrível, sem que conseguissem, perdendo-se de todo nesse triste cemitério de naus! Com destroços do oceano, velhas quilhas partidas que deram à costa, cadáveres de nautas, anseios, preces, lances heróicos de marinheiros ousados, lágrimas de mães que também vinham, começou a alvejar, entre as areias nuas, o vulto esguio do minarete, lembrando, em seus vagos vestígios manoelinos, qualquer coisa do sul de Portugal. Nós viemos daí. Trocamos a armadura de Malta pelo pala, e cruzamos o Rio Grande. A nossa origem é guerreira! Entretanto, ainda hoje, quando adormece a nossa linda cidade marítima, começa a sibilar por entre os plátanos da praça Tamandaré um vento triste vindo do mar, espadanando, a rugir contra os molhes, como “os ais”  dos  náufragos que não chegaram , como uma reza que o próprio oceano entoa às suas vítimas, recordando ao gaúcho o culto do passado, lembrando, a quem o escuta, o homem português.
                A barra do Rio Grande foi, incontestavelmente, a primeira preocupação material de Silva Paes, o fundador do nosso Estado.
                Em agosto de 1737, foram levantados à entrada da barra, dois grandes mastros de madeira para o serviço de bandeiras indicando as condições do canal. Eram os primeiros sinais de vida civilizada que surgiam aos navegadores na costa do Rio Grande
                Em 17 de junho de 1747, D. João mandou criar uma vila no presídio do Rio Grande, sendo essa a célula inicial da formação do nosso estado, começada nessa costa do litoral.
                Silva Paes foi por certo, o verdadeiro povoador do Rio Grande. Chegado dez anos antes a essa costa bravia e deserta, tal incremento deu Silva Paes ao antigo presídio que fundara, que, ao cabo desse tempo, El-rei de Portugal resolvia erigir em vila a nova feitoria. Assim foi criado o primeiro município rio-grandense, vindo do velho presídio de Silva Paes e começado com os remanescentes da colônia do sacramento.
                A 13 de abril de 1775 deu-se a entrada na barra do Rio Grande, então ocupada pelo lado da margem esquerda por forças espanholas, da esquadrilha comandada pelo chefe Morales. Defrontando-se com o inimigo, as forças portuguesas se haviam fortificado do outro lado do Estreito, opondo aí a última barreira contra a qual se esbateu a invasão de Cebalos. Ao mesmo tempo, na margem fronteira, os invasores erguiam fortificações, visando cobrir a defesa da barra. Foi portanto, sob a proteção dos fortes espanhóis , a despeito do intenso bombardeio das posições portuguesas, que a esquadrilha de Morales conseguiu transpor a barra, no dia 13 de abril de 1775, dando fundo junto às fortificações inimigas. Aconteceu, porém, que, decorrido um ano, as forças do general Böhm, em 1º de abril de 1776, atacassem, destroçando completamente, as posições espanholas e a esquadra de Morales, cujas unidades foram postas a pique e apresadas, terminando assim, o duro jugo da ocupação espanhola no território rio-grandense.


                                  http://www.youtube.com/watch?v=9xLictZqNIk




Iara Franco
Enviado por Iara Franco em 03/04/2011
Reeditado em 07/04/2011
Código do texto: T2887623