-NÃO DEIXEM O SAMBA MORRER!
E FECHAM-SE AS CORTINAS DO CARNAVAL 2011
Mais um espetáculo incomparavelmente maravilhoso nos foi proporcionado pelos artistas do samba.
O Carnaval de dois mil e onze encerra sua temporada nos deixando um show inesquecível de cultura, de arte e de grandes talentos espalhados por todo o território nacional.
No Brasil, aonde quer que estejamos, desde uma grande capital do Samba como é o Rio de Janeiro até a mais simples e longínqua cidade interiorana, os batuques soam e o samba ganha voz.
São Paulo desfilou um grande carnaval no sambódromo da capital e a cada ano que passa nos consagramos já como um dos maiores carnavais do país.
A vai vai emocionou nos trazendo a vida e a força frente às adversidades vividas pelo Maestro João Carlos Martins num sincronismo da música erudita ao popular do samba.
Há pessoas que um Carnaval de vida inteira não seria suficiente para homenageá-las...
Para mim foi a melhor escola.
Mas o Samba nasceu...aonde foi mesmo?
Será que foi na Bahia sob as bênçãos do marinheiro e poeta das praias, Dorival Caymmi?
Será que foi no Rio de Janeiro sob a batuta de Tom Jobim a reverenciar os versos de Cartola e de Nelson Cavaquinho tão exímiamente decantados pela Estação Primeira de Mangueira?
Ou será que foi em São Paulo sob a simplicidade da poesia boêmia de Adoniran Barbosa?
Ou o samba brasileiro seria o resultado do sincretismo de todos os versos e batuques mesclados aos ritmos africanos que tão cedo ressoaram nesta linda terra Brasilis?
Seja aonde tenha nascido , verdade é que o samba nasceu...e nasceu para nunca morrer.
E foi exatamente entre tantas adversidades também ocorridas na Cidade do Rio de Janeiro que o samba renasceu das cinzas, mais vivo e mais lindo do que nunca... pelo asfalto da Sapucaí.
Foi por ali que todas as FENIXs abriram suas asas para desfilar na avenida...sob a chuva e sob o sol, mas sem dúvida sob todos os sonhos de amor à arte do samba e do carnaval.
Tudo impecavelmente maravilhoso e é muito difícil se priorizar a perfeição da arte. Difícil será o trabalho da comissão julgadora.
Como Carnaval na avenida é conjunto, arrisco dizer que as escolas que mais me encantaram e que apresentaram baterias impecáveis foram a MANGUEIRA, A MOCIDADE INDEPENDENTE DE PADRE MIGUEL, seguidas pela SALGUEIRO, GRANDE RIO E PORTO DA PEDRA, que encantaram pelas alegorias, pelos ENREDOS POÉTICOS E MÍSTICOS e pelas fantasias. Tudo muito criativo. Aliás, choveu poesia na evolução da avenida!
A BEIJA FLOR inovou com o tema do REI ROBERTO, sem dúvida uma grande e merecida homenagem, porém senti que o samba não emocionou tanto, apesar da bela poesia, por mais que a Rede Globo a tenha como favorita ao campeonato. E a Globo que me desculpe mas... o samba é fundamental.
Chico Pinheiro confundiu a bateria da Beija Flor com a Bateria da Mangueira.Sintomático esse engano do Chico. VIVA A MANGUEIRA! Que deu um show de história do samba de raiz!
O Rio de Janeiro está de parabéns pelo espetáculo carnavalesco oferecido ao Brasil e mostrado ao mundo.
Provou exatamente o que diz aquele famoso samba cantado pela mangueirense Alcione, "A Marron" UMA DAS MAIS BELAS VOZES FEMININAS DO NOSSO SAMBA:
"Não deixe o samba morrer,
Não deixe o samba acabar,
O morro foi feito de samba
De samba pra gente sambar...
(Composição: Edson Conceição / Aloísio)
E claro, o samba aqui jamais morrerá , afinal, tudo aqui termina em samba...num mais que perfeito samba!
É ou não é?
E FECHAM-SE AS CORTINAS DO CARNAVAL 2011