Quem foi Jesus Cristo?
Quem foi Jesus Cristo? Ele realmente foi o filho de Deus ou foi apenas um homem com um idealismo muito forte? A Bíblia fala de tudo ao seu respeito ou algo ficou de fora? Qual a verdade a respeito desse grande homem, amado por alguns e criticado por outros? Muito se fala a respeito de Jesus, e várias são as idéias a seu respeito. Para os cristãos, Jesus é o filho de Deus, aquele que veio ao mundo para nos salvar e nos redimir de nossos pecados. Para outros, Jesus foi apenas um homem com uma filosofia de vida pacífica, assim como Mahatma Gandhi. Alguns ainda chegam a dizer que “o filho de Deus” nunca existiu. Vamos analisar os dados que temos e procurar uma resposta. Nosso calendário segue uma contagem que começou com o nascimento de Cristo, mas ocorreu um erro de aproximadamente seis anos. Portanto, Jesus nasceu seis anos antes dele mesmo (?!). Mas isso não é tão importante a ponto de ser tão catastrófico. O primeiro Evangelho, o de Mateus, se inicia com a genealogia de Jesus para cumprir com as exigências da Tanakh (nosso antigo testamento). Segundo está escrito, o messias seria descendente de Abraão, Jacó e até mesmo do Rei Davi. A Bíblia relata o nascimento de Jesus, em Belém, na qual o nascimento é virginal, ou seja, não houve o ato sexual. Maria era virgem e o Espírito Santo desceu sobre ela. Ao ponto de vista da fé, o nascimento de Jesus foi um milagre. Quando ele nasceu, uma estrela guiou os sábios até onde estava Maria com seu filho, e esses sábios levaram presentes, pois o messias havia nascido. Temos o relato de que Herodes tenta encontrar o menino Jesus para matá-lo e assim José foge para o Egito com sua esposa e seu filho. A Bíblia não relata a infância de Jesus e nem a sua adolescência (a não ser a passagem em que Jesus ensinava os doutores no templo), ela apenas trata a respeito de seu nascimento, seu ministério que durou três anos e sua morte. Mas será que haveria mais coisas importantes a serem relatadas a respeito do messias? O messias é relatado no Antigo Testamento desde a queda do homem e no decorrer dos livros vemos a promessa da vinda do salvador da humanidade.
Se estudarmos a Bíblia a fundo veremos que ela trata de um único assunto: Jesus Cristo. E vemos a promessa do Messias logo no livro de Gênesis quando a Adão e Eva pecam contra Deus. Nos relatos dos próximos livros vemos a figura do cordeiro sendo usado em sacrifícios e vemos a figura do próprio sacrifício, que mais tarde seria a forma na qual o Messias nos limpa de nossos pecados. Quando o homem pecou contra Deus, todos aqueles que nasceram depois já nasceram no pecado. É o chamado pecado herdado do primeiro homem e da primeira mulher. O primeiro homicídio foi cometido por um de seus filhos, Caim mata Abel por causa de inveja, pois a oferta de Abel para Deus foi melhor que a de Caim. Resumindo, todos já nascem no pecado. Mas segundo a Bíblia, para uma pessoa ser salva ela precisa aceitar que Jesus é o Messias. Mas como eram salvas as pessoas antes da vinda de Jesus? Os cinco livros da Lei, a Torah, foram escritos por Moisés, que começa a retratar a sua própria história no livro de Êxodo. O nome Êxodo significa “saída”, pois retrata a saída do povo de Israel da escravidão do Egito. O povo de Israel vai até o deserto de Sinai, onde Deus fala com Moisés e entrega a ele os dez mandamentos. O povo desobediente a Deus teve de andar no deserto por quarenta anos e enquanto estavam no deserto conheceram as leis de Moisés e levantaram um Tabernáculo. O Tabernáculo era usado para guardar a Arca da Aliança, onde estavam os dez mandamentos, mas também apresentava outras mobílias como: Mesa dos Pães, Altar do Incenso, Castiçal de Ouro, Altar do Holocausto e a Pia de Cobre. O Tabernáculo tinha sua divisão em Pátio (ou Átrio Exterior), onde ficava o altar do holocausto e a pia de cobre, depois vinha o Lugar Santo, com a mesa dos pães, o altar do incenso e o castiçal de ouro e por fim temos o Santo dos Santos, que é separado por um véu. Nos Santos dos Santos está a arca da aliança. Apenas os sacerdotes tinham acesso a tais lugares e todos os sacerdotes tinham que ser descendentes de Arão. O único sacerdote mencionado na Bíblia que não é descendente de Arão é Melquisedeque.
O povo ainda luta por vários territórios e sempre saem vitoriosos. Interpretamos essas batalhas como um treinamento de Deus para o Povo de Israel, pois o povo iria ganhar a terra prometida a força. Em torno do tabernáculo tínhamos as divisões das tribos segundo os filhos de Israel e dois filhos de José (as tribos de Efraim e Manassés, portanto, não há a tribo de José), ou seja, doze tribos. A descendência que não ganhou uma terra foi a descendência de Levi, pois estes (levitas) eram os responsáveis por cuidar do templo, ou seja, haviam levitas em todas as tribos. Quando o povo pecava, os sacerdotes tinham de oferecer sacrifícios a Deus. Os animais usados no sacrifício eram geralmente cordeiros sem mancha e sem qualquer tipo de doença. Esses sacrifícios limpavam o povo de determinado pecado. Mas por que os animais tinham de ser perfeitos? Com essa pergunta vemos a aparição do Messias no antigo testamento. Jesus nasceu, viveu e morreu na cruz na forma de um sacrifício por toda a humanidade. Jesus era limpo, ou seja, não tinha pecado e por essa razão ele teve de nascer de uma virgem. Se José tivesse tido uma relação sexual com Maria, então Jesus nasceria da forma natural e herdaria o pecado de Adão. Se isso ocorresse, o sacrifício de Jesus não seria aceito, pois o “cordeiro” não seria um cordeiro perfeito, sem mancha. Portanto, todos os sacrifícios do antigo testamento são uma analogia ao sacrifício de Jesus. Embora Jesus tenha vindo e tenha se sacrificado, nem todos aceitaram ele como o Messias tão esperado.
Por que os Judeus não aceitaram Jesus como o Messias? Os judeus seguem a Tanakh, além do Talmude (que são ensinamentos rabínicos). A Tanakh mostra que o Messias seria descendente do Rei Davi, portanto, os judeus esperavam um homem que governasse como governou Davi. Jesus era simples e não tomou o trono do Rei. Isso acabou sendo uma decepção para os judeus. Jesus também condenou o materialismo do povo e condenou as tradições deles. Os judeus também diziam que as coisas que Cristo “dizia” fazer, como ressuscitar mortos, eram possíveis apenas para Deus. Porém, a Bíblia fala que Jesus é Deus, embora isso seja um assunto para ser tratado quando o tema é Trindade. O Messias não era nada parecido com a idéia de um salvador na qual o povo judeu se baseava, embora existam judeus messiânicos que acreditam que Jesus é o Messias. O Apocalipse retrata duas vindas de Cristo, a primeira vinda será para aqueles que o aceitaram como salvador e a segunda será para os judeus, pois então eles verão o Messias tão esperado. Yeshua era como o povo chamava Jesus naquela época. Esse é o seu verdadeiro nome. O nome Jesus vem do grego Iêsous, que por sua vez foi uma tentativa de pronunciar o nome Yeshua. Cristo vem do grego Christos, palavra do mesmo significado que a hebraica Mashiach. Alguns judeus dizem que Cristo não cumpriu com algumas profecias da Torah, e isso é mais uma razão para ele não ser aceito como Messias. O que melhor temos por base nos estudos a respeito de Cristo é a Bíblia, mas será que ela diz tudo o que devemos saber?
Saindo um pouco da teologia convencional e indo a um caminho um tanto quanto ignorado pela maioria. Embora a Bíblia apresente quatro evangelhos, temos mais de sessenta escritos, e todos esses outros são considerados apócrifos pela Igreja. Mas por que eles são excluídos? O que ninguém pode fugir é da história, nem mesmo os cristãos mais fanáticos podem excluir a verdade de que houveram vários concílios que decidiram várias coisas a respeito do cristianismo. Temos o concílio de Nicéia e o concílio de Trento, por exemplo. Nessas reuniões, muitas coisas foram debatidas, como a data da páscoa e a divindade de Jesus, se ele era ou não Deus (isso rompeu a doutrina Ariana). Nos concílios também tivemos a escolha dos livros que iriam compor a chamada Bíblia Sagrada, ou Conjunto de Livros Sagrados. A palavra Bíblia provém de Bíblos, que é uma cidade portuária da Fenícia, hoje é Gebal. Essa cidade produzia muitos papiros, e por essa razão esse papel foi batizado de Bíblos, em homenagem a cidade. Portanto, o nome Bíblia tem um significado de livros. Mas na história do cristianismo existe uma verdade oculta para muitos: a formação da Bíblia, o Cânon Sagrado. Existe uma diferença entre a Bíblia católica e a Bíblia protestante, a diferença é que a católica apresenta sete livros a mais que a dos protestantes. Para os protestantes, esses são os livros apócrifos, ou seja, que não possuem a inspiração divina, mas os católicos chamam esses livros de: livros do primeiro Cânon. Alguns desses livros são: I e II Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico e etc. Mas existem outros escritos que nem mesmo os católicos adotaram. Existem quatro evangelhos na Bíblia, mas a verdade vai muito além. Mais de sessenta evangelhos foram escritos, evangelhos como o de Filipe. Alguns desses evangelhos mostram outro lado da vida de Cristo, um lado que a Igreja repudia. Tempos atrás foi lançado um livro intitulado O Código Da Vinci (de Dan Brown). Esse livro fui muito criticado pela Igreja pois a história falava a respeito de Jesus ter tido relações sexuais com Maria Madalena, e posteriormente ter tido uma filha. Esse fato está registrado em alguns desses evangelhos proibidos. Mas, seria possível Jesus ter tido relações com uma mulher?
A visão que a maioria tem de Madalena é que ela foi uma prostituta, que se arrependeu e foi salva, pois teve fé no messias. Mas os evangelhos apócrifos mostram uma Maria Madalena diferente. Na verdade ela nunca foi uma prostituta e a própria Igreja tirou as acusações contra Madalena. Depois do Código Da Vinci, as opiniões ficaram divididas quanto a esse assunto, muitos afirmam que Jesus pode sim ter tido uma relação sexual, já outros dizem que isso é heresia. A maioria não aceita que Jesus pudesse se envolver com uma mulher pois isso tiraria sua santidade. Mas a maioria que olha por esse lado leva as coisas a um extremo. A relação sexual é uma das ordenanças de Deus, a Bíblia diz que o homem não foi feito para ficar sozinho, mas as Escrituras defendem a relação apenas dentro do casamento, fora isso é um pecado. Os quatro evangelhos da Bíblia não dizem nada a respeito de Jesus ter se casado, portanto, se ele mantivesse relações com Madalena, ele estaria pecando. Mas você pode estar se perguntando, de um ponto de vista mais cético: os escritos não poderiam ter sido maquiados para esconder a verdade? Muito pouco provável que os livros originais sofreram alterações ao extremo, por essa razão os apócrifos foram mantidos afastados. Os pais da Igreja poderiam querer manter a imagem de um Jesus que resistiu às tentações carnais.
Mas outra idéia que muitos defendem é a respeito da filha que Jesus poderia ter tido: Sara. Jesus era descendente da família do Rei Davi, portanto sua família tinha sangue real. O Messias era chamado de rei dos judeus. Quando cresceu, começou o seu ministério que no momento é visto como uma ideologia de vida, uma ideologia que não agradava aos poderosos da época. Era como uma pessoa trazendo novas idéias as pessoas e essas idéias faziam com que todos buscassem uma nova forma de vida. Então temos agora a hipótese da relação Jesus e Madalena. Se a relação existiu, Madalena deixaria de ser vista como uma qualquer, mas agora seria vista como parte da família real. O Código Da Vinci mostra vários estudos a respeito desse assunto. E o ponto forte são as obras do artista Leonardo Da Vinci. Segundo o livro, esse artista conhecia os segredos da Igreja e retratava isso em seus quadros. E uma de suas obras mais importantes, A Ultima Ceia, é a que contém um grande simbolismo oculto.
A Ultima Ceia é conhecida como a reunião que Jesus fez com seus apóstolos antes de ser preso. A Santa Ceia é celebrada até hoje. Segundo a Bíblia retrata, Jesus tomou o pão e repartiu entre os discípulos, dizendo que o pão era seu corpo e em seguida tomou o vinho e disse que esse representava seu sangue. O vinho, por sua vez, foi colocado no chamado Santo Graal. O Código Da Vinci faz uma análise na pintura que retrata a ultima ceia. Segundo o livro, Leonardo Da Vinci tentou mostrar para as pessoas a verdadeira história por trás da ultima ceia. Quem analisa o quadro poderá notar que João (o personagem á direita de Jesus) tem traços muito femininos, o que nos leva a pensar que esse personagem na verdade é Madalena. E próximo a ela podemos ver Pedro, e ele está muito furioso. Pedro está com a mão no pescoço de Maria Madalena e parece segurar uma faca com a outra mão. Jesus e Madalena formam um V, esse símbolo representa um cálice, ou um útero (é o símbolo feminino). Esse útero é em analogia a figura da deusa, figura da adoração ao sexo feminino. Também existe um M em oculto, que também é formado pelos corpos de Jesus e Madalena. Agora, um dos pontos mais importantes é que não existe o Cálice. O livro fala a respeito de uma sociedade chamada Priorado de Sião, uma sociedade que andava lado a lado com os Templários e que guarda uma série de documentos chamados: Sangreal.
O Sangreal são escritos a respeito da vida de Jesus, mas também dizem que essa sociedade guarda o corpo de Madalena. O Cálice, na verdade seria Madalena, o corpo na qual Jesus se refere poderia ser a união dos dois em um só, um casamento. O sangue seria o filho de Jesus que viria nascer. Portanto, a palavra Sangreal nada mais é do que a junção de outras duas palavras: Sang e Real (Sangue Real). Jesus era de uma família Real, portanto seu filho seria da realeza. Porém nada é comprovado cem por cento, o que temos são alguns escritos, estudos feitos, pinturas, mas nada que possamos dar uma total certeza. O que existe é o mistério e as perguntas que cercam a vida de Jesus. Cabe a cada um analisar os fatos e buscar uma crença fundamentada no filho de Deus ou em um homem com um grande ideal.
Entre tantas idéias a respeito do Messias, fica a seguinte pergunta: Quem realmente foi Jesus Cristo? Muitas pessoas seguem o que diz a Bíblia e acreditam que ele é o filho de Deus, já outros acreditam que ele foi apenas um homem como qualquer outro com uma mensagem de paz, e outros dizem que Jesus nunca existiu. Dizer que Jesus nunca existiu requer um entendimento muito grande de história tanto dos Hebreus quanto do resto do mundo, ai sim alguém poderá encontrar uma questão para dizer se o Messias habitou ou não na Terra. Mas a maioria das pessoas aceitam que Cristo existiu, e até mesmo Ateus aceitam isso. O que não podemos negar é que Jesus habitou na Terra e seus ensinamentos foram sábios. Não foi apenas uma pessoa que escreveu sobre Cristo, foram muitas pessoas, essa é uma das razões das quais devemos levar em conta para responder se ele realmente foi um homem de verdade ou apenas ficção. Mas se ele fez ou não todos aqueles milagres, já é uma história bem diferente. É uma questão de fé. A fé move as coisas e transforma o ser. Mas antes de saber se Jesus realmente fez todos os milagres, antes de questionar se ele foi o filho de Deus, antes de tudo isso temos que entender a mensagem que ficou ao mundo. Uma mensagem de paz, uma mensagem que traz conforto e esperança a quem as ouve, isso é importante. O importante é ver que Cristo morreu, mas até o fim foi uma pessoa boa, uma pessoa que sempre estava disposta a ouvir e ajudar. Isso é importante. Portanto, por mais que você acredite ou não, a mensagem dele vale para os dias de hoje. Antes de criticar, tente entende-lo e então você poderá ser livre para tomar a sua decisão.
En arché en ho logos, cai ho logos en prós ton Theon cai Théos en o logos* *
“No princípio era a palavra, e a palavra estava com Deus, e Deus era a palavra” (Jo. 1.1)