A linha tênue entre o popular e o erudito
Através das transformações que ocorrem constantemente na cultura em geral, a arte de origem popular passou a estar cada vez mais próxima àquela produzida nas instituições de renome, restrita durante muito tempo a públicos seletos.
Um dos mais importantes fatores, entre os que colaboram para a ambigüidade entre os conceitos citados, é a influência do cotidiano popular, quando este se torna utilizado para retratar a vida que cerca o artista e sua sociedade. Outro importante fator é a necessidade que a arte tem de ser reinventada e adaptada constantemente para que continue atrativa a um público em massa, passando por várias gerações, como acontece muito constantemente na música.
Nas artes plásticas e na literatura, por exemplo, houve diversas tentativas de inovações estéticas e ideológicas pela constante necessidade de expressão de alguns artistas, que quebraram tabus impostos pelas grandes “academias” e escolas de arte, ampliando o conceito de arte, mesmo que, às vezes, de forma polêmica ou subjetiva.
Outro exemplo ocorreu com a música erudita, há séculos atrás. Na medida em que alguns compositores renomados passavam a freqüentar e a se apresentar em espaços antes vistos como locais para uma população com baixo poder aquisitivo, a “grande” música – assim como a arte de forma geral - foi, passo a passo, sendo democratizada e ganhando um público cada vez mais amplo.