PELAS PÁGINAS ESCRITAS NAS ESTRELAS:

Hoje irá ao ar "global" o último capítulo da jornada espiritual da novela "ESCRITO NAS ESTRELAS ", obra de Elizabeth Jhin que conta com a elaboração de vários colaboradores de redação, direção e pesquisa técnica sobre o tema proposto.

Sempre que posso , sou uma telespectadora de novelas e já me redimi por aqui do pecado de tal vício, porém, entendo que são veículos literários de manifestação cultural, e não me atenho neste artigo a questionar se se prestam aos serviços ou desserviços sociais.

Apenas afirmo, no meu modo de ver, que já foram melhores.

Bem, confesso que esperava mais da referida novela.

O tema espiritualista proposto foi explanado de forma bastante simplista, quase simplório, por um elenco que, embora conte com algumas personalidades consagradas do mundo artístico, não tiveram uma atuação tão a contento.

Vou me ater primeiramente ao casal protagonista Humberto Martins e Nathália Dhill, e ao casal "angel" desencarnado Carlos Vereza e Cássia Kiss.

Ao primeiro me impressionei com a mesmice da atuação de Humberto Martins que, o tempo todo aparentou uma expressão enjoativa de DEPRESSIVA CATATONIA PERENE no seu personagem que por vezes incomodava.

Nathália Dhil não surpreendeu em nada, achei a interpretação sem vida, nessa vida.

De fato, Humberto Martins também me parecia mais morto no mundo de cá do que os artistas mortos do mundo de lá!

Carlos Vereza e Cássia Kiss foram desaproveitados nos seus extremos talentos nos tais papéis de "almas", representação "pueril" demais se é que se pode dizer assim, posto que não conheço "a fundo" as teorias e as denominações técnicas do Kardecismo, embora seja eu espiritualista de fé.

Não sei o que se proporá no final da novela, porém do que assisti me fiz uma pergunta que aqui lanço:" Teríamos nós, seres humanos dessa vida, em nome de supostos amores de supostas vidas passadas, o direito de provocar sofrimentos ao entorno do nosso atual presente, ainda que nos justifiquemos em possíveis resgates espirituais de outra vidas?"

Acho a colocação simplista demais.

De toda sorte, também achei muita coincidência o tema da novela parear com o lançamento em grande circuito do filme global que versa sobre o mesmo assunto e da qual a própria propaganda da emissora se serviu para divulgá-lo.

Alguns amigos me disseram que assistiram a novela apenas para ver a dupla do mal, interpretada por Zezé Polessa e sua filha, personagem de Débora Falabella.

Também achei que as duas foram o ponto alto da novela, bastante realidade com boas pitadas de humor, num cenário humano bem real para os dias de hoje. Fizeram-me rir muito! Parabéns às duas!

As irmãs videntes interpretadas por Jandira Martini (madame Gilda) e Valderez de Barros também foram sensacionais, porém no início dos primeiros capítulos da novela, tive a impressão de haver certo "plágio" duma personagem do filme "Ghost, do outro lado da vida" interpretado por Whoopi Goldberg, quando num exercício de "vidente charlatã" se descobriu com reais possibilidades de contatos espirituais. Aliás, para mim a melhor cena daquele consagrado filme. Rio até hoje quando lembro nela e nas suas expressões.Whoopi Goldberg é demais de fantástica!

O triângulo amoroso entre os personagens de Carol Castro, Marcelo Faria e Carolina Kasting nos mostra nitidamente até que ponto pode chegar o domínio e o egoísmo humano, bem como a terrível manipulação sobre o entendimento de posse sobre alguém, de caráter deveras patológico, a repercutir seriamente na relação entre as pessoas queridas do entorno.

Enfim , ESCRITO NAS ESTRELAS me agradou mais pelas discussões paralelas, do que pela proposta e encenação de seu tema principal, que ficou muito cansativo.

Poderia ter sido melhor.

Penso que a próxima novela ARAGUAIA nos presenteará com belas paisagens naturais do Brasil, num cenário mais real, ainda que seja aqui deste mundo mesmo, deste sofrido planeta Terra, que milagrosamente dizem ainda ser azul.