QUEIMAR A BÍBLIA OU O ALCORÃO? OU OS DOIS?
Há alguns dias, o mundo ficou estarrecido com a notícia de que um, até então desconhecido, pastor evangélico de uma cidadezinha no interior da Flórida nos EUA, chamado Terry Jones, iria, no aniversário de nove anos dos atentados de 11 de setembro, queimar exemplares do Alcorão o livro sagrado dos muçulmanos. Depois de chamar a atenção da mídia mundial e receber do presidente norte-americano um “ puxão de orelhas”, Terry Jones voltou atrás e tentou ganhar mais prestígio dizendo que fizera um acordo com os líderes mulçumanos para que não construam uma mesquita próximo do local onde ficavam as Torres Gêmeas. Pura mentira e bazófia. Nem ele ia queimar nada, nem houve qualquer acordo. Tudo o que ele queria mesmo ele conseguiu: 3 minutos de fama na mídia internacional; aumentar a venda do livro "O Islã é Diabólico", que estava encalhado desde o lançamento; insuflar revoltas em várias partes do mundo, provocando a morte de pelo menos quatro pessoas e dezenas de feridos em Logar, no Afeganistão.
Mas quem disse que a insanidade acabou aí? Os noticiários dão conta de outros desocupados, como um professor de Direito, australiano, que fez um vídeo rasgando e enrolando tabaco em folhas do Alcorão e da Bíblia depois queimando-as como cigarro. Em seguida, o professor Alex Stewart ,que dá um mal exemplo aos seus alunos (por fumar tabaco), grava um vídeo de 12 minutos, que tem como título "A Bíblia ou o Alcorão, qual queima melhor?". Para preservar tanto o nome e mais ainda o patrimônio da Universidade Tecnológica de Queensland, Stewart foi suspenso com uma nota adicional da instituição: "A universidade está evidentemente muito descontente e decepcionada com o fato de que este tipo de incidente tenha acontecido". Alex Stewart afirmou que pretendia exercer o direito à liberdade de expressão. "O vídeo era uma piada, claro", disse o professor gozador que só queria aparecer.
Não será novidade alguma se, dentro de alguns dias, aparecerem adolescentes colocando vídeos no Youtube, usando as páginas da Bíblia ou do Alcorão para outras finalidades mais sórdidas. É provável que alguns até apareçam comendo as páginas como sanduíche. Quanta estupidez!! O que o ser humano não é capaz de fazer para aparecer na mídia e ter o seu nome nas principais páginas dos noticiários do mundo...
Lembram do idiota que matou John Lenon? Era cristão convicto. Ele disse que queria ficar mais famoso do que o Beatles ,porque um dia eles disseram que “ estavam mais conhecidos do que Jesus Cristo”. O sujeito que deu cinco tiros fatais em Lenon alegou que vozes o mandavam cometer o crime. É sabido que "ouvir vozes" (o termo que usamos na Psicologia é alucinação auditiva) é fenômeno concernente a diversos transtornos mentais, podendo ocorrer com pessoas em qualquer lugar do mundo.
Condenado à prisão perpétua, Chapman matou Lennon, na noite de 8 de dezembro de 1980, numa segunda-feira, pouco antes das 23 horas, em frente ao edifício Dakota, onde o ex-Beatle vivia. Horas antes, Lennon autografara para Chapman uma cópia de seu recém-lançado álbum Double Fantasy. Como razão para o assassinato, o criminoso tem repetido várias vezes: " eu achava que graças ao crime ficaria famoso, deixaria de ser um zé-ninguém". E deixou mesmo de sê-lo: passou as ser um “psicopata atrás das grades”.
Já se foi o tempo em que pessoas, jovens ou adultos queriam ficar famosas produzindo obras de arte, pintura, escultura, tocando um instrumento musical, compondo, cantando, dançando, praticando alguma atividade esportiva, escrevendo um livro, fazendo uma descoberta ou invenção. Era assim no meu tempo e de muitos leitores. Nos dias de hoje, homens, mulheres e crianças (avalizadas por seus próprios pais) são capazes de se torturarem, se matarem, se deformarem, cometerem crimes hediondos, só para terem um minuto de fama, mesmo que seja a pior possível. Aliás, para esses doentes emocionais, quanto pior melhor.
Foi por razões escusas e inconfessáveis e provavelmente também pelo amor ao dinheiro proporcionado pela fama instantânea, que o tal pastor Terry ameaçou queimar o Alcorão, pois queimar os romances e livros de centenas de escritores americanos que incitam a guerra, ao homofobismo e à intolerância racial, não daria a ele a notoriedade desejada. Não o faria ficar famoso e até mais rico. Vejam a esperteza do sociopata que se aproveitou de uma data marcante para o mundo e criou a seguinte bizarra equação: 11 de setembro+ muçulmanos+ Alcorão+fogueira = mídia mundial + holofote$$$$.
Em 2009, Terry mandou colocar um sinal, no gramado da sua resiidência, grafado em grandes letras vermelhas "O Islã é do diabo". Os membros da igreja, também enviaram seus filhos para o novo ano escolar com uma camiseta contendo a mesma frase nas costas. Eles usam até as crianças! Coitadas!
Mas finalmente, resta a provocação do meu texto: que livro deve ser queimado: O Alcorão, cheio de intolerância, machismo, ignorância e selvageria: Leia No Alcorão 5ª SURATA – V 33
“O castigo, para aqueles que lutam contra Deus e contra o Seu Mensageiro e semeiam a corrupção na terra, é que sejam mortos, ou crucificados, ou lhes seja decepada a mão e o pé opostos, ou banidos. Tal será, para eles, um aviltamento nesse mundo e, no outro, sofrerão um severo castigo.”
ou a Bíblia cujas páginas estão cheias de sangue do começo ao fim, retratando um deus cruel, sanguinário e violento que mandava assassinar barbaramente: Leia na Bíblia: I Samuel 15: 3
...Assim diz o SENHOR dos Exércitos "Vai, pois, agora e fere a Amaleque; e destrói totalmente a tudo o que tiver, e não lhe perdoes; porém matarás desde o homem até à mulher, desde os meninos até aos de peito, desde os bois até às ovelhas, e desde os camelos até aos jumentos."
Cá entre nós, em cada 100 pessoas que se dizem cristãs (evangélicas ou católicas) constatei que apenas 10% leram a Bíblia totalmente. Não tenho a mesma estatística sobre os muçulmanos, mas acredito que deve ser um número ainda menor. Tudo o que eles sabem desses livros “ditos sagrados” são extratos selecionados nos cultos pelos pastores, padres e imãs. Os livros são muito chatos para serem lidos por inteiro. São herméticos demais, confusos demais, contraditórios demais. Por isso, poucos o lêem. Muitos sequer sabem o que contêm esses livros que carregam debaixo dos braços para o culto. Se contentam em repetirem, como papagaios, o que ouviram e os poucos versículos que leram. Ou ainda, lêem, mas nada entendem. Acham que é porque são ignorantes demais para entenderem a “palavra de Deus”.
Felizmente, hoje já dispomos de internet e acesso à informação de todo tipo. Para aqueles com tempo e disposição, sugiro que façam, por si mesmos, uma pesquisa profunda, séria e com a mente aberta sobre esses dois livros, para tirarem suas próprias conclusões. Façam deles objeto de pesquisa, como eu fiz durante vinte anos, anotando cada contradição, cada aberração, cada engano, cada mensagem, cada frase digna de ser guardada ou esquecida para sempre, cada história digna de ser excluída de qualquer livro. Se um dia eu decidisse publicar um livro mostrando os milhares de erros que encontrei nesses livros, certamente cristãos e muçulmanos do mundo inteiro iriam me caçar, como fizeram com o escritor britânico Salman Rushdie que, em 1989, foi condenado a morte pelos muçulmanos, quando escreveu um livro de poesia intitulado: Versos Satânicos (numa referência clara ao Alcorão). Não publicarei tal livro. Sou mais discreto e prefiro continuar minha vidinha mansa e pacata como psicólogo e professor. Escrevo por diletantismo, para transmitir um pouco do que aprendi e inspirar outras pessoas. Sou da paz e do bem e, portanto, se você quer mesmo saber: não queime nenhum livro, nenhum mesmo. Deixe que as pessoas leiam o que quiserem, investiguem o que quiserem, porque ao fim de tudo, os livros registram a história da raça humana com seus erros e acertos. E quem disse que eu estou certo? Acho melhor não incitar a fúria de ninguém, especialmente de religiosos fanáticos, que são capazes de matar em nome de Alá ou Jesus (como sempre o fizeram em muitos séculos de barbárie) – a história está aí para provar.
Se precisamos queimar alguma coisa simbolicamente, que sejam a intolerância ao diferente, a falta de amor ao próximo e a si mesmo, a ganância, a agressividade gratuita, o desrespeito às leis da Natureza, a destruição dos recursos naturais do planeta, enfim, todas as coisas que reduzem a nossa qualidade de vida, retira a nossa liberdade e limitam a felicidade, para a qual fomos destinados a viver, mesmo que uns não queiram.
Referência dos livros citados, que podem ser lidos por qualquer pessoa com muita paciência e determinação.
http://www.islam.com.br/quoran/traducao/index.htm
http://www.bibliaonline.com.br/acf