A VERDADE E A MEDIAÇÃO CULTURAL (minhas anotações e considerações)

A ampliação do conceito de Cultura precisa ser pensada em um sentido bem mais abrangente, pois, cultura pode ser considerada como tudo que o homem através da sua racionalidade, precisamente, da sua inteligência, consegue executar, dessa forma todos os povos e sociedades possuem sua cultura por mais tradicional e antiga que ela seja, pois todos os conhecimentos adquiridos são passados das gerações passadas para as futuras. Enfim, Cultura se produz através das interações sociais dos indivíduos. Isaura Botelho afirma:

A dimensão sociológica não se constitui no plano do cotidiano do indivíduo, mas sim em âmbito especializado: é uma produção elaborada com a intenção explícita de construir determinados sentidos e de alcançar algum tipo de público, através de meios específicos de expressão. Para que essa intenção se realize, ela depende de um conjunto de fatores que propiciem, ao indivíduo, condições de desenvolvimento e de aperfeiçoamento de seus talentos, da mesma forma que depende de canais que lhe permitam expressá-los.

Em outras palavras, a dimensão sociológica da cultura refere-se a um conjunto diversificado de demandas profissionais, institucionais, políticas e econômicas, tendo, portanto, visibilidade em si própria. Ela compõe um universo que gere (ou interfere em) um circuito organizacional, cuja complexidade faz dela, geralmente, o foco de atenção das políticas culturais, deixando o plano antropológico relegado simplesmente ao discurso (Botelho, 2001, p.74)

Cultura é o lugar da realização da condição humana, portanto, a cultura é a instância de mediação para a ampliação desta condição. “Uma biblioteca é tão importante quanto um posto de saúde!” arremete José Márcio Barros.

A leitura é uma pratica social em que o leitor, ao mergulhar no ato de ler, está inserido num processo de produção de sentidos. Por isso, a importância da leitura na formação do sujeito leitor, é primordial, pois vai mover o espírito crítico, que é o cerne da cidadania. Somente com a formação de leitores é que os escritores podem vender livros.

A política pública de Cultura também precisa se voltar para todos os sujeitos e cidadãos produtores de bens simbólicos. José Márcio Barros diz:

“O mestre de uma sabedoria cultural é patrimônio cultural. Ele é fundamental para a memória de um povo. Olhar uma guarda de congada é olhar a dança e a cantiga inventada há séculos e que continua atual. Para um mundo justo precisamos reinventar o mundo através da Cultura e da Arte. A diversidade é uma resposta e não uma constatação. É o resultado e não apenas o pressuposto.”

Mediação cultural é um dos mecanismos distintivos do desenvolvo humano, de acordo à teoria psicológica histórico-cultural introduzida por Lev Vygotski. Uma premisa fundamental de Vygotski é por tanto a de que as ferramentas e os signos são primeiro e antes de mais nada algo compartilhado entre indivíduos em sociedade, e, depois disto é que podem ser internalizados pelos indivíduos que se desenvolvem em tal sociedade; assim ele cita:

"Toda a função no desenvolvimento cultural do menino aparece duas vezes: primeiro, no nível social, e depois no individual; primeiro, entre a gente (interpsicológica), e depois dentro do menino (intrapsicológica). Isto se aplica igualmente à atenção voluntária, à memória lógica, e à formação de conceitos. Todas estas funções superiores se originam como relações reais entre indivíduos humanos" (Vygotsky, 1978: 57).

Um advogado que se relaciona com o social, mais equidade ele desenvolve. Visto por este ângulo podemos notar que a Cultura assume lugar central nas discussões acerca do desenvolvimento humano e profissional.

A diversidade cultural tem como função unir todas as diferenças culturais em uma única, e o seu modo de organizarem também as suas concepções religiosas e morais, usando a linguagem, as danças, a maneira de se vestir e suas tradições, o termo diz respeito a variedade de idéias, caracterizando os diferentes elementos da convivência e de determinados assuntos.

Bibliografia:

Botelho, Isaura. "Dimensões da cultura e políticas públicas", In São Paulo em Perspectiva 15(2, São Paulo: 2001,pp73-83.

Vygotsky, L. S. (1978). Mind in society. Cambridge, MA: Harvard University Press