Portugal - Roteiro Turístico I
Algumas sugestões para (re) descobrir Portugal
É muito agradável (re)descobrir alguns dos lugares lindos e incríveis de Portugal e um desafio, para mim, falar apenas de alguns, pois Lisboa, Coimbra, Porto e todo o país têm uma infinidade de locais interessantes para visitar.
Aqui ficam algumas sugestões, começando pela capital “alfacinha”.
Mas vamos conhecer, primeiramente, um pouco da sua história:
A origem do termo alfacinha para designar os naturais de Lisboa não está clara etimologicamente. "Alface" vem do árabe e, segundo o Gabinete de Estudos Olisiponenses, o cultivo da planta começou aquando da ocupação da Península Ibérica pelos fiéis de Alá. Num dos cercos de que a cidade foi alvo, os habitantes da capital portuguesa tinham como alimento quase exclusivo as alfaces das suas hortas.
O certo é que a palavra ficou consagrada e, de Almeida Garrett a Miguel Torga, os grandes da literatura portuguesa habituaram-se a tomar "alfacinha" por lisboeta.
Lisboa! É difícil encontrar palavras que definam a sua beleza e grandiosidade: Lisboa, cidade branca, banhada por uma luz que ao longo dos séculos tem inspirado escritores, poetas e artistas, ergue-se sobre sete colinas debruçadas sobre o rio Tejo.
A capital de Portugal, é uma das cidades mais encantadoras da Europa pelas suas características únicas. Monumental, frenética, moderna, cosmopolita, Lisboa é também, ao mesmo tempo, uma cidade acolhedora, romântica e sossegada. Uma mistura que encanta todos os que a visitam e que não é mais do que o resultado de séculos e séculos de História.
De acordo com a mitologia que envolve a sua fundação, teria sido fundada pelo Chefe dos Argonautas gregos, Ulisses, que aqui se apaixonara pela belíssima Rainha Ofiússa, a Deusa-Serpente, originando o nome Olisipo (aproveitando o termo celta já existente, Olisipon, “lugar de cavalos”, justificativa filológica até hoje prevalecendo graças ao valor célebre do cavalo lusitano).
Posteriormente os Romanos, usaramo termo ligure lyx (vocábulo referente às águas do Tejo) para o converter em lux, “água santa”. E, igualmente pegando no derivado da palavra Olisipo que seria Olisipona, transformariam esta em Ulyssibona. Depois seriam os Árabes a aproveitar o termo lyx sob a forma lix, transformando o nome em Lixbona (“águas boas”) que mais tarde, após a Reconquista cristã, se tornaria na que hoje conhecemos: Lisboa.
Foi com os romanos que a cidade alfacinha começou a crescer e a desenvolver-se. Tornou-se um importante porto comercial e foram construídos numerosos edifícios, templos, termas, palácios e vilas. Com a ocupação muçulmana, em 719, Lisboa ganhou ainda mais importância.
Em 1147, Lisboa foi conquistada aos mouros, tambem conhecidos por muçulmanos, por D. Afonso Henriques e o seu exército de cruzados. Em 1255, torna-se a capital do reino.
Ao longo da Idade Média a cidade foi ganhando dimensão, tornando-se num importante pólo económico e cultural da Península Ibérica.
A cidade conheceu o seu apogeu a partir do seculo XV, quando começou a época dos Descobrimentos Marítimos. De Lisboa partiam as expedições oceânicas, exemplos disso foram a descoberta do caminho marítimo para a India por Vasco da Gama e a descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral.
A capital portuguesa tornou-se um dos centros comerciais mais importantes da Europa. A língua e os costumes portugueses deixaram vestígios em todo o Mundo.
Luís Vaz de Camões, um dos maiores poetas portugueses, relatou todos estes grandes feitos dos portugueses no seu poema épico "Os Lusíadas".
Foi a época da grande expansão de Lisboa, marcada pela construção de diversos monumentos que dela fizeram uma cidade única.
Foi em Lisboa que aconteceu a principal revolta que levou à restauração da Independência, em 1640, após 60 anos de domínio espanhol.
No século XIX, o liberalismo introduziu uma nova vivência social, com o crescimento dos cafés e dos teatros. Em 1879, a cidade expandiu-se para outras zonas mais interiores com a abertura da Avenida da Liberdade.
Em 1910 foi em Lisboa que se deu o fim da Monarquia e a implantação da República.
No ano de 1966 foi construída a ponte sobre o Tejo, (inicialmente ponte Salazar, o seu nome foi mudado para ponte 25 de Abril logo a seguir à Revolução de 25 de Abril de 1974), que permitiu melhorar os acessos à capital.
Foi em Lisboa que, em 1974, se iniciou a Revolução dos Cravos, que pôs fim ao regime totalitário de António Salazar.
Desde então, a cidade tem vindo a desenvolver-se para lá das suas fronteiras, com a construção de urbanizações novas e com a reabilitação dos bairros históricos. Uma cidade moderna que soube preservar o passado e virar-se para o futuro.
Lisboa ostenta, orgulhosa, todo o desenvolvimento ocorrido nos últimos anos, principalmente depois da adesão ao mercado comum europeu, a capital de portugal conta com um PIB per capita superior à média europeia.
A marcar a modernidade e o século XX, Lisboa apresenta alguns edifícios que ficarão para a história como sendo dos mais notáveis em termos de arquitectura, como a Torre das Amoreiras, o Centro Cultural de Belém, a Estação do Oriente, a Torre Vasco da Gama, o Oceanário de Lisboa, o Pavilhão de Portugal e o Pavilhão Atlântico.
Lisboa conta ainda com inúmeros espaços culturais, dos quais se destacam: a Biblioteca Nacional, o Museu Nacional de Arte Antiga, o Museu Calouste Gulbenkian, o Museu da Água, o Museu Nacional dos Coches, o Museu Militar, o Museu do Azulejo, o Museu da Electricidade, o Museu Rafael Bordalo Pinheiro, o Museu da Música, o Museu do Traje ou o Museu da Cidade.
Nas salas de espectáculos destacam-se o Coliseu de Lisboa, a Aula Magna da Universidade de Lisboa, o Teatro Nacional de S. Carlos (Ópera), o Teatro Nacional de D. Maria II, o Teatro de S. Luís, o Teatro Camões, o Teatro da Trindade, o Fórum Lisboa, os auditórios da Fundação Calouste Gulbenkian, do Centro Cultural de Belém e da Culturgest, o Pavilhão Atlântico e a Praça de Touros do Campo Pequeno.
Em relação a acontecimentos culturais, Lisboa todos os anos é palco de grandes eventos, tendo sido considerada pela International Congress & Convention Association a oitava cidade do mundo mais procurada para a realização de eventos e congressos internacionais.
A cidade foi Capital Europeia da Cultura em 1994 e conta ainda com importantes realizações como a Expo98 e mais recentemente o Euro2004, a Gymanestrada Mundial, o Rock in Rio e a MTV Europe Music Awards.
Mas existem ainda outras tradições a registar, como as festa dos santos populares, no mês de Junho, onde a cidade ganha um colorido especial com os enfeites de balões e arcos que são colocados em quase todas as ruas. As pessoas organizam festas de rua que se prolongam até altas horas da madrugada, onde não faltam a sardinha assada, o caldo verde, os manjericos e música popular. Na noite de 12 para 13 de Junho, desfilam na Avenida da Liberdade centenas de pessoas representantes dos bairros de Lisboa. São as marchas populares.
De seguida, as ruas dos bairros históricos são invadidas por milhares de pessoas que não querem perder pitada da festa.
Mas a maior e mais conhecida manifestação cultural de Lisboa é sem dúvida o fado, que ganhou projecção a nível internacional com a fadista Amália Rodrigues e mais recentemente com Mariza. O fado é considerado o produto mais autêntico da cultura lusitana. Afinam-se as guitarras. A luz baixa. «Silêncio, que se vai cantar o fado!». É assim que começam as noites de fado em Lisboa.
Acompanhado à guitarra, os temas mais cantados são a saudade, o mar, a nostalgia, o amor, o ciúme e as pequenas histórias do quotidiano. É uma música que vem de dentro, da alma portuguesa. Daí em Lisboa existirem inúmeras casas de fado, principalmente no Bairro Alto e em Alfama, bairros tradicionais lisboetas.
(Ana Flor do Lácio, 07/04/2010)