Viver e Sobreviver

Não temos nenhuma dúvida sobre os motivos que nos levam a viver e sobreviver depois que deixamos de ser crianças. Para viver é necessário querer, com a mente e o coração. Quando pequenos, queremos crescer, e por acharmos que somos imortais, empurramo-nos como a areia que desce serena e decididamente na ampulheta em seus primeiros momentos. Os tempos da infância demoram a passar, assemelham-se à eternidade. Mais tarde, o tempo curva-se sobre nós e curvamo-nos à realidade, mas nossos sonhos e esperanças nos vão mantendo vivos, despertos, alegres, felizes e lutando. O espectro da morte passa ao largo, pois nosso entusiasmo é maior.

A adversidade - mestra rigorosa – quer subjugar-nos, mas vamos aprendendo a transformar as pedras em flores e a agradecer a existência daqueles obstáculos que nos põem à prova à medida que vamos vivendo, caminhando, apreciando a viagem, o colorido dos dias ensolarados, o recolhimento nos dias chuvosos, não querendo chegar ao fim da caminhada, pois algo nos impulsiona a viver mais e mais: um filho que vai chegar, ou um outro que está crescendo, o amor que quer sobreviver, a esperança de se tornar outra pessoa melhor, uma vontade atávica de viver e ser feliz.

Qual o segredo, a mágica dominada por aqueles que trazem sempre um sorriso no rosto e o coração cheio de júbilo? Há certos segredos que não vêm de magias, senão de conhecimentos, mágicas chaves que podem abrir as cerradas portas do entendimento.

A fórmula da felicidade pode ser simples ou não. Ninguém consegue se sentir feliz se não for capaz de reter na recordação os pequenos momentos de alegria que vai vivendo no decorrer da vida. Cada pequeno momento unido a outro, vai formando um singelo e maravilhoso colar pessoal chamado felicidade. E ele, dependendo do adestramento de quem o fabrique, poderá se constituir num escudo protetor contra os de tristeza, desânimo e depressão.

A alegria é um estado pessoal expansivo. No momento em que se a experimenta, a vida se amplia e mal se consegue reter a energia que dela provem.

Todos buscam ser alegres e felizes. No entanto, a alegria é fugaz. Muitos acreditam ser a vida um vale de sofrimentos e penúrias. E esta crença é tão forte que a vida se transforma num sofrimento interminável.

O jogo- do- contente celebrizado pela famosa personagem de um conhecido romance juvenil encarna uma realidade pouco compreendida pela maioria dos seres humanos: a felicidade é alcançável e sua conquista depende muito do empenho de quem a busque; poder-se-á encontrá-la profundezas do sentir, ali onde são registrados os episódios vividos de grata repercussão na vida.

Para ser feliz é necessário querer do fundo do coração, e buscar a felicidade nos mínimos aconteceres, e registrá-los como num álbum de fotografias, para que não caiam no esquecimento e possam substanciar os dias futuros.

Nagib Anderáos Neto

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