Sobre Tomé, Tomaz e a Grande Fraternidade Branca
O terapeuta holístico Tomaz Aldano, querido amigo, é defensor da existência da Grande Fraternidade Branca, uma legião de espíritos boníssimos – entre os quais estão Jesus Cristo e São Francisco de Assis – que, de encarnações em encarnações, em sucessivas vidas em ascensões de qualidade física e moral, tem ajudado a gerir os movimentos criativos da Vida e, em especial, de Suas gerações manifestadas como pré-humanos em direção à consciência dessa profunda integração essencial espiritual que, razão de tudo o que existe, perpetuamente tem se apresentado nos domínios do nada e, em consequência, a pretender estabelecer as razões do amor universal entre os seres que nasceram neste planeta, assim como em outras partes do cosmos.
Fora Tomaz, há um grupo considerável de pessoas que crê em coisas assim. Não apenas na existência da Grande Fraternidade Branca, mas num sem número de representações desse Grande Ser a quem chamamos “Deus”, incomensurável Criador-administrador essencial dos mundos existentes, “dentro” dos quais Se processa e “dentro” dos quais, graças a Seus nós quânticos, somos e nos encontramos.
Entre tantos metafísicos, há os que crêem num pré-universo espiritual, onde uma infinidade de espíritos puros, habitando um “Limbo”, espera a oportunidade de se tornar pessoas, e outros seres, evoluindo de “mônadas”, tipos de estrelas micro cósmicas fundamentais, até estrelas muito maiores do que o astro responsável por banhar o planeta onde habitamos com sementes luminosas que, velozes manifestações da luz, em conjunções infinitas, geram seres de carnes e ossos, como nós, entre uma infinidade de outros – para não mencionar seres que vivem em outras esferas, formados por outras vibrações da Luz primordial, os quais, finalmente ou, mais acertadamente, para dar continuidade ao que foi iniciado, serão capazes de imitar tal poder criativo da Vida ajudando-a a desenvolver a consciência sobre Si mesma e sobre os universos onde vive.
Desta forma, no sistema solar onde vivemos é conosco, resultados máximos de Seus nós quânticos, que a Vida torna-se cônscia de Sua pulsão criadora, elevando-nos de nossa condição de homo sapiens – quando o tal formos – à categoria de Seus supra-humanos co-criadores. E não adiantam as gargalhadas de deboches dos ateus, descrentes galhofeiros que, em sua falta de conhecimento e imaginação, se pensam apenas não poderem passar do que seus registros de nascimento lhes dizem que são.
Em sua pobreza e, consequentemente, em sua vaidade intelectual, os céticos não enxergam que não há o que negar sobre nossas condições de partícipes de toda essa realidade fantástica onde estamos metidos, uma vez que, como observei, também somos provas vivas de tudo isto. E a despeito das desconfianças que nos causem simplificações, deveríamos ser reconhecidos apenas como uma manifestação deste gigantesco mistério que, entre os muitos nomes como podemos chamá-lo, também é conhecido simplesmente como “Vida”.
Em minhas conversas com Tomaz Aldano – de quem admiro a integridade ideológica, sendo ele essencialmente um mestre de si mesmo e, como todo bom mestre, aconselhando-nos e ajudando-nos a fazer o mesmo – digo-lhe numa provocação que sou “neo-discípulo de Tomé”, um dos seguidores de Jesus Cristo de quem um tanto inadequadamente deriva o nome dele. Porque, ao contrário de Tomaz, Tomé – segundo contam escrituras cristãs – era incapaz de crer na existência de algo que não poderia ver ou tocar, parecendo Tomé absolutamente inconsciente de que, ainda em planos materiais, o que nos sustenta aos experimentos da Vida é algo absolutamente invisível aos olhos: o oxigênio, também reconhecido como “o sopro divino”, gás que, em dimensões materiais ainda não tão sutis como a que manifesta a Luz, mais se assemelha à natureza invisível daquilo a que se chama “Deus”.
Como “neo-discípulo” do descrente Tomé, então, digo à Tomaz que, nestes tempos de grandes manifestações de virtualidades visuais, nem vendo devo crer que existem certas coisas – embora minha inquieta razão me esclareça ser bobagem duvidar da miraculosa origem da mecânica de minha circulação sanguínea, por exemplo, ou do poder dos olhos, associados aos poderes da mente, de transformar impulsos luminosos em imagens; ou de que, quando ingerido – entre outros alimentos – um punhado de grãos de arroz integral possa ser essencial a gerar a energia que torna “meu” organismo capaz de mover-se, sentir, pensar e ter idéias.
Em seu livro “Questões sobre os milagres” (Martin Fontes, São Paulo, 2003), o filósofo iluminista francês Voltaire escreveu: “Um milagre, segundo a energia da palavra, é uma coisa admirável; assim sendo, tudo é um milagre. A ordem prodigiosa da natureza, a rotação de cem milhões de globos ao redor de um milhão de sóis, a atividade da luz, a vida dos animais, são milagres perpétuos”.
Diante disto e, mais, como produtos disto, enquanto provas vivas disto, portanto, por que deveríamos recusar crer na existência de grupos de poderosos seres extraterrestres administradores da Vida, semeada em “cem milhões de globos ao redor de um milhão de sóis”, se, na verdade, tal número imaginado por Voltaire não representa a verdadeira quantidade infinita de tudo que existe, ou existirá, para muito, muito além da nossa capacidade perspectiva?
Entre todos os preconceitos e pós-conceitos limitantes, portanto, ainda que a existência de tais invisíveis mestres em ascensão pareça não servir para nos auxiliar a pagar nossas contas – sendo seus elevados números consequências de nossa ignorância acerca do fato de que há mais coisas valiosas entre o céu e o Shopping do que sonham nossas vãs consumidoras – que viva para sempre a fé de Tomaz Aldano na existência da Grande Fraternidade “Branca” e que continue ela amparando àqueles que, como Tomáz, estão conquistando o direito a fazer parte desta maravilhosa fraternidade, tenha ela a cor que tiver.