A PROPAGANDA É A ALMA DO NEGÓCIO.

Pelo que vejo nos noticiários e convívios sociais, a violência é o produto que mais tem propaganda no mundo. Nos jornais eletrônicos e impressos, a violência ocupa o maior tempo e espaço possível. Sendo que, alguns se primam pela exclusividade na divulgação do malgrado produto. Tudo na louca tentativa de ganhar audiência. Geralmente quando não conseguem exclusividade para publicação do ato violento, visando manter a audiência ou vendagem em alta, pois significam gordurosas contas de publicidades, mas, tendo que ocupar o espaço e se manter no mercado, repetem o que já foi noticiado, dando a entender que quem assistiu ou leu um jornal, já viu todos. Atitude que poderia ser um fator inibidor de exposição à violência, reage ao contrario. Por diversas vezes presenciei pessoas catando canais de televisão e outros meios de comunicação para saber mais coisas da menina Gabriela, no caso Nardoni. Penso que, isto acontece devido à maciça exposição a fatos graves, que por si só afloram a curiosidade humana. Outro motivo, opinião própria, é que, é mais fácil e até automático ouvir, ler e compreender sobre um fato que se tem uma idéia geral. Assim sendo e em virtude da ansiedade vivenciada por todos nesses tempos, acrescenta-se ao consciente e subconsciente somente as novidades em relação ao ato repugnante. Situação que dá subsídios para os bate papos diários, necessários no meio em que se vive.

Nesta lógica, a violência é vantajosa para muitos segmentos, a começar pelo o poder e agentes públicos, que apesar de sempre queixar que os reservatórios estão vazios, na realidade nota-se que a vazão de dinheiro para conter, veja bem, não é abaixar, é conter a violência, é elevada e ininterrupta. A seguir, vemos as empresas de segurança e equipamentos afins, que entram no vácuo deixado pelo Estado; as redes de comunicação (televisões, rádios, jornais e internet) pelos os motivos já expostos; os profissionais liberais, médicos, advogados e outros; os que vivem da religião, suas entidades, hospitais e ongs; as seguradoras e empresas de objetos e serviços fúnebres, bem como, as firmas regionais de alimentação e vestuários; até mesmo para as vitimas em alguns casos, por incrível que pareça, a violência é lucrativa. Absurdo, diversas regiões e municípios se organizaram encima de penitenciarias construídas em áreas até então desabitadas. Ou seja, uma série de segmentos, que se amanha ou depois a violência reduzisse a níveis insignificantes, teriam enormes dificuldades para readaptação.

A vitima, na maioria das vezes é a única desfavorecida, mas, como faz parte da engrenagem deve cumprir o seu papel. Traduzindo, é tratada como tal até que apareça fato que a sobreponha. Daí para frente transforma-se em números que alimentará novos orçamentos para continuação do ciclo. Mais a frente, quase no geral, a vitima será simplesmente um vazio, um que existiu.

Bem, aonde eu quero chegar, é que, se a propaganda é alma do negócio e a violência tem maciça e gratuita (aparentemente) propaganda e por encontrarmos em insuportável condição de sobrevivência, com crises de pânicos e outras moléstias, devemos repensar sobre a referida organização, ou então nos aniquilaremos de vez, o que com certeza não será lucro para ninguém.

Se por um lado, é difícil a recolocação e reestruturação da engrenagem supracitada, para evitar o contínuo inflacionamento da violência como atualmente assistimos. Por outro, podemos filtrar o deve ser visto assistido, comentado, vivido e seguido. Se a adesão aos poucos for aumentando, acredito que a engrenagem com certo tempo, por falta de lucro dará sinais que poderá movimentar em contrário, e assim vivenciaremos o movimento que batizo de tranquilidade social, alcançado por alguns países ou no mínimo a violência estancará em níveis aceitáveis.

Tenho ciência que o crescimento da violência não é tão simples de explicar, como foi argumentado, mas, esta pode ser a ponta da reação e como já sabemos o produto com pouca propaganda, por melhor que seja não atinge na totalidade seu público alvo e naturalmente se enfraquece.

A paz vem de dentro de você mesmo. Não a procure à sua volta. Buda.

Wilson Brasil

23/06/2010-15h30min

wilson brasil
Enviado por wilson brasil em 23/06/2010
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