Homossexualismo e Genismo

Teoria Genista Sobre o Homossexualismo

João Carlos Holland de Barcellos (jocax) ( março/2000 Rev. fev/2005 )

Este ensaio procura explicar o comportamento homossexual sob o ponto de vista do paradigma darwiniano moderno que é a base do genismo e da psicologia evolutiva.

A pergunta chave do comportamento homossexual durante séculos foi: “Poderia ser a homossexualidade uma simples questão de ‘opção'? Uma questão de escolha do indivíduo em relação à sua sexualidade? Ou seria algo incontrolável, um traço hereditário e imutável?”

O comportamento, melhor dizendo, a atração homossexual sempre intrigou os cientistas do comportamento humano particularmente os psicólogos evolutivos. Este traço, por levar a um comportamento no qual a sexualidade, a libido, é despertada para um indivíduo do mesmo sexo, deveria fazer com que os portadores destes genes tivessem um número muito menor de filhos do que a média, aparentemente, fazendo com que a freqüência de seus genes fossem diminuindo no pool genético da espécie. Este dilema ficou conhecido como “o paradoxo darwinista” do homossexualismo.

Atualmente, sabe-se que existem evidências de que os genes influenciam este traço da personalidade e cuja manifestação pode depender de influências ambientais, culturais e/ou físicas como, por exemplo, devido a hormônios do ambiente intra-uterino.. A influência puramente cultural na sexualidade humana deve ser descartada uma vez que somente ela não explicaria a grande quantidade de indivíduos que, apesar de enorme esforço para mudar de ‘opção sexual' em virtude de pressão familiar, religiosa e social, para que adotassem um comportamento sexual padrão, fracassaram flagrantemente. Segue então que o homossexualismo deve ter também um componente genético que independe de uma escolha consciente. Como a maioria dos instintos, provavelmente, a homossexualidade deve ser causada por vários genes o que permitiria variados graus de homossexualismo.

Além disso, pesquisas recentes mostram que cerca de 10% da população são homossexuais. Um número muito grande em termos estatísticos, principalmente se pensássemos que este traço significasse o fim da linha genética de seus portadores e, portanto, uma característica aparentemente prejudicial à perpetuação genética.

O fato de existir uma quantidade relativamente grande de homossexuais na população impede de lançarmos mão do “argumento mutagênico”. Sabemos que existem mutações genéticas deletérias, aquelas que causam a morte de seu portador. Mas estas mutações são muito raras uma vez que levam à morte seu portador juntamente com seus genes. Por isso o paradoxo homossexual sempre foi um problema espinhoso para os evolucionistas.

Contudo, se estudarmos a teoria evolucionista mais atentamente, verificaremos que o que está em jogo não é a vida dos portadores dos genes e sim os próprios genes. Se o paradigma da vida fosse a sobrevivência individual então uma mãe não arriscaria a própria vida para salvar a de seus filhos. O louva-deus não daria a vida por uma cópula bem sucedida e assim por diante. Ou seja, na natureza o que está realmente em jogo é a perpetuação genética. Os genes são a real essência da vida e isso é a chave para resolver este dilema.

Entretanto, pode-se argumentar que a pressão social contra este comportamento, na forma de preconceito anti-homossexual, poderia inviabilizar qualquer pretenso benefício genético. De fato, o argumento seria válido se o preconceito existisse há muitos milhares de anos, tempo suficiente para modelar os genes humanos. Mas o preconceito contra os homossexuais só foi forte com o advento das religiões “modernas” como cristianismo e o islamismo, antes dele, como na Grécia antiga, por exemplo, ele era não apenas tolerado como incentivado. Atualmente o poder religioso, principalmente nas modernas sociedades ocidentais, tem declinado bastante permitindo que o estigma homossexual deixe de ser visto como algo pecaminoso ou associado a algum comportamento imoral permitindo, como veremos, que as vantagens genéticas do traço possam suplantar o preconceito.

Como todo fenótipo, a homossexualidade também deve ser produto da interação entre genes e ambiente. Podemos então imaginar de que forma o ambiente sinalizaria aos “genes homossexuais” que deveriam agir e produzir a característica homossexual. Existem algumas teorias, baseadas em estatísticas recentes, que tentam explicar a vantagem da homossexualidade do ponto de vista evolutivo. Uma delas diz que os mesmos genes que causam a homossexualidade masculina são responsáveis por uma maior fecundidade dos parentes mulheres[1] isso poderia favorecer a sua disseminação e também explicar o paradoxo. Mas esta teoria não mostra, a nível quantitativo, que a transferência da fecundidade dos homens para as mulheres valha a pena. Outra teoria diz que os “genes homossexuais” poderiam ser ‘ligados' ainda no útero materno: Se a mãe tivesse tido muitos filhos homens a natureza propiciaria que o próximo, se fosse homem, teria uma probabilidade maior de ser homossexual que os anteriores, ou seja, os hormônios maternos fariam com que os genes latentes da homossexualidade fossem ativados no estágio fetal.

Se o traço homossexual não for causado por um único gene dominante, isto é se o gene for recessivo ou a homossexualidade for promovida por vários genes então o paradoxo também pode ser explicado se aplicarmos uma variação da teoria do “Altruísmo Parental”. É isso que o genismo acha o mais provável.

Em alguns casos, dependendo do contexto ou do ambiente, é vantajoso para o gene que seu portador –o indivíduo- seja prejudicado em favor dos genes que estão nos seus parentes próximos (como uma mãe faz por seus filhos). Isso faz sentido se pensarmos que o homossexual não se casa e, permanecendo na casa materna, poderia, por exemplo, ajudar a família, a cuidar de seus futuros irmãos e sobrinhos. De qualquer modo, para que a teoria seja consistente os “genes da homossexualidade” deveriam propiciar melhores condições de sobrevivência para seus iguais nos corpos de seus parentes próximos. Além disso, o ambiente deveria atuar nos genes propiciando a homossexualidade quando: existissem muitos irmãos; quando a família fosse numerosa ou pobre; quando a sociedade estivesse saturada de pessoas gerando estresse nos pais. Ademais, filhos únicos homossexuais também deveriam ser raros. Claro que casos ocorridos durante a infância também poderiam deflagrar a homossexualidade se existisse a propensão genética, mas como isso varia muito, não poderíamos analisar todos os casos. Se as estatísticas não corroborarem estas hipóteses então deveríamos rever nossa teoria da influência ambiental no traço homossexual.

Assim sendo, podemos facilmente resolver o aparente paradoxo homossexual: A homossexualidade estaria ligada a perpetuação genética de seus portadores de forma indireta. Este comportamento favoreceria, na forma de um autêntico mecanismo darwiniano, seus parentes próximos: O homossexual, por não ter uma família tradicional, com mulheres e filhos, têm um potencial muito maior, em termos de tempo e de recursos, para o auto-desenvolvimento, para o aperfeiçoamento profissional e/ou cultural. Além disso, teria muito mais tempo para estabelecerem alianças ou vínculos de amizades. Tudo isso pode facilitar sua ascensão sócio-econômica, de poder ou política que, fatalmente, se refletirá em benefícios diretos ou indiretos a seus parentes, que tem alto compartilhamento genético como sobrinhos, irmãos e tios.

Concluindo, a “função” dos homossexuais, sob o ponto de vista genista, seria criar um batalhador, uma espécie de ‘guerreiro social', que abriria caminho na competitiva sociedade humana para que seus parentes de sangue tivessem uma chance maior de perpetuarem seus próprios genes. Portanto, a modulação dos “genes homossexuais” pelo ambiente, uterino ou não, favoreceria estes genes de forma indireta conhecida na literatura da biologia evolucionista como altruísmo parental.

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Novas descobertas corroboram teoria genista:

http://www.scientificblogging.com/news_articles/evolutionary_role_samesex_attraction

http://www.thestar.com/news/sciencetech/science/article/762699--gay-uncles-important-for-evolution-study-finds

A causa do Homossexualismo

Pela perspectiva evolucionária a atração que pessoas do mesmo sexo podem sentir entre si não faz muito sentido – afinal um casal de homens ou um casal de mulheres não pode se reproduzir e a evolução e a seleção natural serve para maximizar exatamente a procriação. Mas uma pesquisa pode ter descoberto a razão desse traço ter persistido (e em mais espécies do que na humana).

O estudo sugere que a homossexuais podem ser classificados como os “ajudantes do ninho”. Ou seja, eles não se reproduzem, mas ajudam seus parentes, como sobrinhos e irmãos em sua sobrevivência, para que estes se reproduzam. Dessa forma, o homossexual estaria perpetuando os genes de sua família da mesma forma.

Essa pesquisa foi feita em Samoa, uma ilha do Pacífico, pois lá homens que gostam de homens são reconhecidos e aceitos como um terceiro sexo. Eles os chamam de fa’afafine – que quer dizer “nem homem nem mulher”. Os cientistas notaram que os fa’afafine são muito mais inclinados a ajudar seus parentes do que homens ou mulheres heterossexuais.

Para descobrir se esse altruísmo era relacionado aos seus parentes ou a todas as crianças, os cientistas recrutaram alguns fa’afine e comprovaram – eles protegem aqueles da mesma família e, dessa forma, conseguem fazer com que seus genes passem adiante sem a reprodução.

A conclusão foi que homossexuais seriam “super tios” encarregados de proteger a cria de sua família, mesmo sem se reproduzir. No entanto, os cientistas ainda não sabem se essa descoberta tem valor fora de Samoa. As culturas ocidentais tem um elo familiar bem mais fraco e os tios não representam um papel tão forte na vida dos sobrinhos. [Scientific Blogging]

http://hypescience.com/27589-a-causa-do-homossexualismo/

[1] Gene "gay" aumenta fecundidade feminina