O IDIOMA FALADO E ESCRITO NO BRASIL, SERÁ QUE EVOLUIU?

O IDIOMA FALADO E ESCRITO NO BRASIL, SERÁ QUE EVOLUIU?

Lê-se na norma que o Brasil tem este ano de 2010, ainda, para adequar-se à nova reforma ortográfica da Língua Portuguesa. Com essa nova “sedimentação” do português escrito, não diria que o nosso querido idioma evoluiu. Essa equiparação para torná-lo comum – na escrita – a todos os países que falam e escrevem a língua portuguesa, é, em minha opinião, mais uma ação da mídia. Impulsionada pelos editores (ou não), tem o intuito de mais fácil circulação (e maiores rendas), de todos os textos redigidos em qualquer desses países, usuários desse lindo idioma diferenciem, nos seus livros, suas revistas, jornais e internet, os “alhos” dos “bugalhos”. Ainda tenho comigo que essa reforma em nada diminui as diferenças entre os países que falam a mesma língua portuguesa, mesmo porque, as pronúncias sendo diferentes nos diferentes usos consagrados dos “filhotes” da mãe Portugal, vai haver, enquanto a língua for viva – isto é: sempre – casos como este: em Portugal “António” (grafado com acento agudo de pronúncia aberta) e, no Brasil, “Antônio” (com acento circunflexo de pronúncia fechada). Outro caso, ainda mais grave, sempre segundo meu pensamento, são os termos diferenciados usados aqui no Brasil e em Portugal. Uma mãe esbraveja contra o filho e lhe promete uns tapas pela malandragem praticada. Aqui, ela diz: “Vou dar umas palmadas na bunda do moleque”. Lá ela diz “... vou dar umas palmadas no cu do puto”. Bem se vê que a gente não se entende linguisticamente nem com o traseiro das crianças. E isso não está no acordo ortográfico, mas, certamente, os contistas portugueses continuarão escrevendo a seu modo. Em todos os casos, já que essa nova ordem foi dada, nada mais temos a fazer senão integrá-la em nossos conhecimentos e escritos, sob o ônus de estarmos incorrendo em erro (grave!?!), ignorando-a, para gáudio dos irmãos de língua e, também, por estarmos solidários com o progresso deste belo idioma. E, já que esta é a lei, “cumpra-se”.

Acontece que nós escritores temos o dever de, com o tempo, nos adaptar às novas regras para redigirmos corretamente o que escrevemos. Mas há necessidade de que o grande público leitor também seja informado dessas modificações a que foi sujeita a nossa língua. Para tanto, nada mais oportuno se torna que um(a) entendido(a) da área faça tal ponte de ligação entre o universo escrito e o leitor.

Leio, com bons olhos, na coluna do DM “Ação e Reflexão” o espaço ocupado pela querida amiga e professora da Língua Portuguesa, Aliane Beatriz Breda. Sugiro e, quem sabe ela aceite a incumbência, que ela use o seu acesso ao jornal com esse lindo e útil espaço, para ensinar ao leitor e, porque não, a nós, que temos o dever de escrever certo e bonitinho, a atualmente correta, grafia do nosso idioma. Sei que é um desafio mas, que ela, com os conhecimentos adquiridos ao longo de tantos anos ocupando a cabeceira de mesa numa sala de aula, frente à jovem plateia ávida por aprender saberá, como ninguém, “tirar de letra” e desempenhar com garbo esse ensinamento. Vamos lá, amiga Aliane? Sei da tua capacidade e amor pela nossa língua! O universo de leitores te será agradecido... e eu

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 17/05/2010
Reeditado em 17/05/2010
Código do texto: T2263240
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