PEDOFILIA, IGREJA E FALSO MORALISMO.

Acerca da tão propalada pedofilia, a igreja católica irá sempre arrumar uma forma de confundir os conceitos a seu favor. Num dos pronunciamentos do atual papa antes dessa da pedofilia, ele se saiu com essa pérola: condenamos o homossexualismo, não o homossexual. Isto depois de muita polêmica, mais ou menos parecida com esta. Fica difícil separar a criatura do criador; os gays da homossexualidade. Como se não bastasse um outro bispo de Porto Alegre culpou os gays por toda essa onda de pedofilia, esquecendo que o próprio Papa não fez nada, quando arcebispo, para punir seus colegas de batina diante das comprovações da prática pedófila.

Não entendo porque o ser humano ainda não alcançou sua realidade nua e crua: "tudo pode, o ser humano, diante de sua fragilidade física e emocional". Ante de morrer, o Psicanalista e Psiquiatra Global Mascarenhas deu um pronunciamento mais ou menos assim: "não devemos nunca dizer não sou isto ou aquilo, mas até hoje não sou isto nem aquilo". O sabido estudioso do comportamento CONHECIA o abismo que somos todos nós e a própria bíblia isto reconhece: "não julgueis para não serdes julgados"! "Atire a primeira pedra quem não tiver pecado", etc. Como se vê, a nossa fragilidade é deveras conhecida pelas principais instituições do mundo e pelas ciências do comportamento, restando algumas definições conceituais que, em breve chegarão.

Vejo toda esta questão no viés do falso moralismo, não obstante ser a pedofilia uma doença comprovada pela medicina, mas enquanto fantasias sexuais envolvendo crianças em torno de até 14 anos. Quando essas fantasias passam para a realidade, estabelece-se o crime. Neste sentido, "Danilo Baltieri, mestre e doutor em medicina pelo Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e coordenador do ambulatório de transtornos da sexualidade da faculdade de Medicina do ABC (ABSex), explica que "pedofilia não é sinônimo de agressão sexual de crianças, embora, em algumas situações, ambos os termos possam de fato ser intermutáveis. Se um indivíduo portador de pedofilia tem atividades sexuais com crianças, seguramente ele também é um agressor sexual de crianças. Todavia, se um indivíduo portador de pedofilia nunca teve quaisquer atos sexuais contra crianças, ele não pode ser considerado um criminoso".

Deste modo, considerando a complexidade do assunto, haveremos de nos perguntar: por que a igreja católica contraria o princípio natural da criatura que é sua reprodução? Por que, se esta verdade vem de Deus (o que não acreditamos), a mencionada igreja romana não só admite homens eunucos ou cirurgiados para professar os sacramentos? Exagero a parte, mas a gente fica meio encafifada com o fato de uma pessoa dispor de um pênis ou de uma vagina concedidos pelo Criador no ato da fecundação, e ela não poder exercer sua plenitude em vida.

Há quem diga que se os religiosos católicos casassem ou não lhes fosse exigido celibato, a igreja perderia seus bens, pois os filhos advindos iriam dividir os bens materiais. Duvidam? Quem não conhece a Santa Casa de Misericórdia que é dona de quase metade das terras do Recife? Melhor: o Alto do Colégio, lá em minha terra, Bom Conselho, é todinho de propriedade das freiras. Todos pagam o foro anualmente pela utilização das áreas construídas. Quer mais? Basta pesquisar um pouco na Net ou se lembrar que um dos fatos mais marcantes da história antiga, foi quando o Estado se separou da Igreja exatamente por questões de poder financeiro?

Outro ponto que temos obrigação de saber é que, grande parte dos casos de pedofilia envolvendo jovens adolescentes em torno de 17 anos, não é culpa apenas daqueles de maior idade envolvidos. Da mesma forma que a violência dos menores delinqüentes está nos assustando, igualmente eles nos assustam na astúcia e ardilosidade, em questões de sexo nas diversas formas por eles praticadas.  Se, diante de uma arma de alto calibre, um adolescente dá show de utilização e de violência, igualmente ele faz quando sabe que, envolvendo-se sexualmente com uma pessoa de maior idade, disporá de benefícios materiais e até afetivos – ninguém ignora que a maioria desses menores tenha consciência que são GAROTOS DE PROGRAMA. Pela condição de “menores” e sob o amparo da lei, chantageiam, extorquem e até cometem violência em nome de sua “menor idade”. Adiantamos que a idade para “pedofilia” é em torno dos 14 anos, segundo alguns especialistas no assunto. Além disto, fica um pouco complexa a compreensão porque a juventude, no geral, está com vida sexual ativa antes até antes dos quatorze anos.

Há relatos dessas práticas em diversas publicações especializadas. Na grande maioria, provoca susto diante das expectativas de que o jovem adolescente é aquele a quem o “MAIOR” “molesta”. Muitos menores são homossexuais assumidos, mas têm consciência que isto lhes causará sérios problemas na sociedade. Como não são estereotipados, não lembram uma “mulherzinha”, logo as pessoas passam a creditar a culpa no outro, pois o outro sendo maior de idade passa a ser um “cabra safado”. Há casos, inclusive, que a pessoa mais velha tem muito trabalho pra se livrar de menores cujos pais nunca tiveram nenhum cuidado com eles. Mas se a questão envolver sexo, logo toma conta e entram na justiça e querem uma indenização. Guardada a devida proporção, Michael Jacson passou por várias situações destas. Não que ele não gostasse, mas porque a corda sempre quebra no lado mais fraco. Como a sociedade é falso moralista, logo tudo se estrutura em função de julgar e condenar a pessoa de maior idade que “aliciou” o filho de menor.

Fique claro que não defendemos nenhuma forma de relacionamento doentia. Sendo a pedofilia uma doença, por que não se dá apoio aos doentes? – Porque são safados, diz o senso comum! Um alcoolista a gente trata, um pedófilo, não! A igreja católica prefere relacionar o caso à homossexualidade, mais uma vez enclausurando essas pessoas além do que normalmente já são. Se padre é gente e gente está subordinada a tudo, inclusive nada, por que não pode uma sacerdote ser gay? Tanto pode que existe. Há quem diga que “se soltar um caroço de milho num convento de padres” a briga vai ser tão grande que até a polícia seria acionada.

Como percebemos a questão da PEDOFILIA não se esgota em si. Ela pulula na estrutura das pessoas e na sua formação. Mexe com as ciências do comportamento e com as expectativas sociais. Mistura conceitos de saúde e doença. Confunde sexo com sexualidade. Envolve os pais em suas principais responsabilidades que o fato de colocar filho no mundo requer. Coloca as igrejas em xeque. Dá um tiro de misericórdia na falsa moral católica e sua política de “jogar o lixo debaixo do tapete”.

Finalmente, acreditamos que esse tema ainda tem muito a ser esmiuçado.  Mas contra fatos não existem argumentos. O argumento católico é fajuto e cheio de subterfúgio, de dedos apontando para outros culpados. O PAPA certamente deve continuar defendendo o pecador, mas condenando o pecado. Talvez chegue o dia em que ele queira desvendar o mistério da santíssima trindade às avessas. Melhor isto, a permitir que os padres se casem; que a indumentária natural do homem e da mulher seja utilizada em sua totalidade, senão não teria sentido nascer com gênero definido. Talvez também chegue o dia em que os pais entendam que não se bota filho no mundo como “Deus criou batata”. Talvez chegue o dia em que nossa civilização desperte para o respeito às diferenças e aos diferentes tipos de relacionamentos afetivos. Afinal, se um pai não precisa de um filho para procriar com ele, compete-lhe zelar pela felicidade do mesmo. Melhor do que ficar sem dormir porque não sabe com quem o filho se deita; melhor ser feliz com a família e não perder tempo porque, talvez o filho não corresponda às suas expectativas como, por exemplo, dar um NETO.

Não a pedofilia. Sim ao direito de ser feliz. Não ao falso moralismo. Sim ao respeito pelo outro. Sim à fé. Não às igrejas de plantão. Sim a Jesus. Não aos papas na língua.