A Crítica dos Misturados
A CRÍTICA DOS MISTURADOS
É de suma importância, segundo mandamentos religiosos, amar ao próximo a cima de todas as coisas, mas parece que o real objeto, é criticar e competir com o próximo acima de todas as coisas.
Afinal, que tipo de país é o Brasil? Aqui na terra do tupiniquim, parece que tudo é diferente, somos um conglomerado de nações, religiões e costumes. Acreditamos em chupa-cabras, lobisomens, saci e mulher de branco. Diversas pessoas ainda fingem não ter medo dessas coisas, mas são incapazes de passar em frente ao cemitério altas horas da noite.
Nossa superstição, é misturada com nossa religião, mas mesmo em meio a esse número infindável de crenças, há ainda em nosso país pessoas que ridicularizam culturas diversas das tradicionais. Conheço pessoas que se negam a pegar nas mãos de um espirita, ou um umbandista. Outros quebram imagens de santos, e se negam a escutar musicas de axé, ou algo relacionado a cultura afro-brasileira.
EXPERIÊNCIAS DE INFÂNCIA
Devido ao filme que mostra a trajetória do ilustre Chico Xavier, hoje o que está em pauta é o espiritismo, mas até onde essa prática religiosa está em nosso cotidiano?
1. O benzedor:
Na infância, minha mãe sempre me levava na casa de um senhor cujo não lembro o nome, ele era um benzedor conhecido da família, e suas rezas segundo todos afastariam todos os males que me afligiam.
O distinto senhor, negro de barbas grisalhas, mergulhava a folha de arruda em um balde de água (segundo ele benta) e falava coisas que eu não entendia. Era tudo muito estranho, mas não via mal algum naquilo, confesso que geralmente até me sentia bem depois das rezas. Mas lembro que minha mãe dizia que aquilo não tinha nada a ver com espiritismo, isso sempre me confundiu, principalmente depois da maioridade.
2. O tio espírita:
No interior do estado do Rio de Janeiro, tenho parentes que são espiritas, um deles é meu tio, que seguia a linha kardecista, está que sempre fez parte de sua vida, apresentada ainda quando era jovem pelo seu finado pai.
A imagem do meu tio com uma roupa branca, sentado próximo a velas coloridas nunca saiu da minha cabeça, ele fazia isso em determinados dias, porém nunca tive coragem de perguntar o significado daquele ritual, não queria parecer bisbilhoteiro.
Suas práticas religiosas dentro de sua linha de pensamentos sempre foram muito importantes em sua vida. Algo no qual seu comprometimento sempre foi notável. Sua honestidade para com a vida, e as pessoas que sempre o tem como um exemplo de homem, sempre me fizeram acreditar que não a mal algum o tipo de religião que uma pessoa segue, mas sim o quão importante ela pode ser positivamente para a sociedade, e as pessoas a seu redor, além é claro da sua introspecção.
Voltando ao Chico Xavier, e ao filme lançado em abril de 2010, é fato que muitas religiões ligadas ao cristianismo estão despejando críticas, mas antes das críticas seria interessante conhecer toda a trajetória da vida de Chico Xavier. O médium que durante sua vida dedicou-se aos mais humildes, abrindo mão muitas vezes de dinheiro, não deveria ser visto somente pelo lado religioso, mas sim humano e caridoso.
É de suma importância, segundo mandamentos religiosos, amar ao próximo a cima de todas as coisas, mas parece que o real objeto, é criticar e competir com o próximo acima de todas as coisas.
Meu Deus! O que está acontecendo nessa terra de ninguém? Por qual razão, preferimos destruir os bons feitos de um homem, somente por causa de suas crenças. Claro entendo, os críticos são pessoas que não comentem erros. Ótimos pais, grandes educadores, e sem dúvida excelentes mensageiros da palavra de Deus. Seres perfeitos e sua plenitude. “É pecado isso, é pecado aquilo, mas quando estou sozinho, nem sempre é pecado”. Por que a os grandes lideres religiosos de nosso país, se reúnem em programas de TV, frequentam os ambientes uns dos outros para discutir de forma civilizada as ideias para o bem comum, mas seus seguidores, vivem em esquinas da vida, praguejando e criticando o comportamento alheio? Confesso que há coisas que destrói minha capacidade de compreensão.
Dias atrás, um amigo foi a um culto religioso, e aconteceu um caso no mínimo hilário:
“O rapaz sentou ao lado de um homem humilde. Ambos estavam assistindo ao culto, então chegou a parte, onde dos fiéis contribuir financeiramente. A pessoa encarregada de recolher as quantias, chegou até o humilde homem, esse ao lado do rapaz (meu amigo), sem dinheiro o pobre senhor, disse muito envergonhado que não possuía de quantia alguma. O recolhedor olhou para meu amigo, e disse: - O senhor, parece ser um bom homem, bla, bla, bla..., então empreste dinheiro a esse homem.
Meu amigo com vergonha tirou uma nota do bolso, e entregou ao senhor. Este ficou muito grato, quando foi colocar o dinheiro na carteira, o recolhedor disse: - Agora que o senhor tem dinheiro, pode entregar a Deus”.
XEQUE DE FÉ
Essas atitudes colocam em xeque, o modo como as religiões agem em nome de Deus, a busca incessante pelo dinheiro, e o modo materialista de erguer os pilares da fé. As diversas proibições, as criticas a tudo que é o oposto de sua crença, e a ocultação de seus erros, e mesmo com tudo isso, a pessoas que preferem vendar seus olhos, e entregar seus destinos nas mãos de pessoas duvidosas. E uma vez dentro do circulo religioso, toma como sua a personalidade do seu superior, criticando e crucificando as culturas alheias, causando dor e sofrimento nos semelhantes, tudo em nome de Deus Pai Todo Poderoso, Amém. Espero um dia, que as pessoas respeitem todas as religiões que procuram fazer o bem, rogo também as pessoas de má fé, que pensem antes de explorar o bolso e a mente dos humildes, afinal, ainda existem leis no universo, mesmo que sejam invisíveis aos olhos da ganância.