A ARTE DE SE FAZER NOVELAS...

independentes.

Ninguém pode negar o valor literário e artístico das novelas, e o Brasil tem as suas muito bem apreciadas e aplaudidas lá fora.

Obviamente que existem os que se dão o direito de odiá-las, o que , SINCERAMENTE, está muito longe de ser o meu caso.

Mas...gosto de boas novelas!

Porém, tenho ouvido muitos relatos de pessoas do meu entorno, e mesmo as da minha convivência pessoal, que se dizem lamentavelmente decepcionadas com o cenário da novela atual da nossa hegemônica rede de televisão, a rede Globo.

Dizem que a novela do Manoel Carlos " VIVER A VIDA" é a campeã no quesito falta de qualidade artística, e confesso que também divido a mesma opinião.

No quesito "competição de audiência" parece querer até ganhar das baixarias do BBB. E está conseguindo!

Embora saiba que os novelistas imitam a vida, penso que Manoel Carlos desta vez exagerou na dose, tornando homens e mulheres caricatos e desrespeitados na sua condição de seres humanos.

Somos bichos sim...mas bichos racionais...até donde tenho notícia!

Ou não somos mais?

Não fosse a única e nobre proposta de inserir respeito e esperança na vida dos portadores de necessidades especiais, eu diria que a novela é medíocre no sentido de não acrescentar nada a quem a acompanha.

Pelo contrário, chega a incomodar.

Falo também na qualidade de mulher, quando sinto a figura feminina totalmente vulgarizada nos personagens principais.

Penso que as cenas de incentivo ao adultério extrapolam até a realidade cotidiana e o bom senso da ficção.

Lá as pessoas se envolvem de certa forma num clima de pura sedução, sem necessariamente lastro afetivo, e o tudo que deveria pautar as relações amorosas está colocado no segundo plano das banalizações.

Como telespectadora digo que é lamentável um escritor de renome deixar bem claro que o objetivo da novela é o número do IBOPE.

Manoel Carlos infelizmente se perdeu já no início do caminho, e se não conseguir se achar, penso que estamos diante do pior trabalho novelístico de que eu tenho conhecimento, com perdão pela sinceridade de telespectadora.

Que pena, ter que se constatar a tão bela arte TAMBÉM rendida a interesses outros que não dela nos enriquecer culturalmente enquanto pessoas.

E DISPUTAR POR LAMENTÁVEIS DEGRAUS ABAIXO...PELA TÃO POUCO EXIGENTE AUDIÊNCIA.

A verdadeira arte é livre, como todo e qualquer pensamento.