Páscoa: Época de Libertação
Domingo de Páscoa. Evento nascido como festa pagã para comemorar a chegada da primavera. E só por isto já valeria a pena. Estação das flores, da vida que renasce em seu ciclo de transformação contínua. Vida que ainda tem a suavidade espiritual do amor, em contraposição à sua intensidade passional dos dias de verão. Páscoa simbolizada no ovo. Nada mais justo do que o ovo, ali o nascimento se faz a olhos vistos; não está dentro do ventre, é externo, podemos observar o filhote. O eclodir do ovo com o filhote rompendo a casca em direção à vida. Daí o ovo tratado com símbolo da vida, vindo lá das terras dos armênios, logo ali, pertinho dos russos. Ovo de gansa, pata ou galinha, mas que na França do século XVIII virou confeito de chocolate, porém, devedora do cacau descoberto no Novo Mundo, e já manipulado por maias e incas. Eis aí algo globalizado. Páscoa ,época da libertação da escravidão dos hebreus em relação aos egípcios, o povo que ficou livre do mando de outro povo, conduzido por Moisés. Assim começava a caminhada para a terra prometida. Páscoa, onde aquele que foi morto na cruz da vergonha a converteu em símbolo de fé; o primeiro a ressurgir dos mortos, e Jesus concluiu sua missão de Cristo, libertando o espírito do jugo do corpo, mostrando haver vida após a morte. Eis a ressureição. E a terra prometida deixa de ser um pedaço de solo na geografia do mundo para se tornar a promessa do solo espiritual do Reino de Deus. E, talvez, nisto tudo exista uma lógica, que não é humana, que nos confunde, que nos deixa tão inquietos; como pequenos, verdadeiramente pequenos, humildes como são os ingênuos, humildes sem sermos humilhados, humildes por parecermos entender nossos sonhos de criança, e nossa necessidade de sonhos conforme se aproxima a velhice. Moisés deu liberdade para o corpo. Jesus libertou do corpo ensinando o caminho para o espírito. Por isto, Páscoa deveria ser o Dia da Liberdade. Se no Natal nasceu o Salvador, na Páscoa ele se consagrou em sua missão. E hoje nos convida a voar em sua direção, como que "Ave dos Sonhos", aqui renominado de "Ave da Libertação".
A Ave da Libertação
Relacionamentos e vínculos.
Laços e ligações.
Alguém é prisioneiro.
O ser está subjugado.
Um corpo, um organismo biológico.
Existe uma chama eterna,
uma fagulha de luz do Criador
que habita uma massa orgânica.
Sublime organização celular.
Morada de departamento especial,
o aparelho cardíaco.
Um coração que pulsa
e comanda o ritmo da vida corporal,
habitáculo de emoções,
Portal dos sentimentos,
anjos mensageiros da sensibilidade,
da visão integral do cérebro.
Um único ser e suas duas partes básicas,
da dualidade às dúvidas,
a ambigüidade do todo.
Gaiola dourada de uma ave imaginária
chamada liberdade.
Ave que por vezes faz-se fugitiva,
para então voar muito alto.
Para fugir do cotidiano,
para desvendar o eterno,
para encontrar o céu.
Voa a levar para muito longe a angústia
e para tentar encontrar novamente
a pressentida felicidade.
Voa sem barreiras,
convertendo o seu corpo em simples fluído,
ganhando consistência etérea,
Do ser mantendo unicamente a alma,
longe, muito longe,
lá de cima a observar o velho planeta.
Voa mais, vai ainda mais longe
e então as muitas esferas ,
e dentre elas a bela jóia terrestre.
Visão impactante,
não sabendo se atingiu a sublime lucidez
ou a suprema loucura.
É o pássaro que brinca num voo arriscado
sobre a garganta de um imenso abismo sideral.
Um desafio, a sensibilidade extremada
a provocar dúvidas
e conclusões da limitada razão.
Necessário estar pronto
para receber novas idéias,
estar disposto a criar novos pensamentos.
Essencial ter discernimento,
ter sobriedade para diferenciar
o que é realidade do que é mera ilusão.
Urgente é aprender,
é conviver com o infinito,
sem perder a capacidade de viver
no limitado cotidiano.
É preciso profunda serenidade
para ver a aurora da eternidade
sem perder por completo a razão.
Maravilhoso é ser nutrido pela sensação
de pressentir o ato da criação em expansão,
o encanto do movimento.
Sentindo-se acolhido por presenças invisíveis,
talvez anjos amigos,
ou quem sabe apenas obra da imaginação.
Desvendando as primeiras lições
sobre a força e a fragilidade,
aprendendo sobre o todo e a divisibilidade.
Percebendo toda a força
que habita a sua individualidade,
mas integrando-se ao todo de onde é apenas parte.
Tomando, assim,
a ciência de sua grande busca,
a sua longa procura
que já ocupou muitos dos seus dias.
Pressentindo que de alguma forma
um dia encontrará as respostas
para as dúvidas que o afligem.
Tendo fé, comungando em oração,
crendo que tudo isto
um dia chegará a uma conclusão
e terá um fim.
Avistando a imagem do tempo
como um velho senhor, um senil guardião
a guardar os grandes mistérios.
Tendo a chave que abre a porta
para a visão do supremo segredo
da evolução do universo.
Para tanto é mister despojar-se de si,
da própria pequenez,
para ter a grandeza que integra o todo.
Mas não revela-se tudo de uma única vez.
Tamanha liberdade parece levar à profunda exaustão.
A ave está realizada,
mas sente que é hora de voltar
para o seu ninho corporal,
necessário respeitá-lo.
Agora já não mais é prisioneira,
a porta da gaiola há de ficar aberta.
Não mais a fuga, apenas o passeio.
Indo e vindo,
sabendo o momento de estar em casa,
mas tendo a certeza da sua liberdade eterna.
RESSURREIÇÃO É A CONQUISTA DA LIBERDADE MERECIDA, É O RETORNO DO FILHO À CASA PATERNA.
FELIZ PÁSCOA
Domingo de Páscoa. Evento nascido como festa pagã para comemorar a chegada da primavera. E só por isto já valeria a pena. Estação das flores, da vida que renasce em seu ciclo de transformação contínua. Vida que ainda tem a suavidade espiritual do amor, em contraposição à sua intensidade passional dos dias de verão. Páscoa simbolizada no ovo. Nada mais justo do que o ovo, ali o nascimento se faz a olhos vistos; não está dentro do ventre, é externo, podemos observar o filhote. O eclodir do ovo com o filhote rompendo a casca em direção à vida. Daí o ovo tratado com símbolo da vida, vindo lá das terras dos armênios, logo ali, pertinho dos russos. Ovo de gansa, pata ou galinha, mas que na França do século XVIII virou confeito de chocolate, porém, devedora do cacau descoberto no Novo Mundo, e já manipulado por maias e incas. Eis aí algo globalizado. Páscoa ,época da libertação da escravidão dos hebreus em relação aos egípcios, o povo que ficou livre do mando de outro povo, conduzido por Moisés. Assim começava a caminhada para a terra prometida. Páscoa, onde aquele que foi morto na cruz da vergonha a converteu em símbolo de fé; o primeiro a ressurgir dos mortos, e Jesus concluiu sua missão de Cristo, libertando o espírito do jugo do corpo, mostrando haver vida após a morte. Eis a ressureição. E a terra prometida deixa de ser um pedaço de solo na geografia do mundo para se tornar a promessa do solo espiritual do Reino de Deus. E, talvez, nisto tudo exista uma lógica, que não é humana, que nos confunde, que nos deixa tão inquietos; como pequenos, verdadeiramente pequenos, humildes como são os ingênuos, humildes sem sermos humilhados, humildes por parecermos entender nossos sonhos de criança, e nossa necessidade de sonhos conforme se aproxima a velhice. Moisés deu liberdade para o corpo. Jesus libertou do corpo ensinando o caminho para o espírito. Por isto, Páscoa deveria ser o Dia da Liberdade. Se no Natal nasceu o Salvador, na Páscoa ele se consagrou em sua missão. E hoje nos convida a voar em sua direção, como que "Ave dos Sonhos", aqui renominado de "Ave da Libertação".
A Ave da Libertação
Relacionamentos e vínculos.
Laços e ligações.
Alguém é prisioneiro.
O ser está subjugado.
Um corpo, um organismo biológico.
Existe uma chama eterna,
uma fagulha de luz do Criador
que habita uma massa orgânica.
Sublime organização celular.
Morada de departamento especial,
o aparelho cardíaco.
Um coração que pulsa
e comanda o ritmo da vida corporal,
habitáculo de emoções,
Portal dos sentimentos,
anjos mensageiros da sensibilidade,
da visão integral do cérebro.
Um único ser e suas duas partes básicas,
da dualidade às dúvidas,
a ambigüidade do todo.
Gaiola dourada de uma ave imaginária
chamada liberdade.
Ave que por vezes faz-se fugitiva,
para então voar muito alto.
Para fugir do cotidiano,
para desvendar o eterno,
para encontrar o céu.
Voa a levar para muito longe a angústia
e para tentar encontrar novamente
a pressentida felicidade.
Voa sem barreiras,
convertendo o seu corpo em simples fluído,
ganhando consistência etérea,
Do ser mantendo unicamente a alma,
longe, muito longe,
lá de cima a observar o velho planeta.
Voa mais, vai ainda mais longe
e então as muitas esferas ,
e dentre elas a bela jóia terrestre.
Visão impactante,
não sabendo se atingiu a sublime lucidez
ou a suprema loucura.
É o pássaro que brinca num voo arriscado
sobre a garganta de um imenso abismo sideral.
Um desafio, a sensibilidade extremada
a provocar dúvidas
e conclusões da limitada razão.
Necessário estar pronto
para receber novas idéias,
estar disposto a criar novos pensamentos.
Essencial ter discernimento,
ter sobriedade para diferenciar
o que é realidade do que é mera ilusão.
Urgente é aprender,
é conviver com o infinito,
sem perder a capacidade de viver
no limitado cotidiano.
É preciso profunda serenidade
para ver a aurora da eternidade
sem perder por completo a razão.
Maravilhoso é ser nutrido pela sensação
de pressentir o ato da criação em expansão,
o encanto do movimento.
Sentindo-se acolhido por presenças invisíveis,
talvez anjos amigos,
ou quem sabe apenas obra da imaginação.
Desvendando as primeiras lições
sobre a força e a fragilidade,
aprendendo sobre o todo e a divisibilidade.
Percebendo toda a força
que habita a sua individualidade,
mas integrando-se ao todo de onde é apenas parte.
Tomando, assim,
a ciência de sua grande busca,
a sua longa procura
que já ocupou muitos dos seus dias.
Pressentindo que de alguma forma
um dia encontrará as respostas
para as dúvidas que o afligem.
Tendo fé, comungando em oração,
crendo que tudo isto
um dia chegará a uma conclusão
e terá um fim.
Avistando a imagem do tempo
como um velho senhor, um senil guardião
a guardar os grandes mistérios.
Tendo a chave que abre a porta
para a visão do supremo segredo
da evolução do universo.
Para tanto é mister despojar-se de si,
da própria pequenez,
para ter a grandeza que integra o todo.
Mas não revela-se tudo de uma única vez.
Tamanha liberdade parece levar à profunda exaustão.
A ave está realizada,
mas sente que é hora de voltar
para o seu ninho corporal,
necessário respeitá-lo.
Agora já não mais é prisioneira,
a porta da gaiola há de ficar aberta.
Não mais a fuga, apenas o passeio.
Indo e vindo,
sabendo o momento de estar em casa,
mas tendo a certeza da sua liberdade eterna.
RESSURREIÇÃO É A CONQUISTA DA LIBERDADE MERECIDA, É O RETORNO DO FILHO À CASA PATERNA.
FELIZ PÁSCOA