Carta à ex (publicado originalmente em 2/11/2024)
Cara Scarlett Johansson, neste seu 40º aniversário, 22/11, quero manifestar meus sinceros votos de parabéns, felicidades. Desejo comunicá-la que o nosso relacionamento terminou há algum tempo. Não sei se percebeu. Foi quando você aceitou interpretar a Viúva Negra em ‘Os Vingadores’ e seguiu atuando neste papel em nem sei quantos filmes mais. Sinceramente, desisti.
Prefiro ficar com a lembrança dos primeiros dias que te conheci, ao ver ‘Encontros e Desencontros’ e, principalmente, ‘Match Point: Ponto Final’. Nossa, Scarlett, como você está linda nestes 2 filmes! Cabelos claros, olhos marcantes, boca inatingível. Apaixonei-me instantaneamente. ‘Encontros’ é a revelação do sentimento dilacerante. Com ‘Match Point’, o desejo indelével de não conseguir me segurar diante de tanta sensualidade na tela. Lembro-me de que sua aparição inicial nesta fabulosa obra de Woody Allen me fez recordar da primeira cena de Rita Hayworth em ‘Gilda’, quando a personagem joga os cabelos para trás, estonteante.
Não há como passar incólume com aquele movimento. Nem com a seu em ‘Match Point’, jogando ping-pong. Vi diversos filmes, Scarlett. Alguns deles você era a pirralha de 13-14 anos, dando pistas de que se tornaria o mulherão que se tornou. Soube fazer o tipo comportada, tímida, em ‘Scoop: O Grande Furo’, também de Allen. Seguiu sendo, ainda com o diretor, a femme fatale ao rodar ‘Vicky Cristina Barcelona’.
Tinha orgulho em te acompanhar. Não bastava ser linda: você distribuía talento nos papéis. ‘A Ilha’, ‘A Moça com Brinco de Pérola’, ‘A Outra’ são exemplos. Não me cansava, mesmo quando você se metia em bobagens, tipo ‘Malditas Aranhas’, e furadas homéricas, caso de ‘Hitchcock’. Então veio ‘Os Vingadores’. Tudo desmoronou. Não sofri com o desapego, por incrível que pareça. Fui frio. Ninguém tem culpa. Resolvi voltar ao meu antigo affair, Liv Tyler, tão bela como você, e que agora precisa de mim, ainda mais depois que o pai encerrou a carreira. Adeus, Scarlett. A gente se vê por aí.