Tributo a Christopher Reeve (publicado originalmente em 11/5/2024)
Sei que provavelmente a data passará em branco. Não por mim. No próximo 27 de maio se completará 29 anos do acidente que mudou a história de uma família, de um ator, de uma franquia de cinema. Naquele dia, em 1995, Christopher Reeve ficou tetraplégico após cair do cavalo durante a competição equestre que disputava em Culpeper, cidade da Virgínia (EUA). A partir daquele instante, não mais se movimentou do pescoço para baixo e respirava com ajuda de ventiladores portáteis.
O ator, conhecido mundialmente por interpretar Superman em 4 longas-metragens (1978-80-83-87), passou a liderar, ao lado da esposa Dana, a campanha pela legalização de pesquisas com células-tronco. Criou fundação com seu nome a esta finalidade. Nas entrevistas, falava firme que voltaria a andar logo que os estudos fossem concluídos. Ele seria a cobaia. Não deu tempo. Há 20 anos, em 10/10/2004, ele morreu, aos 52 anos. Dana se foi apenas 2 anos depois, aos 44, de câncer no pulmão.
A carreira de Reeve durou 25 anos. No livro de memórias, ‘Ainda Sou Eu’ (2000), relata dramas vividos nos 6 meses em que ficou no hospital, angústias nas madrugadas em claro depois do acidente, e recorda a trajetória artística, iniciada junto com Robin Williams no teatro.
Lembro que, ao ler o livro, impressionei-me com a maneira esperançosa de domar a própria vida e de, mesmo com todos os problemas, lidar com eles com humor, sarcasmo, ironia. Um exemplo é quando se refere ao 4º longa do Homem de Aço. É somente meia linha do livro: ‘Quanto menos falar de Superman IV, melhor.’ Digam o que quiserem, argumentem à vontade, debatam a esmo. Não adianta. Para mim e outros milhões de fãs, Reeve será eternamente o Super-Homem. Desgosto de todos os seguintes, ainda que nem assista à fita – o que, aliás, sempre faço, porque não admito outro que não Reeve com aquele uniforme azul, capa vermelha, o ‘S’ no centro.