Desastre anunciado (publicado originalmente em 9/3/2024)
Para agradar o clubinho do cinema hollywoodiano atual basta fazer filme com os seguintes elementos: namorados (as) homossexuais como ponto central (se um for negro, ganha-se ponto extra), um casal hétero, mas com o personagem masculino meio afeminado (tem medo de tudo, é inseguro, bobo, torpe) – já a feminina toma a iniciativa, salva o homem das enrascadas, tem respostas para tudo, manda na ‘coisa toda’; há as frases lacradoras, como ‘a geração dos anos 60 e 70 estragou a nossa, fazendo tudo errado, porque era muito machista’ e o blábláblá cansativo de sempre e, por fim, clima de falso puritanismo no ar.
Mesmo com tudo no caldeirão, ‘Todos Menos Você’ (2023), que até outro dia estava em cartaz, conseguiu receber críticas da patota politicamente correta por conter ‘piadas de cunho sexual, típica dos anos 90’. Pasmem. A história, baseada (não acreditei nisso quando li) na peça ‘Muito Barulho Por Nada’, de William Shakespeare (!), mostra Bea (a bela atriz, que não conhecia, Sydney Sweeney) e Ben (Glen Powell), que por um desentendimento no passado se detestam, mas são convidados a irem à Austrália ser padrinhos de casamento das moças Halle (Hadley Robinson) e Claudia (Alexandra Shipp).
O ponto positivo do filme é que Sydney e Glen têm boa química. Rendem sequências hilárias, como quando se apalpam para tentar enganar os demais convidados de que estão ‘se pegando’ ou durante um jogo de mímica, onde trocam insultos infantis, como ‘boy lixo’. Dirigido por Will Gluck (de ‘Amizade Colorida’, 2009), porém, desde a cena inicial desponta como desastre anunciado, porque arranja determinadas situações com a intenção de querer alegrar a audiência forçando barras.
‘Todos Menos Você’ tem no elenco o agora sessentão Dermot Mulroney e Rachel Griffiths (ambos de ‘O Casamento do meu Melhor Amigo’, de 1997). A Sétima Arte está bem estragada. Isso é péssimo. Contaminou-se pelo esquerdismo reles. Tudo virou a mesma decadência. Duração: 99 minutos. Cotação: ruim.