Mamonas, 28 anos depois (publicado originalmente em 27/1/2024)
Estreou em 28/12 e ainda está em cartaz em algumas salas ‘Mamonas Assassinas: O Filme’. A produção é 90% baseada na real história da banda que fez enorme sucesso no Brasil a partir de agosto de 1995 e cujos componentes morreram de forma trágica, num acidente de avião, meses depois, em 2/3/1996.
Dirigido por Edson Spinello e roteirizado por Carlos Lombardi, ambos conhecidos por trabalhos em novelas de TV, principalmente na Rede Globo, o longa-metragem tem a preocupação de mostrar, por meio de cenas rápidas e que se embaralham com outras simultaneamente, num script de ritmo ágil, como o grupo se formou, desde o sonho do vocalista Dinho (Ruy Brissac, que se parece demais com o cantor – aliás, a família só autorizou a feitura da fita se Ruy fosse o intérprete) na banda ‘Utopia’, entre 199O-95, com os demais músicos Bento (Beto Hinoto, sobrinho dele), Júlio (Robson Lima) e os irmãos Samuel (Adriano Tunes) e Sérgio (Rener Freitas), até o ápice da fama.
O ator Ton Prado, nascido em Jacareí, dá vida a Enrico Costa, produtor dos Mamonas (Rick Bonadio, inspiração ao personagem, não autorizou o uso de seu nome na trama). Recheado dos hits que fizeram (e fazem ainda hoje) o país cantar, como ‘Vira-Vira’, ‘Pelados em Santos’ e ‘Robocop Gay’, a fita, somente na primeira semana de exibição, arrecadou R$ 4 milhões de bilheteria. Ficou em terceiro lugar no geral, atrás apenas de ‘Aquaman 2’ e ‘Minha Irmã e Eu’.
É curioso pensar que, caso fossem lançados hoje, a banda seria cancelada imediatamente, talvez até com pedido de apreensão de todos os seus discos e CDs, e com visita da Polícia Federal em suas respectivas casas. Isto porque as letras das canções zombavam de tudo e todos: homossexuais, mulheres, gaúchos, nordestinos, portugueses, gordos, animais, redes de fast food etc. A Patrulha do Politicamente Correto não os deixaria em paz um segundo sequer. Duração: 95 minutos. Cotação: bom.