Bom entretenimento (publicado originalmente em 2/12/2023)
Nos EUA há a lei ‘Dupla Penalidade’ (Double Jeopardy, no original), simples de explicar: se o réu incriminado injustamente por assassinato descobre que a ‘vítima’ flana por aí não é processado novamente se achar o sujeito e matá-lo. Baseado nisso, o filme ‘Risco Duplo’ (1999, disponível na Netflix) foi produzido. Assisti-o algumas vezes. Por mais que conheça a trama, sempre sou atraído por ela.
Tem elenco talentoso: Tommy Lee Jones é Travis, detetive prestas a se aposentar, beberrão, sem humor, que cuida de detentas recém-colocadas na prisão condicional; Ashley Judd é Libby, socialite encarcerada após cair numa emboscada armada pelo marido, Nick, interpretado por Bruce Greenwood. O trio garante suspense intenso e momentos de reviravoltas. Por acaso, a moça sabe que o ex-parceiro está vivinho da Silva, namorando a melhor amiga dela e com o seu filho pequeno, Matty. Libby fica anos na cadeia e vai à condicional, sob batuta de Travis. Obcecada em encontrar Nick e se vingar, além de recuperar o filho, consegue fugir.
A partir daí o jogo de gato e rato começa, numa sequência de bons instantes, como no reencontro dos ex-pombinhos, num hotel administrado por ele, onde o próprio está sendo ‘leiloado’ como o ‘solteirão mais cobiçado’. Os papéis do casal eram para ser de Jodie Foster (não aceitou porque engravidou) – depois Michelle Pfeiffer foi chamada, mas também saiu porque quis alterar demais o roteiro – e Greg Kinnear, que havia acabado de filmar ‘Melhor é Impossível’ (1997) e ‘Mens@gem para Você’ (1998) e recusou o convite.
‘Risco Duplo’ é dirigido por Bruce Beresford, do premiado ‘Conduzindo Miss Daisy’ (1989, 4 Oscars). Ele não faz feio. O script pode até deixar a desejar, porém é aquele ‘feijão com arroz’ bem preparado. Na época, estreava em longa-metragem de ação. Se você, caro leitor, procura entretenimento às horas de lazer, é interessante pedida. Aposto que ficará de olhos grudados na TV. Duração: 104 minutos. Cotação: bom.