História repetida (publicado originalmente em 28/10/2023)
Dois pais divorciados, Antoine (François Cluzet, de ‘Intocáveis’, 2011) e Laurent (Vicent Cassel, de ‘A Bela e a Fera’, 2014), levam as respectivas filhas, Louna (Lola le Lann) e Marie (Alice Isaaz), de 17 e 18 anos, a passar uns dias na ilha de Córsega, a maior da França, em férias. Durante o passeio, Laurent se vê seduzido por Louna e, numa noite, ficam juntos. Antoine, estressado com a ex-esposa, descobre que a filha sofre por ‘alguém’ por quem se apaixonou, mas nem imagina que se trata do melhor amigo.
Este é o enredo de ‘Doce Veneno’ (2015, íntegra no youtube), dirigido por Jean-François Richet. Tem todo o tom de comédia-dramática e as sequências mais hilárias ficam por conta de Cassel, cujo personagem não sabe como se comportar quando das investidas ferozes da adolescente. É claro que este tipo de história já foi explorado até se dizer chega na Sétima Arte e, sim, a inspiração primeira é ‘Lolita’, seja o livro de Vladimir Nabokov (de 1955) ou os 2 filmes baseados nas suas páginas, lançados em 1962 e 1997 – ambos de boa qualidade.
‘Doce Veneno’ também tem seus antepassados: é remake de ‘Feitiço do Rio’ (1984), onde Michael Caine se derretia pela então jovenzinha Demi Moore, embalado pelos cenários das praias cariocas. Richet consegue aproveitar pouco o elenco e o que é entregue ao espectador é somente um trabalho razoável. Lola – curiosamente, era o apelido do apelido de ‘Lolita’ – debuta na tela e o que oferece é seu rosto e corpo bonitos, de garota intocável. Transforma Louna na virgem a ser enamorada. Marie (tão bonita quanto a colega), ao notar a paquera, tenta abrir os olhos de Antoine, em vão. Cassel, que fala português perfeitamente (tem casa no RJ e sempre passa o carnaval aqui), já atuou em produções brasileiras, como ‘O Filme da Minha Vida’ (2017) e ‘O Grande Circo Místico’ (2018). Duração: 105 minutos. Cotação: regular.