Barbie e um pouco de filosofia

 

Recentemente vem rendendo recorde de bilheteria o filme Barbie, e assim também alguma discussão. Longe de repetir o que tudo mundo já sabe, o filme leva a filosofar desde o começo, quando faz uma paródia com cena de filme 2001: Uma odisseia no espaço, de Kubrick, onde há forte referência ao filósofo alemão, Friedrich Nietzsche, além de que naquele filme toca uma música chamada Assim falou Zaratustra, nome de uma obra do mesmo filósofo. As meninas então quebram as bonecas infantis e trocam pelas adultas, pelas mulheres, um ideal de um novo tempo, que ainda se reveste do pensamento feminista, uma tônica também na Barbie americana, que nada mais é do que boneca inspirada na alemã Lillie, acusada de ser sensualizada, mas ambas sempre foram.

 

No filme a boneca tem diversas reflexões existenciais, assim além de Nietzsche, indo para o pensamento de filósofo Sartre, que dizia que estamos condenados a ser livres. Curioso que o feminismo deve muito a companheira de Sartre, Simone de Beauvoir, que escreveu obras sobre o sofrimento e a condição das mulheres na história, o que se revela também na vida de plástico de Barbie, escrava da moda, de pessoas bonitas, estética capitalista, bem como uma série de temas que vão aparecendo na produção, como ainda ela escolher entre o mundo real, o que ainda nos leva a outro filósofo, o grego Platão, que tratava da caverna e um mundo de ilusão, que é aquele onde vivemos.

 

Não somos muito diferentes da boneca, e nosso mundo em muito é um mundo de plástico ou não muito real, onde somos manipulados pelo capitalismo. De todo o modo, o filme leva a reflexão, e não tem muito de infantil, adentrando em diversas questões ética, estética, existenciais e filosóficas.

 

Mariano Soltys, advogado e filósofo