A milésima! (publicado originalmente em 1/7/2023)
Hoje é dia de celebrar marca espantosa: a coluna deste 1º de julho é a de número 1.OOO publicada no Diário! Há 19 anos e meio comento sobre longas-metragens, além de traçar perfis breves de atores, diretores, roteiristas. Ao propor a ideia à então diretora, Eloísa Nascimento (que a batizou de ‘Coisas de Cinema’), no finzinho de 2003, ela me indagou: “Não terá uma hora em que te faltará assunto?” “Acho que não. Filmes sempre estão estreando. E tem as fitas antigas”, respondi.
Convencida, me autorizou a enviar o 1º, sobre Jack Nicholson, publicado em 10/1/2004. Naquela época, eram 2 por semana: quartas e sábados. Durou até abril de 2005. A partir daí, semanalmente, com exceção de feriados e fins de ano, estou presente. Confesso que nas primeiras anotações me debruçava também em outros temas, como literatura, televisão, futebol, política. Eu estava com 22 anos e o estilo de escrita era zero. Não sei se atualmente possuo um. Ângelo Ananias, ao assumir o controle do DJ, em 2007, manteve a coluna.
O que mudou de lá para cá? Abasteci-me de filmes, livros, descobri referências jornalísticas, explorei beiras de textos com parcimônia, edição e, principalmente, reescrevendo-os. É o que faço com maior alacridade: cortar palavras, desperdícios. Expus listas dos filmes prediletos, cenas inesquecíveis, artistas preferidos, bem como os piores em cada uma delas.
A reverência ao Oscar, maior prêmio do cinema, também passou aqui, indo dormir nas madrugadas, analisando os vencedores, citando recordes, curiosidades... aí, por dentro, a Academia de Artes se implodiu e, infelizmente, deu lugar ao politicamente correto, que cheira tão mal. Emocionei-me diversas vezes, por exemplo, nas perdas de ídolos – Christopher Reeve, eterno Superman (2004), Chico Anysio, mestre dos mestres (2012), Rubens Ewald Filho, melhor crítico de cinema do Brasil (2019), até o maior dos ídolos, meu pai (2022). Em janeiro, novo marco: 2O anos de coluna. Sigo por aqui, graças a vocês, leitores.