Entre Dois Amores

https://youtu.be/j9QVxM9hZC4

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Entre Dois Amores é um clássico do cinema que estreou no Brasil, trazendo Robert Redford no papel principal e Meryl Strep. 

 

O filme, dirigido por Sydney Pollack, é uma emocionante história de amor, traição e sobrevivência ambientada durante a Primeira Guerra Mundial.

 

A trama gira em torno de Denys Finch Hatton, interpretado brilhantemente por Robert Redford, um aventureiro e caçador que se envolve romanticamente com Karen Blixen, uma escritora dinamarquesa vivida por Meryl Streep. Ambientado nas vastas paisagens da África Oriental, o filme apresenta imagens deslumbrantes e uma narrativa cativante que mergulha os espectadores nas emoções e conflitos dos personagens.

 

A fotografia é um dos aspectos mais destacados do filme (veja link), capturando a beleza e a grandiosidade das paisagens africanas, transportando o espectador para dentro das cenas, enquanto também transmite a solidão e o isolamento dos protagonistas. 
 

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O primeiro encontro de Karen Blixen com Denis Finch Hatton, quando o trem pára para atender suas solicitações de despacho de carga de marfim, é de fato um momento impressionante em "Entre Dois Amores". Esse momento marca o início de um relacionamento que se tornará central na trama do filme.

 

Posteriormente ela dá-lhe de presente uma bússola. Gesto muito significativo. Este mesmo tipo de presente podemos ver no filme Uma Carta de Amor, com Kevin Costner, baseado no livro de Nicholas Sparks.

 

Entre as belíssimas cenas, destaco as cenas abaixo, sem prejuízo de outras comentadas neste texto:

  • a presença imponente de Denis, interpretado por Robert Redford, é destacada quando o trem inteiro pára para atender suas demandas. Sua aura de aventureiro e confiança é inegável, o que contrasta com a vida tranquila e controlada que Karen levava até então; 
  • Além disso, o encontro simboliza um encontro de mundos diferentes. Denis representa a liberdade e a paixão pela natureza selvagem da África, enquanto Karen representa uma mulher refinada da sociedade europeia. Esse contraste entre eles é magnificamente retratado nesse momento.

A personagem Karen é uma figura notável e inspiradora, especialmente em um cenário predominantemente masculino.

 

Uma cena inesquecível do filme é o momento em que Karen, chegando da longa viagem tenta entrar em um estabelecimento que ela supõe ser um café ou algo similar, - sendo impedida de entrar. Essa cena ilustra uma das primeiras experiências culturais desafiadoras que Karen enfrentaria ao se deparar com as diferenças e estranhamentos da nova terra em que escolheu pra viver.

 

A situação revela o choque cultural que Karen enfrenta ao chegar em um ambiente completamente diferente do que ela estava acostumada em sua vida na Europa.

 

Essa cena também ressalta a importância da sensibilidade cultural e da necessidade de compreender e respeitar os costumes e tradições locais.

 

Essa situação inicial de desconforto e incompreensão serve como um ponto de partida para a jornada de autoconhecimento de Karen  ao longo do filme.

À medida que ela interage mais com os nativos e mergulha na cultura africana, ela começa a compreender e apreciar melhor suas tradições, construindo laços mais fortes com as pessoas da região e buscando uma maior conexão com o ambiente em que está inserida.

 

Em um relacionamento com Denys Finch Hatton, Karen enfrenta um amor complicado e doloroso, mas também demonstra sua capacidade de amar com intensidade e autenticidade.

 

No momento crucial em que a fazenda é devastada pelo fogo, a verdadeira força interior de Karen se torna ainda mais evidente. Mesmo diante de uma perda tão devastadora, ela não desmorona.
 

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Karen é um exemplo de resiliência, perseverança e determinação, mostrando que as mulheres têm a capacidade de enfrentar desafios e conquistar sucesso, -  ainda que em um ambiente hostil e dominado por homens. 


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A habilidade e empatia de Karen com os nativos da região são verdadeiramente admiráveis e revelam seu caráter humano e compassivo.

 

Karen não vê os nativos apenas como mão de obra ou servos, mas como indivíduos com suas próprias histórias e habilidades. Ela estabelece relações de respeito e confiança com eles, reconhecendo a importância de sua contribuição para a fazenda e para a comunidade em geral.
 

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Um dos momentos mais tocantes do filme é quando Karen decide pedir ao Chefe da tribo local para alfabetizar as crianças. Essa decisão revela seu compromisso com a educação e o empoderamento dos nativos, mostrando que ela não apenas se preocupa com seus trabalhadores, mas também com o futuro de suas famílias e comunidade.

 

Esse gesto revela a empatia de Karen, que se preocupa com o bem-estar emocional e intelectual dos nativos, e busca contribuir para o desenvolvimento de suas habilidades e capacidades. Mas uma ação completamente disruptiva para os nativos. 

 

Ao final do filme, acontece algo inusitado, - enquanto Karen aguarda o trem para fazer sua viagem de retorno, quando o anfitrião do bar dos senhores nobres vem ao seu encontro convidá-la a se reunir com  os senhores para um brinde…

 

Eu, confesso, fui às lágrimas. Ainda hoje, ao rever a cena, fico muito emocionado. É uma das cenas mais lindas e representativas do cinema. 

Esse momento representa um reconhecimento da grandeza e da transformação proporcionada por Karen junto à sociedade local. Uma mulher bem à frente do seu tempo. 

 

Ela é honrada por sua atitude e caráter, sendo aceita e valorizada por eles. Esse momento é uma validação de sua evolução pessoal e da maneira como ela aprendeu a apreciar e respeitar a cultura e as pessoas da África Oriental.

 

O filme "Entre Dois Amores" foi inspirado no livro "África Minha" (Out of Africa), escrito pela própria Karen Blixen, que também usava o pseudônimo de Isak Dinesen. No Brasil foi lançado uma versão intitulada Uma Fazenda na África. 

 

O livro foi publicado em 1937 e é uma autobiografia da própria Karen Blixen, que narra suas experiências vivendo em uma fazenda de café na África Oriental, durante os anos em que foi casada com o barão Bror Blixen-Finecke.

 

"África Minha" retrata sua vida na fazenda em meio à paisagem exuberante da África, suas interações com os nativos da região e a complexa história de amor e amizade com Denys Finch Hatton. A obra é um relato emocionante e envolvente que captura a beleza e os desafios da vida no continente africano.

 

A adaptação cinematográfica, dirigida por Sydney Pollack e lançada em 1985, também recebeu elogios e conquistou diversos prêmios, incluindo o Oscar de Melhor Filme, melhor direção, melhor trilha sonora (John Barry), melhor atriz, entre outros. 

 

As melodias evocam a vastidão das paisagens africanas, enfatizando a imensidão das planícies e a natureza selvagem da região. Ao mesmo tempo, a música também acentua as emoções e os sentimentos dos personagens, oferecendo uma dimensão adicional à narrativa.

 

Entre Dois Amores, - é uma experiência cinematográfica emocionante, profunda e inesquecível.

 

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