Charles Bronson e a resistência (publicado originalmente em 27/11/2021)
Esta é uma coluna em homenagem aos meus pais. Isto porque me lembro, em fins da década de 1980 e começo da de 1990, de eles irem à locadora (VHS, claro) e alugarem fitas do Charles Bronson, que se estivesse vivo chegaria aos 100 anos de idade agora, dia 3 de novembro.
Esses longas-metragens eram, em geral, os 5 'Desejo de Matar' (1974-1994), série na qual o já bigodudo Bronson, contando 50/60 e poucos anos, encarnava o pacato arquiteto Paul Kersey, morador de Nova Iorque. Após a esposa ser morta e a filha estuprada por 3 bandidos passa a agir como 'vigilante', persegue e mata criminosos.
Charles Buchinsky (nome verdadeiro do ator), nascido na Pensilvânia, atingiu o estrelado com estas histórias de vingança e ação - tramas que retratavam o homem com 'H', machão que sabia brigar, andava armado (quando vejo os atuais 'galãs', infantilizados, não me conformo em notar como a figura masculina, no cinema ou fora, foi reduzida a pó - compare Kersey com Jack [Leonardo DiCaprio, em 'Titanic']).
Com um cuspe Kersey nocautearia Jack. Nos anos 1980, 'Duro de Matar' foi produzido pela Cannon, que pegava scripts de baixo orçamento e metia bronca. As realizações deixavam a desejar, mas quem ligava? Bastavam sopapos e tiros nas fuças dos assassinos dados por Bronson ou Chuck Norris (outro do cast da Cannon) e estava tudo certo. Bronson iniciou a carreira após os 30 anos, em faroestes (participou de 'Era uma Vez no Oeste').
Antes de qualquer set, serviu no exército dos EUA na Segunda Guerra (1939-45). Pilotou aviões em 25 missões, recebeu medalha de condecoração militar por ferimentos em combate. O arquétipo do durão, castigado pela vida, fez com que um crítico descrevesse sua aparência como 'Clark Gable que ficou no sol um tempão'.
Aturamos Felipe Neto agora, que imbeciliza a plateia. Sou da época (vejam que nem sou tão velho) em que mulheres recebiam bem elogios por serem belas! A geração atual (nascidos a partir de 1995-96-97) deu errado porque o merthiolate parou de arder. Não têm humor. Consideram tudo ofensa, é o 'não-me-toque' enfadonho. Vivem debaixo da cama da avó.