O mundo assistiu? (publicado originalmente em 24/7/2021)
O evento que serviu de base para o diretor Aaron Sorkin em ‘Os 7 de Chicago’ (Netflix, 2021) foi o enorme protesto, em 1968, contra a Guerra do Vietnã, em plena convenção do Partido Democrata dos EUA, que apontou Hubert Humphrey como candidato à presidência (ele perdeu para Richard Nixon).
A manifestação acabou em pancadaria e o governo do também democrata Lyndon Johnson, que estava no fim, pegou ‘para Cristo’ alguns dos baderneiros. Na verdade, 7 esquerdistas, do Partido da Juventude, cujo grupo pregava a revolução e a contracultura, e um dos cofundadores dos Panteras Negras, Bobby Seale.
A imprensa, engajada desde aquele período, farejou no julgamento a fumaça da redenção de uma geração e decidiu cobrir o caso com os ares de que ‘o mundo todo estava assistindo’. ‘Os 7 de Chicago’ mostra os bastidores do ocorrido sob a ótica das ‘vítimas’, que se vocês que me leem as transportarem a 2021 seria como se fossem os ativistas ‘politicamente corretos’ do PSOL, digamos assim.
Manipulações, tentativas de resistência, subornos de jurados e um juiz de conduta no mínimo esquisita são os ingredientes da querela. O elenco é composto por figuras carimbadas, como Sasha Baron Cohen (‘Borat’), Eddie Redmayne (‘A Teoria de Tudo’), Michael Keaton (‘Batman’) e o sempre insuperável Frank Langella (‘Lolita’), que toma para si o protagonismo na sua interpretação do tal juiz parcial.
Está clara a mensagem de Sorkin com este longa-metragem: a luta é para um mundo melhor, paz e amor, aquele blábláblá que estamos fartos de escutar. Mas não se engane. Tudo tem um fundo especulativo, político, tendencioso.
A fita foi lançada nos EUA em 30 de setembro de 2020, 33 dias antes da eleição presidencial. A máquina do marxismo cultural, como se vê, veio a todo o vapor. E tirou Trump da cadeira maior do país, sabe-se lá de que forma (ou você acredita que não houve fraude nos votos por correio, onde mortos ‘votaram’ e outros votaram mais de uma vez etc?).
Claro que o filme não foi o primordial fator para a ‘vitória’ de Biden, porém uns votinhos se somam daí. Duração: 129 minutos. Cotação: bom.