O que é o sujeito hermeneutico refletido por Foucault, análise formulada por Edjar D. Vascocnelos.
O que é a verdade para Foucault, a partir exatamente da hermenêutica do sujeito, sendo o referido em ultima instância aquele que pode conhecer, o conhecimento um ato subjetivo, temporário e fragmentado.
Hermeneuticamente não existe conhecimento objetivo, sobretudo, nas ciências do espírito, sendo assim apesar do sujeito cognitivo ser responsável pela produção do saber, a própria cognição não é detentora da verdade.
Deste modo, nada além do fenômeno poderá ser conhecido, sendo o referido a materialidade da cognição.
A pergunta fundamental em que condições epistêmicas o sujeito cognitivo poderá construir o saber objetivo.
Em resposta, tal formulação um delírio hermenêutico, do ponto de vista epistemológico, não existe objetividade em nenhuma proposição epistêmica.
Foucault coloca em definitivo a questão da verdade, não se trata do saber construído pelo sujeito epistemológico, todo saber fenomenológico, tem exatamente a mesma natureza, em síntese o mesmo fundamento.
O saber depende da hermenêutica escolhida, ideologizada politicamente, as conclusões serão diversas em função da escolhas destinadas.
Diferentes práticas em justificação, a racionalidade como se fosse verdade, arqueologicamente as regras estabelecidas na legitimação das escolhas, no processo de produção subjetiva do entendimento.
Deste modo, acabaram os metadiscursos, consequentemente as metalinguagens, o que existem são ideologizações, a verdade uma produção genealógica como subjetivação ideológica.
Sendo assim, não existe saber constitutivo das fontes, fundamental o sujeito distanciar-se da análise, do mesmo modo, os enunciados das proposições.
Com efeito, não existe uma relação neutra objetiva do saber constituído pelo sujeito cognitivo no entendimento do objeto, sendo o último essencialmente contaminado pela cognição ideológica.
Portanto, na relação sujeito objeto na perspectiva da racionalidade crítica, o saber produzido é o resultado da subjetividade do sujeito ideologizado.
Como estabelecer a verdade objetiva, tal proposição simplesmente despropositada, impossível o conhecimento verdadeiro, de tal modo, a verdade hermenêutica, apenas o sonho do sujeito ideologizado.
Sendo assim não existe conhecimento, nas ciências do espirito, o que há mesmo, hermeneuticamente a ideologia do não entendimento, como se fosse o entendimento, projetada como verdade analítica.
Não há a verdade como critério universal, deste modo, muito menos o objeto, pois o mesmo sempre produto do sujeito cognitivo alienado epistemologicamente.
O sujeito como produto de práticas sociais, dado a empiricidade ideológica dos fenômenos, posto a veracidade da verdade, a subjetividade fragmentada da compreensão na perspectiva da cultura e do tempo histórico.
Com efeito, sujeitos e objetos resultam de práticas discursivas, a análise como resultada da construção ideológica subjetiva da verdade, na superação da objetividade.
Sendo assim, o sujeito epistemológico em sua objetividade não existe, do mesmo modo, a razão objetiva, somente as proposições construídas por ideologias propositadas, privilegiando sempre os ideários de domínios.
Na constituição da objetivação, na definição dos aspectos formais do sujeito constituído, sem a existência das formas naturais da verdade, as práticas ideológicas estabelecidas.
Deste modo, entendermos, os metadiscursos como formulações ideológicas, tais epistemologias, como o marxismo, cristianismo, liberalismo econômico ou neoliberalismo.
Práticas epistemológicas sem fundamentação objetiva entre outros metadiscursos aplicados psicanalise, filosofia, economia, no direito, em qualquer derivação epistemológica.
Portanto, a problemática da verdade dentro da história, crítica do pensamento especulativo ideologizado, infere-se no que deve ser conhecido.
A verdade não está no objeto, do mesmo modo, no sujeito, o que é especifico da cognição.
Muito menos na relação cognição e objeto, a verdade epistemológica, não está em nenhum lugar, simplesmente porque não existe.
Não há uma articulação específica objetivando a construção da verdade, o sujeito não se define por uma determinada essência, na sua originalidade é contaminado, tal formulação sustenta a materialidade do objeto.
A relação sujeito e objeto, não produz a verdade, desconfia-se de tal dialética, a imagem estrutural da memória cognitiva projeta-se muito mais na construção do saber ideologizado.
Ideologização cognitiva, reflete fenomenologicamente na produção epistêmica, como se fossem duas realidades distintas.
Portanto, tornam-se práticas iguais transformando a teoria da construção do saber em proposições inadequadas, o que é da condição arqueológica do conhecimento.
Em relação ao sujeito e objeto, a essência de um é a essência do outro, da mesma forma, o mesmo fundamento, a inadequação do saber, as realidades não são fixas, as epistemologias são diversas, múltiplas hermenêuticas.
Em síntese as interpretações são ideologizações interpostas e subjugadas a vontade do domínio, a longa remontagem de Kant a Schopenhauer, Nietzsche a Deleuze, Foucault a Lyotard, por último Derrida.
Portanto, a verdade como subjetivações dos sujeitos ideologizados, a definitiva superação da linguagem ideologizada.
Com efeito, o conhecimento é produto do micro discurso também subjetivado, parcializado e ideologizado.
As ciências do espirito morreram na praia.
Edjar Dias de Vasconcelos.