VIDAS SECAS NO CINEMA: A IMPORTÂNCIA DAS ADAPTAÇÕES LITERÁRIAS PARA O CINEMA ATRAVÉS DA IMAGEM E DA PALAVRA.

VIDAS SECAS NO CINEMA: A IMPORTÂNCIA DAS ADAPTAÇÕES LITERÁRIAS PARA O CINEMA ATRAVÉS DA IMAGEM E DA PALAVRA.

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Há várias maneiras de se contar uma história, seja ela na literatura, através de suas narrativas baseadas em contos, romances, novelas, texto dramático, crônicas, ou no cinema, através de filmes baseados em uma obra literária. A maneira de se contar essa história é o que difere de ambas as técnicas: a literária e a cinematográfica.

Neste sentido, este artigo se propõe analisar diferentes aspectos na adaptação cinematográfica baseada em uma obra literária, destacando a importância das adaptações literárias para o cinema, o seu processo, a historicidade, a fidelidade da obra, a linguagem estabelecida entre a literatura e o cinema, assim como, os recursos e técnicas utilizadas nesse processo de adaptação que possam auxiliar ao professor de literatura em sala de aula.

A literatura sempre forneceu um material extenso para a adaptação cinematográfica. Toda grande produção está baseada em uma obra literária. Afirmar que a adaptação cinematográfica a partir de uma obra literária perde a qualidade devido a sua ou falta de fidelidade à obra é uma visão pejorativa em relação a ambas as artes, pelo fato de ser impossível converter uma obra literária, palavra por palavra, em um filme e em um determinado tempo estipulado.

Literatura e cinema, antes de tudo, pertencem a universos diferentes. O primeiro utiliza a palavra escrita com suas técnicas e elementos que compõem a narrativa. O segundo utiliza a imagem, o som e o movimento. Desta forma, deve-se, então, viabilizar a eficácia em adequar o livro para um meio de estética e formalmente diferente uma dada trama ou história.

Nesta expectativa, este projeto se propõe também, investigar como o cinema brasileiro baseou-se em obras literárias para elaboração de seus filmes, tendo como foco principal a obra Vidas Secas (1938), de Graciliano Ramos, por ser esta tão representativa para a Literatura Brasileira na construção da vida do nordestino dos anos 1930, em plena segunda fase do Modernismo e que foi adaptada para o cinema pelo diretor Nelson Pereira dos Santos, em 1963, apresentando uma realidade nacional da época.

No filme Vidas Secas percebemos essa diversidade de leituras através da transposição da linguagem literária para a cinematográfica, o ponto de vista do narrador do livro e a visão do diretor relacionada à temática da seca, da fome e a animalização do homem embrutecido pelo meio em que vive. A linguagem é, sobretudo, peculiar. No cinema tempo e espaço interagem simultaneamente de forma dialética, possibilitando a reprodução literária atuando como agentes da história. Neste sentido, Plaza (2001, p.142) afirma que:

O cinema trabalha no âmago da linguagem: a metáfora e a metonímia através de planos gerais, planos médios e primeiros planos, pars pro toto é o método fundamental da conversão cinematográfica dos objetos real em signos. [...] A imagem fílmica, em montagem narrativa e linear, suscita no espectador um “sentimento de realidade” muito forte, em determinados casos para provar a crença e ilusão na existência objetiva do que aparece na tela.

A verossimilhança em Vidas Secas presente no contexto da obra é típica de muitos nordestinos que vivem essa realidade. Desta forma, analisaremos na adaptação cinematográfica o impacto dessa realidade sobre o telespectador, uma vez que na obra literária faz-se necessário entender a posição das personagens que depois de muita procura por uma condição mais digna de vida, tem que mudar constantemente na tentativa de concretizar essa condição diante de uma realidade imutável que é o sertão brasileiro.

Este recurso permite ao telespectador entender a narrativa do filme mesmo que não tenha lido o livro. O que provavelmente não aconteceria se o leitor não conhecesse o ambiente da narrativa no livro, com a aridez do sertão e a personificação dos diferentes personagens que ganham destaque na obra literária. No filme, Nelson Pereira, através do ritmo e o foco da câmera, permite ao telespectador refletir sobre o que está vendo, transformando a ficção em realidade. Destacamos aqui como o processo de compreensão do filme é diferente da leitura do livro.

A palavra escrita é lida e assimilada ao intelecto afetando a imaginação e as emoções do leitor no processo de entendimento do texto escrito. No filme a sequência de imagens acaba influenciando os sentimentos através da imagem, uma vez que não é pensado e sim percebido e sentido de forma mais direta e rápida do que o processo da leitura.

Em Vidas Secas quase não há diálogos, a narrativa é formada praticamente por monólogos interiores. No filme, o telespectador sempre vê o que acontece através do personagem incorporado à ação e ao visual, formando assim, um campo simbólico no qual as imagens trazem o significado reconstruído pela percepção.

Neste sentido, tanto Graciliano Ramos quanto Nelson Pereira dos Santos explora o espaço para a construção da narrativa do livro e do filme. Ramos cria o imaginário através dos elementos da narrativa das mazelas do nordeste e da luta pela sobrevivência. Nelson utiliza-se dos elementos do discurso cinematográfico para transformar realidade-ficção numa viagem à realidade histórica da época em que o filme retrata.

As adaptações literárias para o cinema passam a ser, desta forma, um recurso didático para o professor de literatura que poderá utilizar-se do filme para dialogar com a literatura, interagindo com os alunos para uma melhor compreensão da obra literária, instigando-os a um debate sobre a construção tanto da obra literária quanto da cinematográfica.

Segundo o PCN de Arte (2000), “estudar e aprender artes visuais constitui um novo parâmetro de inserção cultural”. Neste sentido, a utilização da adaptação literária para o cinema torna-se uma grande ferramenta de ensino/aprendizagem, pois, possibilita uma maior interação com os alunos pela aproximação deste tipo de mídia.

Sob essa ótica, a escolha desse tema se deu pela percepção e recepção do aluno da disciplina de Literatura ao ter contato com a adaptação literária de uma obra para o cinema. Desta forma, o tema desta pesquisa torna-se pertinente pelo fato de que poderá permitir ao aluno uma maior compreensão da obra literária através do cinema, permitindo-os fazer umaleitura crítica, assim como, decifrar mensagens do ponto de vista do olhar do diretor, em relação ao autor em sua narrativa.

A inserção de novas estratégias de desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem é primordial para a inovação pedagógica e a adequação às mudanças sociais com a finalidade de proporcionar uma formação integral aos alunos. Neste sentido, o cinema possui grande potencial pedagógico, pois é muito mais fácil absorver informações oriundas de estímulos audiovisuais. Portanto, o filme auxilia ao professor rompendo com o modelo tradicional de aulas baseadas apenas na explanação, expondo conteúdos que servem para ilustrar conceitos e demonstrar experiências.

Neste sentido, ao analisar uma adaptação cinematográfica baseada em uma obra literária é preciso levar em consideração alguns aspectos relevantes, tais como, a transcodificação da linguagem, que permite comparações e críticas, assim como os recursos técnicos utilizados e inseridos para despertar sensações e atrair a empatia e a identificação do público com os dois universos apresentado.

Partindo deste princípio Marcel Martin (2003) afirma que “o que distingue o cinema de todos os outros meios de expressão culturais é o poder excepcional que lhe advém do fato de a sua linguagem funcionar a partir da reprodução fotográfica da realidade”.

Segundo A. Martins (2007) a linguagem cinematográfica constitui uma forma de expressão importante na formação das visões de mundo da atualidade. Para ele, no âmbito dos estudos voltados para o ensino de artes visuais e da Cultura Visual, as narrativas cinematográficas não podem ser relegadas ao segundo plano.

Apesar do interesse crescente pelo estudo das adaptações literárias no Brasil, percebemos uma grande carência no que se refere a material a esse respeito. Espera-se, portanto neste projeto, que a adaptação cinematográfica permita que o aluno possa ampliar e melhorar sua capacidade cognitiva, apurar os sentidos e a imaginação para melhor compreender uma obra literária.

A produção cinematográfica baseada em obras literárias é uma tendência mundial. Surge no final do século XIX especificamente em 1895, e torna-se a grande invenção do século XX. As diferentes leituras de mundo que o cinema propicia através de suas adaptações literárias fazem com que a realidade e a ficção tornem-se imprescindível no processo de ensino-aprendizagem, influenciando na educação extraescolar, por ser esta, capaz de apresentar uma linguagem significativa e articulada.

No Brasil a adaptação cinematográfica baseada em uma obra literária inicia-se em 1915, quando o ator italiano Vittorio Capellaro em parceria com o cinegrafista Antônio Campos, idealizam e filmam Inocência baseado na obra de Visconde de Taunay e o Guarani, em 1916, baseado na obra de José de Alencar. Outras obras de José de Alencar foram adaptadas, entre elas, A Viuvinha (1915), Iracema (1918) e Ubirajara em 1919.

Vidas Secas ganha destaque em 1963, em pleno movimento de transformação do país com conflitos sociais, políticos e culturais, numa mistura de Neorrealismo e Novelle Vague, o primeiro por destacar seus temas e forma de produção e o segundo pela ruptura da linguagem. Souza (2015) afirma sobre essa nova concepção de cinema que “A estética e o conteúdo de seus filmes representavam uma guinada radical em relação à produção cinematográfica brasileira da era das Chanchadas, que procurava seguir os padrões Hollywoodianos”. Para ele:

Durante a década de 1950, a indústria cultural brasileira sofria com diversos entraves que impediam a realização de produções cinematográficas e, consequentemente, a produção de obras com grande qualidade técnica. Um pouco antes dessa época, a indústria cinematográfica paulista viveu uma pequena fase de ascensão incapaz de consolidar a “sétima arte” no Brasil.

Dessa forma, Nelson Pereira dos Santos teve grande interesse em dialogar com os elementos realistas oferecidos pela segunda geração modernista no Brasil, da década de 1930, e que servirá de inspiração para muitos filmes de cineastas do Cinema Novo, como Glauber Rocha, cuja temática sintetizava a problemática do subdesenvolvimento nacional, inseridas no romance Vidas Secas de Graciliano Ramos, preferindo o uso de cenários simples ou naturais, sem muito movimento e diálogo. Este recurso poderá servir ao professor de Literatura ao explanar e contextualizar a obra literária, permitindo ao aluno, através do filme, uma dimensão maior da narrativa para a sua compreensão.

Desde 1914, no Brasil, os cineastas utilizam as obras literárias e as transformam em uma obra cinematográfica. Para sintetizar destacaremos algumas destas obras, de diferentes décadas, que foram adaptadas para o cinema, apenas para constar neste projeto a sua importância, tais como: O Saci (1951), de Rodolfo Nanni baseado no universo de Monteiro Lobato para o público infantil, Meu Destino é Pecar (1952), de Manuel Pellufo baseado na obra de Nelson Rodrigues, Grande Sertão (1965), de Geraldo Santos Pereira e Renato Santos Pereira baseado na obra de João Guimarães Rosa, Macunaíma (1969), de Joaquim Pedro de Andrade baseado na obra de Mário de Andrade, Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976), de Bruno Barreto baseado na obra de Jorge Amado, A Hora da Estrela (1986), de Suzana Amaral baseado na obra de Clarice Lispector, O Guarani (1997), de Norma Bengell baseado na obra de José de Alencar, Guerra de Canudos (1997), de Sérgio Rezende baseado na obra Os Sertões de Euclides da Cunha, Um copo de Cólera (1999), de Aluízio Abranches baseado na obra de Raduan Nassar, Memórias Póstumas (2001), de André Klotzel baseado na obra de Machado de Assis, O Vestido (2004), de Paulo Thiago baseado no poema Caso do Vestido de Carlos Drummond de Andrade, O Tempo e o Vento (2013), de Jayme Monjardin baseado na obra de Érico Veríssimo, entre outras grandes adaptações.

Adaptar e traduzir um romance para o cinema significa projetar o texto no espaço e no tempo de acordo com a narrativa do livro. Vejamos um exemplo na narrativa de Ramos (1966, p.80) em um fragmento de diálogo entre as personagens Fabiano e sinhá Vitória:

Não era propriamente conversa: eram frases soltas, espaçadas, com repetições e incongruências. Às vezes uma interjeição gutural dava energia ao discurso ambíguo. Na verdade nenhum deles prestava atenção às palavras do outro: iam exibindo as imagens que lhes vinham ao espírito, e as imagens sucediam-se, deformavam-se, não havia meio de dominá-las. Como os recursos de expressão eram minguados, tentavam remediar a deficiência falando alto.

No filme ambos estão de frente para a câmera e falam ao mesmo tempo. Nelson Pereira dos Santos consegue expressar através da imagem exatamente o que Graciliano Ramos escreveu, porém, é importante salientar que no romance o tempo é codificado linguisticamente, já no filme são com imagens de ações concretas.

Neste sentido, tanto Graciliano Ramos quanto Nelson Pereira dos Santos explora o espaço para a construção da narrativa do livro e do filme. Ramos cria o imaginário através dos elementos da narrativa das mazelas do nordeste e da luta pela sobrevivência. Nelson utiliza-se dos elementos do discurso cinematográfico para transformar realidade-ficção numa viagem à realidade histórica da época em que o filme retrata.

Fica nítida no filme a caracterização desse personagem no início do filme em que o diretor Nelson Pereira dos Santos dá destaque à figuração das personagens, transparecendo para a tela o homem sofrido do nordeste, onde percebemos a linguagem sem palavras, diálogo mudo captado pelo olhar expressivo. A representação no filme é, portanto, linear e se fundamenta na ação da personagem e não no seu pensamento. Neste caso, a câmera substitui o narrador, mas permanece em silêncio. Sendo assim, percebe-se que o diálogo entre literatura e cinema possuem nexos através de diferentes linguagens promovendo o resgate da identidade cultural brasileira.

Na década de 1950 as adaptações cinematográficas consideravam o diálogo entre Literatura e Cinema como apenas a influência que a Literatura exercia sobre o Cinema. André Bazin (1991), em seu ensaio intitulado Por um cinema impuro: defesa da adaptação, afirma que “adaptação fílmica não era uma prática vergonhosa e parasítica, mas sim criativa e produtiva, um catalisador do progresso para o cinema”. Afirma também que “a literatura não tem nada a perder com a prática da adaptação”, pois esta, “ajuda a democratizar literatura e transformá-la popular”.

Esta relação entre Literatura e Cinema acontece desde que o Cinema percebeu sua potencialidade para também contar histórias. Neste sentido, o Cinema acaba influenciando a Literatura. Jean Epstein (1983) afirma que “tanto o Cinema quanto a Literatura tentam aproximar o espetáculo e o espectador”. Desta forma conclui:

Ao mesmo tempo em que aproximam o leitor ou espectador da vida criada pela arte, cinema e literatura não a narram explicitamente, mas apenas a sugerem, deixando ao espectador e ao leitor o prazer da descoberta e da construção. [...] O cinema e a literatura moderna mantêm uma relação na medida em que a literatura moderna está saturada de cinema [...] [e] esta arte misteriosa muito assimilou da literatura. (EPSTEIN, 1983, p. 269).

E desta aproximação da palavra com a imagem, Epstein deixa claro que ambas são símbolos, porém são diferenciadas no que diz respeito a essa simbologia. A palavra, na narrativa da obra literária, é um símbolo direto, elaborado e compreendido pela racionalidade do leitor, enquanto que a imagem no Cinema é um símbolo direto da realidade que se propõe mostrar.

Epstein ainda afirma “que isso faz com que, por maior que seja o sentimentalismo de um texto, parte dele vai essencialmente se perder no decorrer das operações lógicas necessárias para a sua compreensão”.

Neste sentido, é importante frisar as diferentes leituras que o filme permite ao espectador através de símbolos e metáforas necessárias para esse entendimento. Segundo Macel Martin (2003), em seu livro intitulado A linguagem cinematográfica, “o filme pode usar a linguagem metafórica e simbólica”, uma vez que “a metáfora é a justaposição de imagens”, o que despertará no espectador a compreensão. Literatura e cinema são linguagens, cada uma com suas formas específicas de expressão.

No filme Vidas Secas percebemos, portanto, que essa diversidade de leituras também tem função educativa no campo cinematográfico, quando são apresentadas para o espectador as temáticas relacionadas à seca, à fome, à animalização e transfiguração do homem, à opressão e à falta de diálogo entre as personagens. Neste sentido, pode-se utilizar tanto a literatura quanto o cinema como recurso interdisciplinar de ensino-aprendizagem com objetivo de intensificar a compreensão dos conteúdos disciplinares, despertando-os para a discussão, debate e a crítica.

O cinema, portanto, torna-se veículo e ferramenta de ensino-aprendizagem quando enfoca os diferentes aspectos culturais, históricos e políticos, proporcionando assim, uma visão cinematográfica enquanto mídia educativa, uma vez que o cinema possui potencial pedagógico por facilitar a compreensão da obra literária de forma mais fácil tanto para criança como adulto. Segundo Napolitano (2003):

É possível dizer que trabalhar com o cinema como recurso em sala de aula é propiciar à escola o reencontro com a cultura cotidiana e elevada do mesmo tempo, ou seja, o cinema é a área na qual a estética, o lazer, a ideologia e os valores sociais mais abrangentes são compostos numa só obra de arte.

Nesse contexto, compreende-se a necessidade em se estabelecer uma maior aproximação entre o ensino de Literatura e os meios de comunicação, mais precisamente o cinema.

Para Rosália Duarte (2002), “a educação e o cinema são formas de socialização dos indivíduos e instâncias culturais que produzem saberes, identidades, visões de mundo, subjetividades”, uma vez que as relações de ensino-aprendizagem sofreram transformações com o surgimento da tecnologia e sua inserção na sala de aula, principalmente em relação ao cinema que representa uma tecnologia voltada para o social e o cultural, produzindo significados.

Segundo Randal Johnson (1982) quando um cineasta escolhe criar um filme baseando-se em uma obra literária tem duas opções: “ou ele conta a história pedaço por pedaço e traduz não a palavra em si, mas as coisas às quais as palavras fazem referência, ou traduz o assunto e para isso é necessário dar-lhe outro desenvolvimento e sentido”. Desta forma, ele ainda afirma que:

Quando um cineasta adapta um romance, ele leva em consideração que a sua obra pertencerá a outro contexto. Um contexto pode alterar uma mensagem modificando seu sentido, sua função ou a sua informação. [...] O romance e o filme são basicamente iguais em termos de capacidade de significar. Eles significam, sim, diferentemente. Os dois meios, porém, usam e distorcem o tempo e o espaço, e ambos tendem a usar linguagem figurativa ou metafórica. (JOHNSON 1982, p.35)

Neste sentido, adaptar uma obra literária para o cinema não é apenas imitar em imagens uma ação descrita em palavras pela narrativa de um romance. É preciso, no entanto, capar o verdadeiro espírito da narrativa, do que está oculto através das palavras, estabelecendo uma relação entre as coisas, o que passa a ser a principal função do cinema.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAZIN, André. Por um Cinema Impuro: defesa da adaptação. In: O Cinema: Ensaios. São Paulo: Brasiliense, 1991.

DUARTE, Rosália. Cinema & educação: refletindo sobre cinema e educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.

EPSTEIN, Jean. O cinema do diabo. Tradução: Marcelle Pithon. In: XAVIER, Ismail (org). A experiência do cinema: antologia. Rio de Janeiro: Edições Graal: Embrafilme, 1983.

JOHNSON, Randal. Literatura e cinema. Macunaíma: do modernismo na literatura ao cinema novo. São Paulo: T. A. Queiroz, 1982.

MARTIN, Macel. A linguagem cinematográfica. Tradução. Paulo Neves. São Paulo: Brasiliense, 2003.

MARTINS, Alice Fátima. Imagens do cinema, cultura contemporânea e o ensino de Artes Visuais in OLIVEIRA, Marilda O. (Org.). Arte, educação e cultura. Santa Maria: Editora da UFSM, 2007.

NAPOLITANO, Marcos. Como usar o cinema na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2003.

PARÂMETROS Curriculares Nacionais – Ensino médio. 2000. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/14_24.pdf>. Acesso em 20 de março de 2016.

PLAZA, Julio. Tradução Intersemiótica. São Paulo: Perspectiva, 2001.

RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. São Paulo: Martins, 1966.

SOUSA, Rainer Gonçalves. "Cinema Novo"; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/historiab/cinema-novo.htm>. Acesso em 22 de março de 2016.

ginaldo
Enviado por ginaldo em 12/03/2020
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