It - capítulo 2
Nem sempre é melhor pecar pelo excesso do que pela falta. O filme It – capítulo 2 que o diga.
Depois de toda a inovação referente ao estilo de terror no primeiro longa e do sucesso consequente disso, a continuação não consegue sequer manter a conexão entre os personagens 27 anos após o primeiro contato Pennywise. Com uma duração de quase 3h00, tal tempo não foi bem aproveitado ou organizado. O filme é cansativo do início ao fim, salvo algumas cenas cômicas e outras (poucas) de mortes terríveis.
Erro número 1: a morte inexplicável de Stanley antes mesmo que ele volte para Derry, a cidade onde se passa a história, a chamado de Mike. O porquê dele ter se matado ou que relação isso teria com o desenrolar da história deixa dúvidas no ar, e mortes gratuitas não são bem vindas em um filme de terror conceitual.
Erro número 2: o fato de Beverly (a ruiva) ter visto como todos iriam morrer, inclusive o Stanley, não a teria colocado no lugar de Mike como motivadora do reencontro ?
Erro número 3: Eddie (o garoto obcecado por higiene) consegue duas vezes vencer seu medo e demonstrar coragem, mas quando precisa salvar o amigo não consegue. What?
Erro número 4: se a intenção dessa vez era colocar as angústias dos adultos (que são praticamente as mesmas de quando eram crianças) em pauta, então por que gastar um tempo enorme com vários flashbacks ?
Erro número 5: a volta de Henry Bowers (o garoto briguento da escola que inferniza a vida do Clube dos Perdedores) não engrandece em nada a trama quando na sua segunda tentativa de matar os amigos ele mesmo morre, e de novo, sem sentido.
Erro número 6: a colocação de um ritual antigo pra acabar com o palhaço além de falhar ainda é sem sentido já que no fim das contas...
Erro número 7: terminar uma sequência da mesma maneira que terminou o primeiro filme? Só reforçou a previsibilidade escancarada desse longa.
Enfim, pode-se citar algumas qualidades tais como a abertura romântica com um casal gay (e não hétero como sempre) num parque de diversões; ai a quebra de do clichê funcionou bem. Também tem bastante crédito na cenas em que o palhaço aparece; em todas se mantém a inevitabilidade e surpresa das mortes (e crueldade também). Fora isso, O protagonismo composto por ótimos atores, diante de um roteiro fraco e desconexo deixa a sequência a desejar, mas ainda pede uma terceira chance de enaltecer essa obra clássica de Stephen King.