Máscaras ao chão (publicado originalmente em 13/4/2019)
A turma do Brasil Paralelo 'está com a macaca'. Se você ainda não conhece o site, dê uma boa olhada. Esta semana foi lançado o documentário '1964: O Brasil Entre Armas e Livros'.
Por ser considerada 'de direita', a obra, como era de se esperar, foi espezinhada por aqueles 'críticos' conhecidos, os que não se permitiram sequer espiar o filme. A rede Cinemark o exibiu.
Depois, pressionada por esta gente, pediu desculpas e, por medo de sofrer o forte boicote, disse ter veiculado 'por engano'. Enfim, uma vergonha atrás da outra. Mas, à fita. '1964' é um impactante registro de como se processou o arrombamento de porta naquele último dia de março.
Dirigido por Filipe Valerim e Lucas Ferrugem, o longa-metragem é a consagração da retirada de todas as máscaras que a chamada 'História Oficial' nos obrigou a engolir durante décadas. O filme não é pró-golpe. Apenas mostra os 2 lados da página.
Será impossível você assistir e não se recordar de pelo menos um professor da época do colegial, ou até da faculdade. Eu lembrei de 4, por baixo.
A produção viajou ao leste europeu e falou com escritores, pesquisadores, jornalistas, filósofos, professores pra revelar que, sim, agentes secretos da extinta Tchecoslováquia se infiltraram no Brasil, treinaram algumas pessoas e aspiravam implantar o comunismo no país.
A ideia pairava sobre a terra verde-amarela desde meados dos anos 1950, como mostram documentos até então secretos – estavam livre a consultas desde 1989. O trunfo de '1964' é o roteiro ágil, bastante didático (neste caso, é preciso ser) e de edição moderna e eficaz.
Os entrevistados tiveram a tarefa de elucidar passos da rede vermelha rumo ao Brasil, mostrando que 'personalidades' como Marighella, Lamarca e Dilma assaltaram bancos, sequestravam e assassinavam, sem piedade ou ares de democracia.
Uma das ex-guerrilheiras vai ao ponto: 'O que tem que se deixar bem claro é que o nosso desejo não era democracia, mas sim a chamada ditadura do proletariado. Está na hora de todo o mundo saber disso'.
Vejam e tirem as conclusões. Afinal, como escreveu George Orwell, 'numa época de mentiras universais, dizer a verdade é ato revolucionário'. Duração: 127 minutos. Cotação: ótimo.