Filme à deriva (publicado originalmente em 18/8/2018)
Dois dos queridinhos recentes de Hollywood, Shailene Woodley ('A Culpa é das Estrelas' – 2014, e os filmes da série 'Convergente' – 2014-16) e Sam Claflin ('Como Eu era Antes de Você' – 2016) estão em 'Vidas à Deriva', lançado há uns 10 dias.
Formam o casal Tami e Richard. Velejam pelo Taiti quando a terrível tempestade os atinge. Passada a tormenta, ela se vê sozinha na embarcação em ruínas e tenta encontrar forças para salvar a vida do parceiro.
Baseada na história real vivida por Tami Ashcraft, aos 23 anos na época, e que virou livro de relativo sucesso, tem a direção do islandês Baltasar Kormákur. A empolgação das primeiras cenas, porque eles não têm nada a perder, se esvai ao passar dos minutos.
É a mais pura verdade que sobra esforço tanto de Shailene como de Sam para expelir alguma confiança e fazer o espectador se sentir incômodo na poltrona. Mas não dá. A dupla se mostra imatura para tentar resolver determinados problemas que o longa traz à tona.
Um deles é o buraco que B. Kormákur deixa aos seus protagonistas. Não os auxilia quando deveria. Isso faz com que a atriz exagere no trabalho. A emoção desengonçada dela só surge por conta de sua inexperiência (pode ser de talento, talvez) diante de scripts com o teor mais dramático.
Quem for um pouco atento ao roteiro, aliás, saca na hora o que a fita mostrará no fim. E apesar de a fotografia não comprometer, o sentimento de que algo poderia ser melhor paira no ar.
A impressão de isolamento pretendida pela produção destoa das artimanhas leves que a história fixa em si – a mistura de passado-presente é mais banal hoje em dia do que andar para a frente.
Como de fato a trama depende disso e dos 2 atores para se dar bem, mergulha no poço de uma insegurança tremenda. Duração: 96 minutos. Cotação: ruim.