25 anos sem Audrey (publicado originalmente em 20/1/2018)
‘Paris é sempre uma boa ideia’. A frase é de Audrey Hepburn, e sua personagem Sabrina, no filme de igual título, lançado em 1954. Na época, aos 25 anos, tinha acabado de conhecer o ator Mel Ferrer, e se casaria com ele meses depois. Foram apresentados por Gregory Peck durante uma festa e ficaram juntos até 1968.
O espírito meigo e delicado da artista, que nos deixou há exato um quarto de século, devido a um câncer, e prematuramente, aos 62 anos, rendia-se fácil à inocência e ao mesmo tempo à carreira já deslanchada. A trajetória começara em 1949, numa série de TV. Quatro anos e uma dúzia de papéis depois, ‘A Princesa e o Plebeu’ a pôs no pedestal da elegância e beleza. Soava como aquelas professoras de moda em frente às câmeras. Os alunos eram os espectadores.
Os gestos e o tom da voz característicos de uma autêntica Dama, com ‘d’ maiúsculo, cativavam o mais insensível voyeur. Nesta primeira década de profissão, Audrey rodou seus melhores trabalhos. Além dos 2 já comentados, fez ‘Guerra e Paz’ (1956), ‘Cinderela em Paris’ (57), ‘Uma Cruz à Beira do Abismo’ (59), ‘Infâmia’ (1961), ‘Bonequinha de Luxo’ (1961), ‘Charada’ (1963) e ‘Minha Bela Dama’ (1964).
Ganhou Oscar, teve filho, virou ícone de uma geração e dedicou-se a causas humanitárias. Em ‘Sabrina’ seu cachê foi de 15 mil dólares. Em ‘Além da Eternidade’ (1989), o seu último filme, com Audrey fragilizada pelo câncer, ela embolsou 1 milhão de dólares. Em ‘Minha Querida Dama’ recebeu 100 mil a mais de pagamento. As quantias auxiliavam alguns de seus projetos na África, continente que visitou algumas vezes e viu de perto as mazelas do planeta.
Audrey nasceu na Bélgica e morreu na Suíça. Não me lembro quando eu a descobri – se na TV ou em DVD. Mas sei qual foi a primeira fita que vi: ‘Bonequinha de Luxo’. E o impacto, claro, deu-se de imediato. Daí à frente, Audrey ficou, para mim, como se um símbolo destas belezas diferentes, porque rara e contida. Neste espaço, ela sempre teve lugar e destaque. Até mesmo o seu derradeiro trabalho, rodado três anos antes de sua partida, procurou ‘explorar’ o seu rosto bem caracterizado.
Audrey já estava prestes a completar 60 anos e aparentava a fragilidade que seu corpo pesava à vera. Lembrava pouco, quase zero, da estrela descoberta no início da década de 1950. Mas o brilho estava lá, anos depois. Audrey Hepburn morreu em 20 de janeiro de 1993.