Pets a pequenos (publicado originalmente em 15/10/2016)
Quem assistiu ao trailer de ‘Pets’, veiculado de forma incessante desde meados do ano passado, tinha na cabeça um filme dedicado aos bichos de estimação fofinhos, e o que eles fazem quando seus donos saem para trabalhar ou a passear. Pois bem. Na fita que estreou faz um mês, o que vimos foi mais ou menos isto, com um adendo: a velha fórmula de recuperar o amigo de quatro patas de perigos à toa, ou meramente rasos desvios de roteiro, quando avistamos o coelho terno se transformar em monstro inimigo dos cães mauricinhos, pois foi abandonado anteriormente.
‘Pets’ revela aterradora teoria: a criatividade aos poucos se acaba e está cada vez mais difícil achar qualquer história mais ou menos, como foi ‘Divertidamente’ (2015), por exemplo. Lembro que em 2011 o cinema teve uma safra ótima de animações. No Oscar estiveram selecionados ‘Chico & Rita’, ‘Um Gato em Paris’, ‘Rango’ e ‘O Gato de Botas’, além de ‘Kung Fu Panda 2’, este fora da curva, por ser ruim.
Mesmo sendo longas dirigidos a adultos, pensar temas como a falta d’água, como em ‘Rango’, é extraordinário. Voltando ao ‘Pets’, o que temos são sucessões de risadinhas. A sala onde vi estava lotada de crianças de 5 a 10 anos. Umas estavam impacientes, outras reagiam conforme o figurino ansiava.
É um bom recreio, afinal. Dirigido por Yarrow Cheney, estreante, e Chris Renaud, de ‘Meu Malvado Favorito 1 e 2’ (2010, 2013), o filme tem como aperitivo um curta-metragem ‘Minions Jardineiros’, a quem estava saudoso dos serzinhos amarelos, que deve entrar na fila dos finalistas da categoria no Oscar-17. ‘Pets’, creio, provavelmente ficará de fora dos cinco concorrentes de Animação na festa maior do cinema. Na trama, Max, o cão domesticado, recebe Duke, um cachorrão, e fica enciumado.
Num passeio, ambos param no bueiro, e são controlados por um coelho de sangue nos olhos. Os amigos do prédio de Max, em espacial aquela cadelinha apaixonada por ele, partem em busca da dupla. E entra em cena a águia faminta, além da turma do esgoto. A quem adora cachorros, sugiro prestar atenção no poodle roqueiro, que disfarça o amor por música clássica quando o dono está em casa. Ademais, fica-se nisso. Entretenimento baixo.