Ainda Mamonas (publicado originalmente em 9/7/2016)

Na manhã do domingo 2 de março de 96, os brasileiros acordaram com a notícia do desaparecimento da banda Mamonas Assassinas. Não me alongarei aqui acerca da história, mas ocorre que por estes dias assisti ao documentário ‘Mamonas para Sempre’ (2009). Não sabia dele, mas se trata sobretudo duma bela homenagem, ainda que bastante simples, a um grupo de artistas que alegrou muito nosso Foram seis ou sete meses de extremo sucesso, entre agosto de 1995 até a fatal colisão do avião.

Cláudio Kahns (de ‘Eu Eu Eu José Lewgoy’, tema deste espaço mais pra frente) é o diretor. A intenção primeira era reunir depoimentos de parentes e amigos a um roteiro de ficção, mas aos poucos o cineasta enxergou ali uma chance de um longa em forma de documentário. Até que deu certo. Bento, Dinho, Sérgio, Júlio, Samuel, todos componentes dos Mamonas, são mostrados em vídeos particulares, de bastidores de gravações e viagens.

Da origem da banda, na cidade paulista de Guarulhos – onde, antes da fama, ainda com o nome de ‘Utopia’ foram impedidos de tocar no ginásio principal– até a fama nacional iniciada numa entrevista ao programa ‘Jô Soares 11 e Meia’, no SBT, o quinteto é pintado e bordado por parceiros e colegas. Nas fitas VHS, Dinho é sempre o brincalhão da turma. Rick Bonadio, empresário do grupo, conta: ‘Era o líder e tinha algumas regalias. Era o único a trazer a namorada aos shows. Isso irritava os demais, porque eles queriam festinhas após os shows’. A namorada era Mirella Zacanini.

Como produto acabado, ‘Mamonas para Sempre’ é somente regular. A produção é pobre. A maioria dos casos é usada imagem dos shows. A edição não consegue captar a ordem. Nisso combina com a trupe, bem bagunceira. Se foi proposital não sei, mas funciona em partes. A Rede Record faz (ou fará) a minissérie contando a história dos cinco rapazes. Pra fechar, o documentário vale pelo desabafo de Dinho no mesmo ginásio guarulhense onde ele foi impedido de tocar no passado. ‘Vocês que têm um sonho, acreditem nele. Eu fui proibido de vir aqui um tempo atrás, e hoje tô aqui!’, berrou, enquanto chutava os microfones.

Rodrigo Romero
Enviado por Rodrigo Romero em 20/07/2016
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